sexta-feira, 16 de março de 2018


Quem Gosta do Japão?

 

Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao Japão em 1543, descobriram-no e o chamaram Cipango. A Companhia de Jesus foi criada em 1534 pelo depois Santo Inácio de Loyola em Paris, França; em 1549 o depois São Francisco Xavier (também espanhol, como Santo Inácio), apenas seis anos após a descoberta e somente 15 anos depois do início da Companhia chegou para espalhar a Boa Nova. Foram muito precoces, e perseguidos.

O filme que vi, Silêncio, tem três ótimos atores, Liam Neeson (nas duas horas e 41 minutos ele aparece no início durante minutos e nos 33 minutos finais raramente, em 161 minutos menos de 30, menos de 1/5 – é só um chamariz de vendas), Andrew Garfield e Adam Driver. É filme do ótimo diretor Martin Scorsese (americano, 1942), sempre respeitável.         

O filme fala dos apóstatas ex-padres jesuítas Ferreira e Rodrigues.

CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO

História do Catolicismo Romano no Japão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
 
As atividades missionárias iniciaram-se de fato em 1549, realizadas por jesuítas ao abrigo do Padroado. De início tiveram um enorme sucesso, estabelecendo várias congregações. Mais tarde, sob o patrocínio espanhol, chegaram ao Japão as ordens mendicantes dos franciscanos e dominicanos. Dos 95 jesuítas que trabalharam no Japão até 1600, 57 eram portugueses, 20 eram espanhóis e 18 italianos.[1] Francisco Xavier,[2][3] Cosme de Torres e o Padre João Fernandes foram os primeiros a chegar a Kagoshima na esperança de levar o cristianismo e o catolicismo para o Japão. Estima-se que no seu auge tenha chegado a haver cerca de 300 mil cristãos no Japão.[4] Mas a intromissão estrangeira em um país em fase de unificação incomodou as autoridades locais, logo o catolicismo foi progressivamente reprimido em várias partes do país[5] até ser proibido após a Rebelião de Shimabara, entre 1637 e 1638[6] passando a ser celebrado em segredo na clandestinidade pelos chamados kakure kirishitan (隠れキリシタン, "cristão escondido"?).[5] Em 1859, quando chegaram ao Japão, missionários franceses descobriram que cerca de 60 mil japoneses praticavam o cristianismo na clandestinidade. As comunidades kakure kirishitan existem até hoje.[5]

Certamente a perseguição começou depois da proibição em 1612 e da rebelião de 1637/1638, quando eram 300 mil (Rodrigues diz isso no filme) os cristãos, reduzidos mais de 200 anos depois à fidelidade de 60 mil praticantes escondidos, 1/5 de resistentes fiéis (4/5 eram fracos e desertaram, muitos dos fiéis foram martirizados). Como se sabe, comércio com o Ocidente foi reiniciado na marra pelo comodoro americano Perry (1794-1858) no acordo de 1854, com abertura dos portos em 1868; e em 1945 os americanos impuseram a monarquia COM CONSTITUIÇÃO (quer dizer, a cidadania de “todos são iguais perante a lei”, após 1.400 anos de desmandos imperiais) depois de jogar as duas bombas. Antes dos cristãos, os japoneses eram tratados como animais pelos daimios (senhores da guerra) e pelos guerreiros samurais guiados pelo bushido, código de honra entre eles, que como militares controlavam e destratavam a população em nome do xogunato e do Xógum, o usurpador do trono do imperador, governante por trás do trono – o governador militar da ditadura).

A Web diz que existem atualmente uns três milhões de cristãos no Japão, com 10 mil igrejas e templos para população de 127 milhões em 2016, menos de 2,4 %, muito menos que na China e na Coréia do Sul). O Japão não adotou os códigos cristãos, mas sua eficiência sim, eles são oportunistas.

