terça-feira, 4 de abril de 2017


Casa de Vidro

 

                            Não significa proposta de construção real de uma casa assim, porém a indicação de conflitos que se estabeleceram entre os seres humanos (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas) e seus sucessivos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo, na rede legal de produçãorganização, e antes disso no espaçotempo pré-histórico de evolução), entre homens caçadores e mulheres coletoras no Modelo da Caverna (q.v), entre cada ser e seu ambiente, entre os cenários antigos e os recentes, etc.

                            Por exemplo, veja esse caso do contraste entre os antigos e os atuais cenários. Vivíamos desde milhões de anos os antropóides e mesmo os sapiens de 50 a 10 mil anos passados dentro de cavernas ou nas suas imediações (o que está refletido em nossas casas), sempre pequenos, e agora vivemos em grandes aglomerações – é certo que os ambientes antigos estão dentro de nós EM CONTRASTE ou em oposição a esses de agoraqui. Estes ambientes em que vivemos, embora projeções daqueles que estão impressos em nossos programas, são diferentes, ainda que não tanto assim. Mas são, um pouco que seja, são.

                            Se as mulheres viveram milhões de anos em cavernas, que são maciças, que se situam dentro de montanhas, que oferecem a segurança de metros e metros de pedra dura e resistente entre o SER feminino e suas crias e o mundo exterior predador e violento, cheio de pelos e dentes (inclusive os homens), evidentemente as mulheres são sensíveis em suas almas a exposições e a desproteções, digamos assim, a terem entre elas (e os protegidos) e o ambiente um quase nada, um vidro, matéria transparente. Nada pode provocar mais medo, mais angústia, mais insegurança que uma coisa dessas – e, se for verdade, pode ser testado nos restos psicológicos das figuras femininas. As mulheres de todas as idades e culturas podem ser postas dentro de casas de vidro, para testar a validade da hipótese. Se for verdadeiro que adquirimos dentro das cavernas essa ideia de segurança, estar em casas de vidro significará total desproteção e dor, medo pânico, tormentos indizíveis, fonte de psicopatias. A transição feminina para as casas não deve ter sido fácil e deve ter levado milhares de anos para que os homens as convencessem a mudar para as cavernas artificiais.

                            Vitória, domingo, 16 de novembro de 2003.

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