quarta-feira, 14 de março de 2018


Russell Nunca Encontrou Descartes

 

Bertrand Russell (Reino Unido, 1872-1970), 3º conde Russell foi lógico e matemático, além de pacifista.

Renè Descartes (francês, 1596-1650) foi matemático.

Não poderiam mesmo ter se encontrado em vida (em psicologia).

Entrementes (como já coloquei para nosso amigo PACOS e Sofia, mocinha de 19 anos, moradora do 602, enquanto conversávamos sobre vários assuntos na piscina do prédio), um anúncio de Russell –devo procurar e achar o livro – disse não sei quando que a pessoa não senta propriamente na cadeira, a (bunda, digo eu) não a toca, as nádegas não tocam a calça, que não tocam a cadeira. Fiquei mais de 20 anos empacado nisso, que é um nodo gnosiológico. Se você estivesse nu (para afastar outras explicações), não conseguiria sentar na cadeira, as nádegas não tocariam, digamos, a madeira, pois os átomos se repeliriam em razão do eletromagnetismo. Depois daquelas duas décadas, resolvi o aparente desvio lógico, dialógico, dizendo que ISSO É TOCAR, é o que chamamos de tocar, esse repelir indutivo.

Se vemos assim, nada toca realmente em nada, pois ao teclar neste instante meus dedos não tocam o teclado, eles se repelem mutuamente ação-reação.

Até aqui temos Russell.

Se as pessoas não se tocam ao se darem as mãos, na realidade nada se toca, nem os 100 bilhões de neurônios, nem os 10 trilhões de células do corpo humano, nem os 90 trilhões de bactérias boas e ruins que coabitam em nosso corpo.

NADA SE TOCA.

Já mostrei que os seres humanos, assim como todos os objetos do universo são meramente nuvens, mas essa é outra história, fiquemos no desencontro entre Russell e Descartes, que disse a frase célebre “penso, logo existo”, isto é, basta dizer que alguém pensa para afirmar correlativamente que ele existe, é parte da Natureza (isso colocaria embaraços no Congresso Nacional).

Contudo, se NADA do cérebro se toca, como ele funciona?

Isso é muito inquietante, porque aqui há pensamento sem existência (existência é coexistência), dado que nada no universo reconhece nada mais, todos os objetos são separados – dá-se o pensamento no vazio (aqui o problema é o Palácio do Planalto). Como o cérebro manda mensagens, se ao chegarem ao seu destino não conseguem tocá-lo? O universo não existe, não se reconhece em nenhum objeto, mas ainda as pessoas acreditam pensar. Fica difícil aceitar que por pensar, existo (já que não há existência, só o pensar: PENSO, LOGO...), que se pelo menos reconheço o pensar sei inequivocamente que existo, estou na Natureza. Não posso provar o existir, PORTANTO, ele não deriva da Natureza, que é feita de descolagens.

Deve haver um elemento FORA DA NATUREZA (é uma prova indireta do É essencial de Deus) que pensa: de duas, uma – ou Deus pensa e somos só pensar aparente do pensar verdadeiro dele, pensar indireto vindo do pensar direto, ou há outra explicação, a de que pensar não é condição de existir (de fato, há no ES e no Brasil várias pessoas que não pensam, entretanto, existem; e há toda a Vida, especialmente animais e primatas, todos os existentes, que não pensam, como já coloquei em outra ocasião, porém sabemos que existem).

Esse pensar divino é um nodo agnosiológico.

É ele que permite o pensar racional, o que produz nodos gnosiológicos, embaraçosos momentos de fuga ou adormecimento da razão.

Apesar de não existirmos, continuamos pensando.

Ou esse não-tocar russelliano deve se emparelhar com o pensar cartesiano, sendo uma e a mesma coisa, uma tríade que produz um par polar oposto-complementar que, quando não olhado atentamente, produz confusão: quer dizer, apesar de não existirmos daquele modo tradicional, pensamos (e a explicação real do pensar fica para depois). Ou o livre-arbítrio não existe. Ou...

Vitória, quarta-feira, 14 de março de 2018.

GAVA.

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