Ano
Passado Perdi 70 Mil
G1
Edição do
dia 28/10/2016
Número de
homicídios no Brasil é maior do que o de países em guerra.
Na Síria, em 4 anos, morreram 256 mil
pessoas. No Brasil, quase 279 mil.
Em 2015, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte foram os mais violentos. |
Dividindo quase 280 mil por quatro temos 70
mil, daí o título.
Repare que já somos muitos no mundo, a
caminho de oito bilhões, que são 70 mil em tão imensa quantidade, perguntarão
os insensíveis, um para 100 mil. Não obstante, digo que uma só perda é muito,
quanto mais 70 mil e os mais do mundo: de fome, de abandono, nos suicídios, nos
tiroteios, nas guerras, em toda parte - que espécie perdulária, desperdiça de
tudo!
O que poderíamos fazer com todas essas
pessoas que desprezamos?
Evidentemente, não é o caso de provar que um
assassinado daria excelente violinista, poderia não querer, poderia não
aproveitar a oportunidade, poderiam não existir orquestras ou o tempo ser
desfavorável a esse tipo de aplicação. Poderia ser cientista, poderia ter
qualquer um dos nove tipos de conhecimentos. Poderia ser ou não ser excelente
operário, não temos como saber o que faria, poderia não fazer nada. PORÉM, com
a morte das pessoas condenadas à prisão perpétua da morte, SABEMOS COM CERTEZA
QUE NÃO FARÃO, nem terão as chances. Transformaram-se em pele e ossos, com os
milhares de anos virarão pó que nem teve chance de se tornar vaso ou qualquer
coisa brilhante.
Como se pode construir qualquer mundo com tanta
gente desconstruída? Digamos que a expectativa de vida seja de somente 50 anos
(fica mais fácil fazer as contas), o povo morto-assassinado (não de morte
natural, inclusive com doenças) equivale a centenas de bilhões de anos de
tarefas não processadas; alguém deveria fazer as contas, excluindo as doenças.
Quanta falta de grandeza há na humanidade!
Como é difícil trabalhar com esse material
ruim da Natura...
Vitória, sexta-feira, 23 de março de 2018.
GAVA.
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