SOBRE O CRISTIANISMO NO JAPÃO

Suki Desu

Cristianismo

 
A história do cristianismo no Japão teve início em 1549 quando um missionário jesuíta, Francisco Xavier chegou a Kagoshima acompanhado de um samurai, Ansei Yajiro. Apesar de grande oposição dos líderes e budistas do Japão, o cristianismo levado pelos jesuítas recebeu total apoio dos governantes, Oda Nobunaga e Hieyoshi Toyotomi.
Mas em Julho de 1587, o generalíssimo Hideyoshi acossado de uma ira doentia determinou que os missionários não poderiam permanecer no país.  Houve perseguições, expulsões e destruição de igrejas. E em 1612 o cristianismo é colocado fora de lei. Uma inquisição foi instituída em 1640 pelo Xogun Iemitsu Tokugawa iniciando uma perseguição aos cristãos. Apenas em 1792 essa inquisição acabou e em 1873 o cristianismo foi reconhecido no Japão.
Atualmente existe aproximadamente 3 milhões de cristãos no Japão, e quase 10 mil igrejas e templos. O Cristianismo no Japão é ainda considerado por muitos japoneses como religião de estrangeiros. Uma das dificuldades do crescimento do cristianismo no Japão, é o compromisso de renunciar ao politeísmo do Xintoísmo e do Budismo japonês. Existem 32.036 sacerdotes cristãos e pastores no Japão.

Assim como não há no mundo ninguém que seja amigo da China sem ser comprado ou amedrontado ou batido, também não há para o Japão, que maltratava todo mundo à volta, provavelmente desde a criação do império lá por 600. Com certeza, nos séculos mais recentes, especialmente antes e durante a Segunda Guerra mundial os maus-tratamentos aos coreanos, aos chineses na invasão da Manchúria, aos do sudeste asiáticos, aos tornados prisioneiros, aos cristãos, a todos persistiram ou foram implementados.

No caso dos japoneses creio que dois povos gostam deles, o americano e o brasileiro, que são quase antípodas, vivem tão longe que não puderam sofrer em suas mãos todas as barbáries por eles praticadas.

Como já disse, ao contrário de alguns historiadores incapazes de pensar, os astecas-mexicanos e os incas-peruanos estavam cinco mil anos atrasados em relação à chegada dos espanhóis, portanto, situados em 3500 antes de Cristo, sequer tinham visto surgir entre eles um iluminado que pedisse consideração pelo próximo. Olhando as construções muito mais avançadas da China (que teve dois iluminados próprios, Lao Tsé e Confúcio, e um importado, Buda) e do Japão (um iluminado importado, Buda) podemos admirar a perfeição tentada nos objetos, seus cuidados mais avançados que os dos ocidentais e os gestos e tratamentos de cidadania e hospitalidade também.

Porém, vendo o filme veio a impressão de que eram apenas dois mil anos mais avançados que os índios mais adiantados das Américas, quer dizer, situavam-se em relação à Europa em 1500 a.C., na altura da civilização egípcia. Em 1500 as reformas-transformações levadas por Jesus já tinham se tornado árvores robustas na Europa, enquanto tudo no Japão e na China era uma pátina, uma pintura por cima da podridão do desafeto, do desamor, o “pântano” de que o roteirista e o diretor falam: “o Japão é um pântano”.

POR INTERPRETAÇÃO, QUANTO AOS DOIS APÓSTATAS, EIS O QUE POSSO PENSAR (como dizem, a morte é o pagamento da apostasia, não a primeira, sim a segunda, quando o indivíduo é mergulhado no negrume, no nirvana, no nibana, na Natureza, seu nome é tirado do Livro da Vida/Verdade/Lei e esquecido no Céu – Buda se enganou redondamente, mas talvez fosse isso que queria)

Sendo assim, que Ferreira e Rodrigues sejam mergulhados na segunda morte, o negrume, e apagados para sempre – e nunca mais se falará seus nomes em todo o universo.

Vitória, sexta-feira, 16 de março de 2018.

GAVA.

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