Filósofo
Superficial
O livro é de Leandro Karnal, Todos
Contra Todos, Rio de Janeiro, LeYa, 2017, onde ele tenta provar que no
Brasil todos estão contra todos, o que é eminentemente errado no MP Modelo Pirâmide, onde acredito que o
universo é 50/50: PORTANTO, 50 % não estão contra os outros, ou estaríamos numa
guerra polar. Demonstrei também que o ódio não faz persistir a humanidade,
aliás, nenhuma espécie, seriam todos de tal cenário conduzidos à extinção, leia
A Luta pela Sobrevivência do Mais Apto
Leva à Extinção e ouça no Youtube.
O autor está errado desde a capa.
AUTOR.
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LIVRO.
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Rio Grande do Sul, 1963.
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Só 50 % padecem por princípio de tal defeito.
Os outros, não, mas podem ser induzidos, havendo 2,5 % ou 1/40 (e seus
aderentes) de irredutíveis, relação máxima de 1/20 ou 5/100. Os outros dão
sustentação através do amor, da caridade, da atenção, da amizade, do auxílio,
do amparo.
Depois, tenta convencer que o Brasil não é
cordial.
Por exemplo, diz na página oito (pretendo
comentar outras vezes, aqui é só uma primeira abordagem): “A expressão guerra
civil não aparecia nunca nos livros didáticos no Brasil. Cabanagem, Balaiada,
Farroupilha? Eram revoltas regenciais, termo didático, não sangrento e
asséptico”.
Depois, na página 17: “Para começo de
conversa, tivemos durante a nossa história dezenas de guerras civis (...)”,
negrito e itálico meus. A RC Rede Cognata diz que civil = GERAL = GLOBAL e
segue.
CONFLITO.
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LOCAL, NÃO GERAL.
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TEMPO.
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Abrilada.
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Pernambuco.
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1824.
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Cabanagem.
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Pará.
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1835-1840.
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Sabinada.
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Bahia.
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1837-1838.
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Balaiada.
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Maranhão.
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1838-1841.
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Farroupilha.
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Rio Grande do Sul.
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1835.
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Veja, todas locais.
O
QUE ELE DIZ
p. 15
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“A violência é o eixo definidor de nossas
ações”.
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De modo nenhum, o Brasil é o país mais
pacífico do mundo, tanto é assim que a Igreja precisou forçar para criar
santos locais – não há morticínios terríveis a gerar mártires. Os brasileiros
são espetacularmente calmos e pacientes, mercê da presença de Cristo e da
ação estabilizadora da Igreja.
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p. 15
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“Um rio de ódio flui, perene, sob águas
aparentemente calmas”.
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p. 18
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“Em qualquer outro país do mundo, chamaríamos
isso de guerra civil. Aqui, não”.
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Em nenhum lugar do mundo conflitos locais
são chamados de guerra civil: na França só teve uma, a Revolução Francesa,
nos EUA uma, a Guerra da Secessão, na Inglaterra só uma, justamente chamada
de Guerra Civil (a outra que poderia ser assim apelidada foi golpe de
Elizabeth contra Maria Stuart).
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Nem em 1964 houve guerra civil, geral, o que
aconteceu foi marcha sobre o Rio de Janeiro (não era mais a capital, já
transferida para Brasília, Distrito Federal).
Não existe nenhum “mito do pacifismo” (p.
14), existe paz, não é mito, vivemos aqui, podemos ver quando não desejarem
forçar para o contrário.
Na página 13, ele diz “(...) sempre teremos
999 pessoas odiando para cada pessoa que pensa”, um em cada 1.000. A população
passa agora os 210 milhões de habitantes, seriam 210 mil pensando, no Espírito
Santo quatro mil.
Bom, para começar, todos pensam, é isso que
define a racionalidade.
OLHEMOS A CURVA DO
SINO
(no sentido filosófico de pensar, pensar filosófico).
EXTREMA ESQUERDA.
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ESQUERDA
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CENTRO
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DIREITA
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EXTREMA DIREITA.
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2,5 % ou 1/40 e aderentes.
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90,0 %.
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2,5 % ou 1/40 e aderentes.
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Pensam quase nada.
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Pensam pouco.
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Pensam.
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Pensam muito.
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Pensam sobre tudo.
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De fato, temos aqueles 5 %, 2,5 % que pensam
de moto próprio e outro tanto de aderentes, que se esforçam por admiração, esse
1/40 dando 5,25 milhões, metade de crianças, sobrando pouco mais de 2,6 milhões
de adultos em várias tarefas, o que dá mais de 12 vezes os 210 mil estimados
por ele.
Agora, o que é o pensar filosófico?
Primeiro, é se esforçar por
alcançar os sentidos anteriormente postos, ser capaz de ler os antigos filósofos.
Segundo,
é descobrir sentidos novos, pensar o novo, a nova filosofia, os embaralhamentos
de agora, ser capaz de ler todo o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião,
Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) para encontrar saídas dos
labirintos que levam a paradoxos. Para resumir, é aprofundar os assuntos. Quem
fica na superfície não aprofunda, é a lógica, não produz nada de novo – esses serão
professores de filosofia, não filósofos. Karnal é isso, professor, e nem é bom,
se vende às demonstrações falseadas do momento.
Existem cientistas e técnicos, e existem
professores de Ciência e de Técnica, os que retransmitem os antigos e os novos
conhecimentos, pelo menos conseguem ler e entender mais ou menos os textos
produzidos. O Karnal faz, no máximo, uma colcha de retalhos, uma colagem de
dados que rolam no ambiente, conforme as aparências. Um filósofo desconfiaria
das aparências, das exterioridades. Filósofo não é superficial, se for
superficial não é filósofo.
Vitória, domingo, 6 de agosto de 2017.
GAVA.
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