Evolução Marciana
Continuam insistindo nas bobagens
sobre Marte, sem lógica e sem investigação tecnocientífica mais apurada. Desde
o texto de 25 anos atrás, embora leigo, pude ver que tudo depende de mecânica
estelar de formação o planeta situar-se ou não no “toróide da vida”, que vai
mudando conforme a estrela envelhece. Ficava em Marte, fica em volta da Terra,
ficará em Vênus quando o Sol for mais velho.
Se houve vida primordial em Marte
dificilmente ela estará extinta, pois a vida se aferra com uma tenacidade
extraordinária; é isso que significa mutação e irradiação. De cada vez que o
ambiente muda a vida muda também e se multiplica do novo modo; uma vez tendo
surgido ela não é extinta no conjunto e facilmente. Para se ter idéia, um dos
grandes meteoritos, o de 65 milhões de anos no México, extinguiu 70 % das
formas de vida – os 30 % que sobraram não só continuaram como se aprimoraram,
chegando a nós e nossa civilização. O supergrande de (digo eu) 273 milhões de
anos matou 99 % das espécies – o 1 % restante inventou os dinossauros, grandes
formas de vida.
Não é fácil derrotar a vida.
Existem na Terra os extremófilos,
os-que-gostam-de-extremos, a vida que vive nas condições mais difíceis.
Evolução é encontrar problema e
resolver problema. Definitivamente a Vida se agarra. Olhando apenas para a
Terra há vida-extrema no sal, em altas pressões, em ambientes altamente ácidos,
a grandes temperaturas que romperiam os tecidos comuns, dentro de bolsões de
água no interior dos gelos e que está isolada lá na Antártica há 30 milhões de
anos, em profundíssimas cavernas e assim por diante.
Se mesmo por um momento houve vida em
Marte ela tendeu a persistir, inventando suas próprias condições, como também
fizemos. E o mesmo se dará em Titã, em Europa, em Io, em Vênus e em todo
planeta ou satélite onde se apresente água líquida ou gelo. Os cientistas é que
comprimiram nossa visão mais antiga de vida amplamente espalhada pelo cosmos. É
possível que ela seja bem disseminada, mesmo.
E que esteja em evolução em Marte ou
em outros lugares. Vida diferente da nossa e evolução distinta, claro.
Vitória, quarta-feira, 29 de novembro
de 2006.
VIVENDO
PERIGOSAMENTE (para
nós, para eles é a praia de verão)
A vida em
ambientes inóspitos
Uma visita guiada ao fascinante mundo dos extremófilos integrada na semana da Ciência e Tecnologia 2004 Instituto de Tecnologia Química e Biológica Universidade Nova de Lisboa
22 a 28 de
Novembro 2004
Grupo Investigação: Metaloproteínas e Bioenergética |
EXTREMÓFILOS
FORMAM BIOSFERA SUBTERRÂNEA
Até há bem pouco tempo pensava-se
que a vida só poderia existir em condições próximas daquelas a que estamos
habituados. Na verdade, sabe-se hoje que os limites térmicos e ambientais das
formas vivas estendem-se por valores muito mais amplos, podendo muitos
organismos vivos agüentar temperaturas abaixo dos 100 graus centígrados
negativos e algumas bactérias reproduzirem-se com facilidade acima do ponto
de ebulição da água.
in Jornal de Notícias, 29 de
Julho de 1999
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