Perícia
Dotada de Conhecimento
No livro muito bom de Ricardo Molina, O
Brasil na Fita (De Collor a Dilma, do caso Magri à Lava-Jato, o que vi
e ouvi em mais de 20 anos), Rio de Janeiro, Record, 2016, ele fala de uma
quantidade de investigações que ele e outros fizeram de 1992 até o momento da
escrita do texto.
A formação tecnocientífica dele é ampla,
variada, sensata e ele entre outros trouxe aquelas buscas ajuizadas que venho
pedindo desde antes das minhas participações no Tribunal do Júri (não marquei as
datas, mas foi antes da aposentadoria em julho de 2015, antes de eu ir para a
Agência da Receita da Serra, onde fiquei uns quatro anos, por conseguinte,
antes de 2011), onde presenciei as coisas mais absurdas em termos de apresentar
resultados policiais, como diz o povo “tudo feito nas coxas” (não tinha
conotação sexual, eram telhas portuguesas feitas no Brasil nas duas pernas,
apressadamente).
Antes desse avanço da aplicação das
tecnociências à área da justiça, tudo era feito no facão, no machado, às marteladas,
de qualquer jeito, para justificar: com isso soltaram muitos culpados e
condenaram muitos inocentes. O Poder Judiciário é uma tragédia no Brasil, é uma
desgraça, até mais que os outros poderes, também ridículos – eles competem para
ver qual consegue ser pior. E existe aquela encenação dos “supremos” (segundo
Gilmar Mendes) no SujoTF, o STF, Supremo Tribunal Federal e suas subordinações.
Claro, existem os sérios, os honestos, tudo aquilo há mesmo, temos sempre que
ressaltar.
Não eram pesquisas dotadas de Conhecimento
(Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e
Matemática) geral, particularmente da tecnociência, com seu método científico
minucioso, cuidadoso, zeloso da verdade. Os superiores hierárquicos pediam
resultados, os de baixo produziam relatórios, há a hora da bebida, há
brincadeiras nas repartições, a amante e a esposa esperam, as crianças pedem
atenção, há que acumular socioeconomicamente, a coisa toda desanda mesmo, as
explanações saem de qualquer jeito, vai que vai.
A tecnociência tem 24 modos, como já vimos no
MP Modelo Pirâmide, sendo 12 as
técnicas altas-teóricas ou ciências e 12 as ciências baixas-práticas ou
técnicas.
Que eu tenha lido, esse foi o primeiro perito
criterioso, que apresenta os elementos logicamente com começo, meio e fim,
encadeamento, justificativas, buscas intensas e demoradas de dias ou semanas,
visita ao local, replicação aproximada do evento em tela e segue, como fazem
americanos, europeus e japoneses faz tempo, e as outras polícias do mundo, como
a exemplar canadense que resolve quase 100 % dos casos, poucas pendências (a
Internet via GVT está fora do ar, não posso obter o percentual dado na Web).
Enfim, RESULTADOS CORRETOS, os mais próximos
dos fatos.
É disso que precisamos.
Vitória, quinta-feira, 29 de março de 2018.
GAVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário