sexta-feira, 25 de maio de 2018


Os que Vão se Apoderar das Relíquias Sagradas

 

Não pense que os bons dirigirão o futuro das RS e dos artefatos dos atlantes e dos adâmicos, de modo nenhum, o equilíbrio entre os bons e os maus é aquele épsilon de que falo sempre (50 + ε + 50 – ε = 100 % da realidade).

Começa com os dedicados, os amorosos, os bons, os mansos e todo o DdB (dicionárienciclopédico do Bem) e logo passa ao lado contrário, que vai se insinuando, tornando-se dominante no meio, até a revolta dos primeiros, pois da dialética sabemos que se começa no Bem volta a ele.

Os maus vão se chegando, encostam nalgum meio-bom, vão se enturmando, vão se tornando necessários através da obsequiedade e da adulação, da bajulação, da lisonja, aglomeram-se como grupo e de repente tornam-se um comitê composto cada vez mais de maus, sempre excluindo os bons, que lhes são tóxicos, venenosos – os maus afastam-se dos bons como se afastam da cruz.

Há uma espiral de concentração de poder e utilização cada vez mais exigente de remunerações, faustos e circunstâncias. Há encastelação no poder e não por aqueles fiéis e devotados, os adoradores, e sim pelos oportunistas capazes de fingir devoção. Cercam-se de muralhas com cães de guerra, de fossos com jacarés, de exércitos bem pagos à custa da população.

Assim são as ditaduras.

Pensar que a seriedade de alguma situação os vá fazer reduzir o ritmo do aproveitamento é sandice, eles são atores e atrizes, nasceram para isso: não têm ideias, não são capazes de criar, não multiplicam: sua única capacidade é a da atuação das máscaras faciais (como disse Frank Herbert em Duna, os dançarinos faciais) e dos corpos moldáveis.

Nem adianta, é círculo, é ciclo, há o lado de baixo do relógio.

O que se pode fazer apenas para adiar sua ascensão é colocar de parte um grupo controlador, porém isso só vai fazer demorar um pouco mais a subida.

Vitória, sexta-feira, 25 de maio de 2018.

GAVA.

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