De
Repente Todos os Mitos e Lendas se Tornam Muito Interessantes
A serem verdadeiras a questão das relíquias
(agora provavelmente escondidas com extremo zelo: uma parte pelas igrejas,
outra pelos governos, outra por seitas e instituições conspiradoras; algumas,
perdidas), como contado em Os Dons Perdidos,
“é verdade sem mentira certo muito verdadeiro” (como diz Jorge Bem em A
Tábua das Esmeraldas) que todos os mitos e lendas se tornarão de repente
muito significativos e suas fontes procuradas com insistência, a saber, na Bíblia
(Tora, Talmude, Mishná), no Testamento, nos fragmentos
recuperados pelos arqueólogos, em pinturas, em peças de cerâmica, em textos sumérios
e egípcios, bem como os persas e orientais, tudo mesmo de Norte a Sul, de Leste
a Oeste, até entre os índios (maias, astecas, incas e seus precursores) e os neandertais
da Austrália e Nova Zelândia, bem como os samoanos. Quanto mais antigas as
fontes, mais as pessoas as buscarão. Tudo se tornará muito sensível e haverá
gente (de empresas e dos governos) fuçando em toda parte, agoniada para chegar
primeiro, fazendo o certo e o errado visando ultrapassar os demais aos
atropelos) lendo e relendo os textos e objetos (de barro, de cerâmica, de
bronze, de ferro – tudo que foi descoberto e exposto; por outro lado, os que os
têm passarão a ocultá-los; e a Biblioteca do Vaticano será cada vez mais visada
e atacada, sem falar nos budistas e taoístas, que chegaram antes) com a nova
chave.
Será perigoso.
A perspectiva de lucros e as esperanças de ganhos
abundantes enlouquecem as pessoas, porque em suas curtas vidas querem porque
querem os benefícios dos “baixos instintos”, dos “prazeres do corpo” (na
realidade, é tudo mental), o destaque entre todos (principalmente neste mundo
de oito bilhões, com 99,999 % de desconhecidos), a busca do orgulho (fama,
poder, riqueza e beleza) ostentatório.
Muito, muito arriscado.
Ainda mais que, como sempre, os governos
alegarão “motivos de segurança nacional” para impor suas tropas e restrições,
enquanto os outros se revoltarão, todos participando da carnificina, ocultando
quanto puderem da imprensa, cujo motivo maior será mostrar a todo custo ou
esconder, em nome dos interesses velados que a movem. Patriotismo, ganhos
mirabolantes, algumas motivações bondosas, os dedicados de sempre à causa popular
– essas coisas juntas infernizarão o mundo PORQUE, você sabe, essa coisa vem
rolando propagandisticamente há seis mil anos, 200 gerações de 30 anos, quer
dizer, 200 esquecimentos, alterações e aumentos lendários e mitológicos. Tudo
aquilo que foi abandonado, desprezado, largado de banda de repente passará a
ter significado aflitivo, até doloroso, pois gerador de angústia para pessoas
que pensam em ser as primeiras a mostrar e ficam amarguradas pensando no
contrário, de serem passadas para trás na escada da evidência.
Não vai ser nada bonito, muitos caracteres
serão expostos do modo mais sombrio e abominável. Uma corrida ao ouro, revoltantemente
pior.
Vitória, sábado, 31 de março de 2018.
GAVA.
MITOS
E LENDAS NO DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS
LENDA.
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Substantivo feminino
1 m.q. legenda
('vida de santo')
2 narrativa de
caráter maravilhoso em que um fato histórico, centralizado em torno de algum
herói popular (revolucionário, santo, guerreiro), se amplifica e se
transforma sob o efeito da evocação poética ou da imaginação popular; legenda
3 narrativa ou
crendice acerca de seres maravilhosos e encantatórios, de origem humana ou
não, existente no imaginário popular, freq. explicando fenômenos da natureza
Obs.: cf. mito
Ex.: a l. da cobra-d'água
4 Derivação: por extensão de sentido.
tradição popular
Ex.: uma cultura com raízes na l. e não na ciência
5 Derivação: por extensão de sentido.
mito popular de origem recente
Ex.: em torno desse hábil político criou-se uma l. que ele
soube explorar muito bem
6 Derivação: sentido figurado.
atitude enganadora, falsa; engodo, fraude, mentira
Ex.: as curas maravilhosas apregoadas pelo charlatão eram
pura l.
7 Derivação: sentido figurado.
narrativa
fastidiosa; ladainha, lengalenga
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MITO.
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Substantivo masculino
1 relato fantástico
de tradição oral, ger. protagonizado por seres que encarnam, sob forma
simbólica, as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana;
lenda, fábula, mitologia
Ex.: <m. e lendas dos índios do Xingu> <os m. da
Grécia antiga> <o m. de Narciso>
2 narrativa acerca
dos tempos heroicos, que ger. guarda um fundo de verdade
Ex.: o m. dos argonautas e do velocino de ouro
3 Rubrica: antropologia.
relato simbólico, passado de geração em geração dentro de
um grupo, que narra e explica a origem de determinado fenômeno, ser vivo,
acidente geográfico, instituição, costume social etc.
Ex.: o m. da criação do mundo
4 Derivação: por extensão de sentido.
representação de fatos e/ou personagens históricos, freq.
deformados, amplificados através do imaginário coletivo e de longas tradições
literárias orais ou escritas
Ex.: o m. em torno de Tiradentes
5 exposição alegórica
de uma ideia qualquer, de uma doutrina ou teoria filosófica; fábula, alegoria
Ex.: <o m. da utopia, de More> <o m. da caverna,
de Platão>
6 Derivação: sentido figurado.
construção mental de algo idealizado, sem comprovação
prática; ideia, estereótipo
Ex.: <o m. do detetive infalível> <o m. do bom
selvagem>
7 representação
idealizada do estado da humanidade, no passado ou no futuro
Ex.: o paraíso terrestre segundo Nostradamus: m. ou
profecia?
8. valor social ou
moral questionável, porém decisivo para o comportamento dos grupos humanos em
determinada época
Ex.: <o m. do negro de alma branca> <o m. da
virgindade>
9 afirmação
fantasiosa, inverídica, que é disseminada com fins de dominação,
difamatórios, propagandísticos, como guerra psicológica ou ideológica
Ex.: <o m. do comunista que come criancinhas> <o
m. da inferioridade mental dos negros>
10 afirmação ou
narrativa inverídica, inventada, que é sintoma de distúrbio mental; fabulação
Ex.: sua ideia de que está sendo
perseguida não passa de um m.
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