A Venda da Felicidade
QUEM
SE VENDA
DE
DENTRO PARA FORA (demanda)
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Venda2 [Do germ. binda, 'faixa' (em
al. Binde).]
S. f. 1. Tira de pano com que se
cobrem os olhos.
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DE
FORA PARA DENTRO (oferta)
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Venda1 [Do lat. vendita, part. pass.
de vendere, 'vender'.] S. f. 1. Ato ou efeito de vender; vendagem, vendição.
2. Pequeno estabelecimento comercial onde se vendem artigos variados. 3.
Botequim onde se vendem, sobretudo, bebidas a varejo e pequenos artigos, como
velas, pilhas, sal, etc.
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As lojas tanto vendem a gordura das
picanhas e outras carnes como felicidade de consumo quanto, ao contrário, o
remorso de ter comido e ficado gordo, daí pílulas de emagrecer, exercícios,
dietas, visitas ao médico. Tanto vendem a felicidade do sim quanto a felicidade
do não. Podem embutir no mesmo produto o sim e o não, o norte e o sul, as
oposições.
Como vivemos de autogratificação
estamos sempre colocando a venda nos olhos, tanto a venda-ocultamento a nos
levar desprevenidamente quanto a venda-loja, a que atrai; os dois princípios
presentes, Eros-vida e Tanatos-morte, nos empurram e puxam respectivamente.
Vamos por gosto. Não há ninguém que nos ensine a ser ponderados, meditativos,
pois o Capitalismo geral pensa ser antiprodutivo em vez de refinador do
modo-de-viver, o modus vivendi. Pensa ser contra o Estabelecimento, o modo
estabelecido de ser-ter-estar. Pelo contrário, a felicidade estenderia o tempo
de vida do Capitalismo ou qualquer modo de dominar; de fato, é o que vem
acontecendo.
Contudo, os capitalistas vêm vivendo
tanto de vender o carro ultra veloz quanto a superpreocupação de usá-lo.
Vitória, domingo, 26 de novembro de
2006.
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