domingo, 6 de agosto de 2017


Filósofo Superficial

 

O livro é de Leandro Karnal, Todos Contra Todos, Rio de Janeiro, LeYa, 2017, onde ele tenta provar que no Brasil todos estão contra todos, o que é eminentemente errado no MP Modelo Pirâmide, onde acredito que o universo é 50/50: PORTANTO, 50 % não estão contra os outros, ou estaríamos numa guerra polar. Demonstrei também que o ódio não faz persistir a humanidade, aliás, nenhuma espécie, seriam todos de tal cenário conduzidos à extinção, leia A Luta pela Sobrevivência do Mais Apto Leva à Extinção e ouça no Youtube.

O autor está errado desde a capa.

AUTOR.
LIVRO.
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Rio Grande do Sul, 1963.
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Só 50 % padecem por princípio de tal defeito. Os outros, não, mas podem ser induzidos, havendo 2,5 % ou 1/40 (e seus aderentes) de irredutíveis, relação máxima de 1/20 ou 5/100. Os outros dão sustentação através do amor, da caridade, da atenção, da amizade, do auxílio, do amparo.

Depois, tenta convencer que o Brasil não é cordial.

Por exemplo, diz na página oito (pretendo comentar outras vezes, aqui é só uma primeira abordagem): “A expressão guerra civil não aparecia nunca nos livros didáticos no Brasil. Cabanagem, Balaiada, Farroupilha? Eram revoltas regenciais, termo didático, não sangrento e asséptico”.

Depois, na página 17: “Para começo de conversa, tivemos durante a nossa história dezenas de guerras civis (...)”, negrito e itálico meus. A RC Rede Cognata diz que civil = GERAL = GLOBAL e segue.

CONFLITO.
LOCAL, NÃO GERAL.
TEMPO.
Abrilada.
Pernambuco.
1824.
Cabanagem.
Pará.
1835-1840.
Sabinada.
Bahia.
1837-1838.
Balaiada.
Maranhão.
1838-1841.
Farroupilha.
Rio Grande do Sul.
1835.

Veja, todas locais.

O QUE ELE DIZ

p. 15
“A violência é o eixo definidor de nossas ações”.
De modo nenhum, o Brasil é o país mais pacífico do mundo, tanto é assim que a Igreja precisou forçar para criar santos locais – não há morticínios terríveis a gerar mártires. Os brasileiros são espetacularmente calmos e pacientes, mercê da presença de Cristo e da ação estabilizadora da Igreja.
p. 15
“Um rio de ódio flui, perene, sob águas aparentemente calmas”.
p. 18
“Em qualquer outro país do mundo, chamaríamos isso de guerra civil. Aqui, não”.
Em nenhum lugar do mundo conflitos locais são chamados de guerra civil: na França só teve uma, a Revolução Francesa, nos EUA uma, a Guerra da Secessão, na Inglaterra só uma, justamente chamada de Guerra Civil (a outra que poderia ser assim apelidada foi golpe de Elizabeth contra Maria Stuart).

Nem em 1964 houve guerra civil, geral, o que aconteceu foi marcha sobre o Rio de Janeiro (não era mais a capital, já transferida para Brasília, Distrito Federal).

Não existe nenhum “mito do pacifismo” (p. 14), existe paz, não é mito, vivemos aqui, podemos ver quando não desejarem forçar para o contrário.

Na página 13, ele diz “(...) sempre teremos 999 pessoas odiando para cada pessoa que pensa”, um em cada 1.000. A população passa agora os 210 milhões de habitantes, seriam 210 mil pensando, no Espírito Santo quatro mil.

Bom, para começar, todos pensam, é isso que define a racionalidade.

OLHEMOS A CURVA DO SINO (no sentido filosófico de pensar, pensar filosófico).

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EXTREMA ESQUERDA.
ESQUERDA
CENTRO
DIREITA
EXTREMA DIREITA.
2,5 % ou 1/40 e aderentes.
90,0 %.
2,5 % ou 1/40 e aderentes.
Pensam quase nada.
Pensam pouco.
Pensam.
Pensam muito.
Pensam sobre tudo.

De fato, temos aqueles 5 %, 2,5 % que pensam de moto próprio e outro tanto de aderentes, que se esforçam por admiração, esse 1/40 dando 5,25 milhões, metade de crianças, sobrando pouco mais de 2,6 milhões de adultos em várias tarefas, o que dá mais de 12 vezes os 210 mil estimados por ele.

Agora, o que é o pensar filosófico?

Primeiro, é se esforçar por alcançar os sentidos anteriormente postos, ser capaz de ler os antigos filósofos. Segundo, é descobrir sentidos novos, pensar o novo, a nova filosofia, os embaralhamentos de agora, ser capaz de ler todo o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) para encontrar saídas dos labirintos que levam a paradoxos. Para resumir, é aprofundar os assuntos. Quem fica na superfície não aprofunda, é a lógica, não produz nada de novo – esses serão professores de filosofia, não filósofos. Karnal é isso, professor, e nem é bom, se vende às demonstrações falseadas do momento.

Existem cientistas e técnicos, e existem professores de Ciência e de Técnica, os que retransmitem os antigos e os novos conhecimentos, pelo menos conseguem ler e entender mais ou menos os textos produzidos. O Karnal faz, no máximo, uma colcha de retalhos, uma colagem de dados que rolam no ambiente, conforme as aparências. Um filósofo desconfiaria das aparências, das exterioridades. Filósofo não é superficial, se for superficial não é filósofo.

Vitória, domingo, 6 de agosto de 2017.

GAVA.

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