Estupendos
Antepassados
Como já sabemos, há a locomotiva que leva o
mundo adiante, para o futuro, e há os vagões, os grandes vagos que levam o peso
morto dos centomens e das centomulheres (a quem não bastam suas pernas e braços,
precisam tomar os dos outros).
Quanto mais olho para o passado, mais vejo
que os da frente-de-onda que apontava e levava ao futuro foram os antepassados
corajosos que nos deram nossa não agradecida sobrevivência.
FUTURO
DO PRETÉRITO
VIVERAM DOS
ESFORÇOS ALHEIOS E FORAM TRAZIDOS A NÓS POR CADA LOCOMOTIVA QUE FEZ FORÇA.
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ANTIGAS
LOCOMOTIVAS, QUE NÃO TIVERAM MEDO DE ARREMETER PARA FRENTE.
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Esses ainda vivem por aí como primatas
(judiados, infelizmente).
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Aqueles primatas que tiveram coragem de descer
das árvores, onde estariam protegidos, para ir correr risco no chão.
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Os primeiros que deram o salto para
hominídeos, 10 milhões de anos atrás.
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Destes, os primeiros a entrarem na caverna,
onde poderiam ser acossados pelos predadores.
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Os que se tornaram neandertais há 300 mil
anos e CROM cro-magnons há 100 mil anos.
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Os que se espalharam no mundo, até a
Patagônia e a Austrália.
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Os inventores, os exploradores, os
conquistadores, os empreendedores.
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Os que amam e auxiliam.
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Depois das cavernas, vieram os pós-cavernas,
os que largaram o sossego protegido da defesa inviolável nelas para ir viver do
lado de fora, construindo todo tipo de casas sujeitas a invasão (cobras, ratos,
baratas, predadores maiores, outros humanos). A seguir os pré-cidades das vilas
ou pequenas comunidades, os ajuntamentos mínimos, as casas coladas, sem rua
quase nenhuma ou tão estreitas que os humanos precisavam passar de lado,
dificultando a passagem dos grandes predadores. Mais tarde, a primeira cidade, Jericó,
o primeiro grande ajuntamento há 12 mil anos, toda a construção civilizada até
a invenção da escrita há 5,5 mil anos.
E assim por diante.
Quanto mais para trás, mais corajosos; quanto
mais adiante, mais acomodados aos confortos, ao não-fazer, ao transferir
tarefas, até chegar no capitalismo de agora. Nós, vivendo em coletividade,
estamos coletivamente cada vez mais defendidos e protegidos, mas
individualmente cada vez mais fracos e degenerados.
Vitória, quarta-feira, 14 de março de 2018.
GAVA.
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