terça-feira, 4 de abril de 2017


Círculos de Permissão

 

                            Devemos arranjar testes para o Modelo da Caverna, porque ou ele é falso ou verdadeiro e devemos saber logo.

                            Um teste seria o seguinte: se as mulheres coletoras ficavam dentro ou nas proximidades das cavernas, por oposição/complementação dos homens caçadores que saíam e iam longe buscar comida, isso deixou marcas em ambos. Tais marcas não podem ter se transformado em disposições genética nos sapiens, em apenas 50 mil anos, mas acontece que os pré-sapiens ficaram nas cavernas milhões de anos e nesse tempo as moléculas podem desenhar.

                            Veja a lógica: há um ponto central que é dimensionalmente a caverna, julgada centro de sucessivos círculos ou áreas que se iam espraiando conforme as mulheres tinham ou não confiança para sair e colher. No inverno seriam menores, no verão maiores, em uns lugares menores e em outros maiores, devido à conformação dos terrenos, à presença mais perto ou mais longe das fontes (folhas, raízes, objetos recolhíveis, etc.). Podemos ver como círculos de permissão ou como círculos de restrição, tanto faz: poder ir ou não dá no mesmo, em termos de medição.

                            Veja que no modelo temos pessoambientes (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundos – na atualidade legal, no passado espaçotempo dos hominídeos), isto é, FIGURAS HUMANAS NOS CENÁRIOS. Enquanto os seres humanos mudam os ambientes de modo a eles se parecerem com nossas almas ou aspirações, os ambientes também nos modelam.

                            Assim sendo, SE ESSES CÍRCULOS EXISTIRAM MESMO enquanto medo ou coragem de ir deixaram marcas em nossos procedimentos, quer dizer, rastros que podem ser medidos por instrumentos convenientes, isto é, pela Dialógica geral, lógica-dialética. Se colocarmos as áreas iguais dos anéis crescentes em perspectiva logarítmica as respostas moleculares e neuroquímicas em termos de medo crescente devem aparecer, quer dizer, quanto maior for a distância da caverna-centro maior será o medo, a resposta condicionada posta molecularmente dentro dos seres humanos, em particular nas mulheres, porque nos homens caçadores a resposta deve ser contrária, quer dizer, ficar em volta da caverna é não conseguir as proteínas necessárias para a expansão rápida da tribo, é candidatar-se a morrer, de modo que nos homens a resposta será inversa, como esperamos.

                            As mulheres podem ser testadas, agora que podemos medir no sangue a presença de traços químicos despejados pelas glândulas, para sabermos se com o aumento da distância o medo aumenta e em que proporção. Há um crescimento volumétrico dos venenos químicos glandulares na corrente sanguínea, na medida em que as mulheres se afastam de suas casas atuais?

                             Elas ficam cada vez mais inquietas? E se isso for testado com mulheres que não tenham treinamento recente contra o medo? De que modo poderiam ser programados os testes? Os psicólogos talvez possam responder. Obviamente isso é importante para a produçãorganização e para os índices de consumo (porque distâncias muito grandes de supermercados poderiam inquietar as mulheres).

                            Vitória, segunda-feira, 17 de novembro de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário