quinta-feira, 31 de maio de 2018


Evolução Marciana

 

Continuam insistindo nas bobagens sobre Marte, sem lógica e sem investigação tecnocientífica mais apurada. Desde o texto de 25 anos atrás, embora leigo, pude ver que tudo depende de mecânica estelar de formação o planeta situar-se ou não no “toróide da vida”, que vai mudando conforme a estrela envelhece. Ficava em Marte, fica em volta da Terra, ficará em Vênus quando o Sol for mais velho.

Se houve vida primordial em Marte dificilmente ela estará extinta, pois a vida se aferra com uma tenacidade extraordinária; é isso que significa mutação e irradiação. De cada vez que o ambiente muda a vida muda também e se multiplica do novo modo; uma vez tendo surgido ela não é extinta no conjunto e facilmente. Para se ter idéia, um dos grandes meteoritos, o de 65 milhões de anos no México, extinguiu 70 % das formas de vida – os 30 % que sobraram não só continuaram como se aprimoraram, chegando a nós e nossa civilização. O supergrande de (digo eu) 273 milhões de anos matou 99 % das espécies – o 1 % restante inventou os dinossauros, grandes formas de vida.

Não é fácil derrotar a vida.

Existem na Terra os extremófilos, os-que-gostam-de-extremos, a vida que vive nas condições mais difíceis.

Evolução é encontrar problema e resolver problema. Definitivamente a Vida se agarra. Olhando apenas para a Terra há vida-extrema no sal, em altas pressões, em ambientes altamente ácidos, a grandes temperaturas que romperiam os tecidos comuns, dentro de bolsões de água no interior dos gelos e que está isolada lá na Antártica há 30 milhões de anos, em profundíssimas cavernas e assim por diante.

Se mesmo por um momento houve vida em Marte ela tendeu a persistir, inventando suas próprias condições, como também fizemos. E o mesmo se dará em Titã, em Europa, em Io, em Vênus e em todo planeta ou satélite onde se apresente água líquida ou gelo. Os cientistas é que comprimiram nossa visão mais antiga de vida amplamente espalhada pelo cosmos. É possível que ela seja bem disseminada, mesmo.

E que esteja em evolução em Marte ou em outros lugares. Vida diferente da nossa e evolução distinta, claro.

Vitória, quarta-feira, 29 de novembro de 2006.

 

VIVENDO PERIGOSAMENTE (para nós, para eles é a praia de verão)

A vida em ambientes inóspitos
Uma visita guiada ao fascinante mundo dos extremófilos integrada
na semana da Ciência e Tecnologia 2004
Instituto de Tecnologia Química e Biológica
Universidade Nova de Lisboa
22 a 28 de Novembro 2004

Grupo Investigação: Metaloproteínas e Bioenergética
EXTREMÓFILOS FORMAM BIOSFERA SUBTERRÂNEA
Até há bem pouco tempo pensava-se que a vida só poderia existir em condições próximas daquelas a que estamos habituados. Na verdade, sabe-se hoje que os limites térmicos e ambientais das formas vivas estendem-se por valores muito mais amplos, podendo muitos organismos vivos agüentar temperaturas abaixo dos 100 graus centígrados negativos e algumas bactérias reproduzirem-se com facilidade acima do ponto de ebulição da água.
in Jornal de Notícias, 29 de Julho de 1999

Nenhum comentário:

Postar um comentário