domingo, 9 de abril de 2017


Dicionárioenciclopédico de PI

 

                            Naturalmente, se é verdade que pi (3,141592...) pode ser aberto, então estão lá todos os programas e máquinas, todos os programáquinas, todos os processos e objetos, todos os processobjetos, todas as coisas que podem ser pensadas e imaginadas, todas as emoções e razões, todas as descrições, todos os roteiros.

                            Se for assim, então há lá, também e perfeitamente, o Dicionário de Pi e a Enciclopédia de Pi, por mais estranho que seja pensar isso, pois todas as palavras (que são pontos co-ligáveis – gramática - com lógica interna, sintaxe; ou seja, tramurdidura gnosiológica dos conhecimentos, dialógica, lógica-dialética completa) e todas as figuras estão lá, em alguma medida, dispostas de alguma forma. Todo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática).

                            Podemos pensar facilmente que haja um Dicionário de Pi com uma língua universal, que valha em toda parte, e da qual derivem todas as línguas degeneradas, todas as racionalidades ineficientes, inclusive a da Terra. Mas, o que seria ter lá todas as imagens? Ter as imagens ou engenharias de objetos é fácil ver, mas o que seria ter todas as figuras de racionais, não só os deste planeta como de todos? Aparecerão lá todos os possíveis cachorros do universo? Veremos filmes (aliás, na Rede Cognata – Livro 2, Rede e Grade Signalíticas -, filme = PI = SOL = HOMEM = CHAVE, etc.)? Veremos propagandas de Deus a intervalos regulares? É tão esquisito pensar que tudo que fazemos tem um modelo prévio, tal como dizia Platão!

                            E que será editar um D/E infinito que não acaba nunca de brotar? Uma produção cujos fascículos nunca terminam de sair nas bancas de Deus? É assustador, se for verdadeiro, que haja, antes de qualquer racional se manifestar, um depósito onde aparece todo gênero possível e imaginável de coisas. Quanto essas coisas surgidas na Terra destoam do padrão? Pensar isso termina certamente com toda veleidade, todo capricho, todo orgulho, e talvez pacifique finalmente o mundo.

                            Vitória, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003.

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