Receitas de Sucesso
Não seriam receitas
de sucessos socioeconômicos ou produtivorganizativos e sim de alimentos,
pastas, bebidas e temperos.
Só que o modelo pede
para separar para povo e elites, porque os gostos são diferentes (ricos e
pobres em geral apreciam coisas distintas), também conforme as raças, as
regiões do país (as comidas do Nordeste do Brasil são bem diversas das do
Sudeste ou do Sul). Há quatro sexos (machos, fêmeas, pseudomachos e
pseudofêmeas), várias idades (crianças e adultos, moços e velhos). Há cinco
classes do labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas)
e assim por diante.
Quando publicam as
receitas nunca perguntam nas ruas, nas fábricas, nas repartições quais são os
gostos específicos, entendendo-se que comer todos comem e beber todos bebem.
Mas não do mesmo modo, não nos mesmos horários (manhã, meio-dia, de tarde, de
noite, de madrugada), nem nas mesmas longitudes e latitudes, para não falar de
altitudes, de alturas, de alimentos propícios nas planícies e no alto das
montanhas.
Ninguém fez essas
separações. As receitas são oferecidas e cada um que escolha a sua. Não há
especificidade diante da tremenda complexidade do mundo atual.
Grandes e pequenas
cidades se alimentam do mesmo modo? Centro e periferia da mesma maneira? Gente
sossegada em casa em finais de semana do mesmo jeito que pessoas
atarefadíssimas em horário de pique? Doentes e sadios dos mesmos pratos? Claro
que não, mas ninguém pesquisa teórica & desenvolve praticamente os
elementos, os gostos, conforme pede o modelo, que diz que não vai haver união a
menos que todas as separações sejam respeitadas – o forçamento impede a união.
Assim sendo, é
preciso que os governempresas se empenhem em publicar livros de receitas com
essas distinções, conforme possam ser sondadas nos grupos, através das
separações naturais.
Vitória,
sexta-feira, 21 de novembro de 2003.
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