sexta-feira, 23 de março de 2018


Ano Passado Perdi 70 Mil

 

G1

Edição do dia 28/10/2016
Número de homicídios no Brasil é maior do que o de países em guerra.
 
Na Síria, em 4 anos, morreram 256 mil pessoas. No Brasil, quase 279 mil.
Em 2015, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte foram os mais violentos.

Dividindo quase 280 mil por quatro temos 70 mil, daí o título.

Repare que já somos muitos no mundo, a caminho de oito bilhões, que são 70 mil em tão imensa quantidade, perguntarão os insensíveis, um para 100 mil. Não obstante, digo que uma só perda é muito, quanto mais 70 mil e os mais do mundo: de fome, de abandono, nos suicídios, nos tiroteios, nas guerras, em toda parte - que espécie perdulária, desperdiça de tudo!

O que poderíamos fazer com todas essas pessoas que desprezamos?

Evidentemente, não é o caso de provar que um assassinado daria excelente violinista, poderia não querer, poderia não aproveitar a oportunidade, poderiam não existir orquestras ou o tempo ser desfavorável a esse tipo de aplicação. Poderia ser cientista, poderia ter qualquer um dos nove tipos de conhecimentos. Poderia ser ou não ser excelente operário, não temos como saber o que faria, poderia não fazer nada. PORÉM, com a morte das pessoas condenadas à prisão perpétua da morte, SABEMOS COM CERTEZA QUE NÃO FARÃO, nem terão as chances. Transformaram-se em pele e ossos, com os milhares de anos virarão pó que nem teve chance de se tornar vaso ou qualquer coisa brilhante.

Como se pode construir qualquer mundo com tanta gente desconstruída? Digamos que a expectativa de vida seja de somente 50 anos (fica mais fácil fazer as contas), o povo morto-assassinado (não de morte natural, inclusive com doenças) equivale a centenas de bilhões de anos de tarefas não processadas; alguém deveria fazer as contas, excluindo as doenças.

Quanta falta de grandeza há na humanidade!

Como é difícil trabalhar com esse material ruim da Natura...

Vitória, sexta-feira, 23 de março de 2018.

GAVA.

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