O Paladino da Profecia

 

A PRETENDIDA (boa ficção: da música cantada por Altemar Dutra)

Americano, 1953.

Volume 1.

A Pretendida   Reclamas que te faltam meus carinhos E dizes que não sou como antes fui E que meus beijos já não apagam teus desejos Até me culpas que eu tenho mais alguém Reclamas, te compreendo e me conformo Mas não me culpes, porque nunca te enganei Foste deixando no abandono o nosso ninho A culpa é tua, não fui eu que fracassei Queres deixar-me e eu não posso mais prender-te Segue o destino, a liberdade eu te dou Pelo caminho serás sempre a pretendida E nessa queda sentirás imensa dor Queres deixar-me, vou sofrer porque te amo Eu te desejo muita sorte, sem rancor E se um dia bateres em minha porta Podes entrar, eu te darei o meu perdão Quieres dejarme yo no puedo detenerte Sigue tu vida, yo te dou la libertad Por el camino te dirán la pretendida Y en las caídas tu orgullo morirá   Pepe Avila

O volume 1 (é uma série) é Mark Frost, A Profecia do Paladino, Rio de Janeiro, Galera Record, 2016 (original de 2012) é inusitado, tem 98 regras (a tentação e chegar a 100 deve ter sido grande) bastante interessantes, por exemplo, a 87ª (“Homens querem companhia. Mulheres, compreensão”), que poderia interpretar no MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens.

PALADINO NO DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS

Substantivo masculino 1.      Rubrica: história. Diacronismo: arqueologia verbal. Cavaleiro errante da Idade Média que vagava em busca de façanhas que lhe comprovassem o valor e a correção 2.     (1881) Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: história da literatura. Cada um dos 12 pares de Carlos Magno, na tradição das canções de gesta 3.     (1881) Derivação: sentido figurado. Indivíduo destemido e cavalheiresco; indivíduo sempre pronto a defender os oprimidos e a lutar por causas justas

Frost pretendeu ser o paladino das profecias que desejei citar, citei.

O livro é recomendável, marquei muitas passagens, há que colocar esta da página 166: “A história humana. Uma longa e vibrante narrativa movida por um tema comum: o desejo de poder. Comandada por homens e mulheres que compreendiam as ferramentas e regras do exercício do poder. E, a propósito, quais seriam elas, Srta. Moreau? Elise encarou Will enquanto respondia. Enunciando cada palavra com precisão e clareza: - Brutalidade. Terror. Corrupção. Ganância. Aniquilação. Logro. – E não se esqueça de obsessão, loucura e sedução – Advertiu Sangren”.

Em primeiro lugar, Deus é que deseja e acontece instantaneamente. Os racionais querem, o que depende de espaço, tempo, trânsito, disposição de pilhas de energia. Em segundo, não é apenas poder, é querer todo o orgulho, toda a vaidade: poder, riqueza, fama e beleza. Em terceiro, o MP Modelo Pirâmide mostrou que é soma zero 50/50 de pares polares oposto-complementares – se não fosse isso, ficaríamos desesperados, como eu ficava antigamente.

Muito útil, pode-se extrair bastante dele. Sinto pena, porque lendo mais rápido do que consigo comentar não posso trabalhar todo o volume largo, alto e profundo, o paralelepípedo do texto. Por exemplo, este tem 403 páginas, vamos dizer 400 de 25 centímetro de altura por 20 cm de largura: com este número, são 400 páginas vezes 20 cm, oito mil centímetros, dividindo por 100 cm/m = 80 m comprimento, o que dá circunferência de quase 13 metros de raio. É muito papel para encher de letrinhas (para ter ideia, sempre uso o lote da casa de minha mãe e meu pai em Linhares, de 15 m x 30 m), quase três lotes de comprimento por quase um de largura. O autor tem de pegar o pincel e ir preenchendo de letrinhas, tem de pintar muito extensamente nossas consciências para se fazer entender (porisso sempre respeito os livros, mesmo os ruins). Além do quê, hoje em dia leio com a Rede Cognata, há surpresas formidáveis.

Compre e leia, você precisa andar mais.

Como paladino envolve coragem de todo autor, daquele que se expõe, ele tem de ser muito corajoso, o mundo é grande; e pretender enfrentar tanta gente é o que há em termos de entusiasmo.

Vitória, domingo, 27 de maio de 2018.

GAVA.