segunda-feira, 7 de agosto de 2017


Vá Tomar Bagno

 

Comprei, mas só comecei a ler o livro de Marcos Bagno (pronunciado Banho), Preconceito Linguístico, 56ª edição (passou por tanta gente!), revista e ampliada, São Paulo, Parábola, 2015. Diz na segunda orelha que é professor da UnB Universidade de Brasília.

Primeiro vou indagar sem é bom pensador.

1.       Na página 9 ele diz “(...) minhas pesquisas pessoais”: não existe pesquisa impessoal (pesquisa sempre requer empenho do pesquisador, até quando um doutor empurra os mestrandos para isso), mesmo se feita por computador há um programa ordenador e a introdução de dados, selecionados para produzir informações (ninguém colocaria dados matemáticos, equações e variáveis, numa receita de bolo); e “minhas pesquisas” já diz que são dele;

2.       Idem: “Me vali igualmente de tudo que venho colhendo em minha permanente militância contra o preconceito linguístico e em favor de uma educação em língua materna mais democrática e coerente com o estado atual das ciências da linguagem e da educação”, negrito e itálico meus. A frase dá a entender que ele conhece o ESTADO ATUAL (de qualquer hoje) das ciências da linguagem (veja que são 193 países, 4,0 mil estados, uns 200 a 300 mil municípios) e da educação, multiplicada uma pela outra em toda a mídia (TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Cinema, Web, Rádio) – é um super-homem.

Não é grande pensador, sequer é pensador no sentido filosófico de aprofundamento, é fraco mesmo. Entendendo que não é grande, nem pensador, podemos ler a primeira orelha, onde diz:

“O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura individual diante do outro”.
Não é, nem pode ser, porque ninguém nasce preconceituoso, por exemplo, os nem reparam nos outros chineses na China, só quando vai um branco ou negro. O PRECONCEITO É SOCIAL, é ensinado, porisso pode ser desensinado; doutro modo, se fosse pessoal e genético, não haveria modo de combater.
“Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito, mais feio, mais elegante, mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se transforma em atitude, ela se torna discriminação e esta tem de ser alvo de denúncia e combate”.
Sendo as classes E, D, C, B e A, há cinco modos de apuro, não é tudo igual, há comportamentos mais delicados e outros mais brutos, todos devendo ser politicamente respeitados Os pares polares bonito/feio, elegante/rude não podem ser colocados nessa categoria falsa de “politicamente correto”, são enunciados do universo. Quanto a atitude, tudo é ato, as pessoas sequer podem ser discriminativas ao tomar atitudes, é a vida. Denunciar e combater é essa atitude mesquinha da esquerda e do PT de imprensar as pessoas.

OLHANDO A CURVA DO SINO DA EXPRESSÃO

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E
D
B
B
A
Falar paupérrimo, miserável.
Falar pobre.
Falar médio.
Falar médio-alto.
Falar rico, extremamente apurado.
2,5 % ou 1/40 e aderentes.
90,0 %.
2,5 % ou 1/40 e aderentes.
Falar de 80 %.
Falar de 20 %.
Povo.
Elites.

Os acadêmicos, os do Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática), os pesquisadores e desenvolvedores, os governantes não podem falar tatibitate popular porque seriam motivo de riso entre os pares, por não saberem cultivar a língua culta de comunicação internacional e mundial. Não se trata de esnobismo, é questão de transmissão rápida de conhecimento, do saber corrente no nível mais alto da percepção. Quem sequer se atreveria a escrever artigo para revista internacional em vernáculo chulo e rasteiro daquilo que chamei de Língua 800 (de 800 vocábulos)?

Vemos que o Bagno é apenas um divulgador de suas ideias, não é pensador, não é filósofo da língua, não é linguista, não é filólogo, nem pode estar a par da frente de ondas da pesquisa e desenvolvimento linguístico, longe disso.

Vou ler para investigar o besteirol.

Vitória, segunda-feira, 7 de agosto de 2017.

GAVA.

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