O Amor das
Serenatas
Quando eu era garoto em Linhares
(para onde fomos em 1963, quando tinha nove anos), Espírito Santo, meus tios e
irmãos mais velhos e seus amigos respectivos faziam serenatas “debaixo” das
janelas das moças - sendo todas as casas rentes ao chão, nenhum ou raro
sobrado, casa de dois andares -, de modo que durante seis ou sete anos ouvi
falar disso, entre 1963 ou pouco mais e 1970 ou pouco menos.
É trivial do TAO, da dialética e do
modelo prever a volta circular dos elementos de composição, sempre
transformados pelos acréscimos da espiral própria, isto é, reprogramados para
os tempos e espaços mais espertos de cada futuro de cada passado local. Assim,
a serenata/seresta voltará, como tudo volta, se há tempo; no Brasil, no
Espírito Santo e em Linhares voltará, só não sabemos quando. É de prever que em
30, em 60, em 90 anos, múltiplos geracionais; portanto, deveria ter acontecido
em 1993 e deverá acontecer em 2023 e 2053 para diante, quero crer. Estando
agora em 2006 falta bastante tempo para a próxima onda, 17 anos. Terá
acontecido uma em 1993 por lá? Não sei, nem faz muito sentido buscar saber.
Entrementes, saber quando a
psicologia está madura para uma classe de eventos e todos os da classe que
amadurecem na mesma ocasião e espaço faz o máximo de sentido, porque isso nos
diria de cártulas-coligadas ou cartuchos-conexos, os pacotes significativos
sobre as psicologias – que ainda precisam ser definidos.
Existe no Espírito Santo, da Garoto que foi comprada pela Nestlé, um bombom apelidado Serenata de Amor, donde criei o título.
Há toda uma época - o chamado “espírito de época” - durante a qual a
produçãorganização coletivindividual fica mais macia, menos auto-dilaceradora
(como está sendo nestes tempos em que estamos vivendo desde a década dos 1970,
acredito) que faz aparecer essa classe de eventos, chama à evidência ao
aplaudi-la.
ISSO é psicologia alta: a capacidade
de prever espaçotempos ou geo-histórias quando-onde se manifestem classes de
eventos, e você bem e facilmente pode ver a utilidade socioeconômica disso.
Vitória, quinta-feira, 12 de outubro
de 2006.
SERENATA (no dicionário Aurélio Século XXI e na Encarta)
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[Do it. serenata.] S. f. 1. Música
de conjunto instrumental, geralmente cantada, melodiosa e simples, algo
semelhante às trovas dos cantores ambulantes, executada ao ar livre, não raro
sob a janela de alguém: seresta. [F. paral., p. us.: serenada.] 2. Peça
artística composta nos moldes da serenata (1).
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Serenata, do italiano sera,
“noite”, récita musical que tem como característica a execução noturna, feita
ao ar livre, com o objetivo de homenagear alguém, especialmente a mulher
amada. Microsoft ® Encarta ® Encyclopedia 2002. © 1993-2001 Microsoft
Corporation. Todos os direitos reservados.
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Seresta, tipo de serenata brasileira, notável pela expressão
sentimental dos músicos que, no sereno, cantam sob as janelas das suas
amadas, sempre com o acompanhamento instrumental, sobretudo dos violões. Microsoft
® Encarta ® Encyclopedia 2002. © 1993-2001 Microsoft Corporation. Todos
os direitos reservados.
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