A
Lama Alimentadora
Depois de A Lama Cobre o Mundo, pela dialógica, pelo TAO e pelo MP Modelo Pirâmide vem o lado bom, pois
é moeda, tem duas faces, a boa e a ruim. Megas toneladas de lama quente cobrem
tudo de horizonte a horizonte, conforme os tamanhos dos batatões (as flechas,
cometas ou meteoritos), a lama, o solo aquoso endurece, fica duro como pedra e eventualmente
petrifica mesmo voadores, nadadores, andadores, plantas, animais, primatas, desde
quando estes passaram a existir. Porções imensas de solo viram cemitérios com
milhares, centenas de milhares ou mesmo milhões de quilômetros quadrados, os
tecnocientistas matemáticos é que vão poder dizer.
Como disse, tudo que veio a mal vem a bem.
Aquela lama é fértil, ela é o amontoado de
resíduos de toda espécie, de esqueletos a restos de vegetais, todo tipo de
matéria misturada.
Quando o ciclo da água recomeça e esfria o
lodo já seco, os pingos escavam e começam a distribuir os materiais, recriando
os rios, os lagos, as fozes, as plataformas, os taludes e novamente um fundo
marinho para a próxima queda.
Recomeça tudo.
O solo vai fertilizar quando cair a primeira
semente, a Vida tão valente (veja Vitalidade) reiniciará a colonização das
terras emersas, do ar, das água; a guerra tremenda da Vida para sobreviver e
continuar a avançar é formidável, de agudíssima beleza, a Terra vai
reesverdeando, vai recolorindo tudo, produzindo novas variantes a partir dos antípodas.
Lá vai ela recompondo segundo a segundo, metro quadrado após metro quadrado,
sim, mas com novas espécies.
Então, a lama que havia destruído, agora se
transforma em construtora, em fermento, o solo toma alento, respira e se joga
para cima com uma alegria desconhecida, porque não há mais os inimigos de
antes, é tudo amplo, pasto descomunal livre de adversários, de antagonistas, de
competidores: se as capivaras aparecem, elas não possuem predadores espreitando,
não têm opositores, vão em frente a toda velocidade, criando-se em bandos
incontáveis, como as centenas de milhões de bisões na América do Norte.
A lama, que havia sido o adversário, torna-se
agora o amigo, o amparador, o sustentador e por todo lado há cor verde e
brilhos variados.
Vitória, domingo, 4 de março de 2018.
GAVA.
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