Celebrações do
Crescimento Humano
Em qualquer lugar e
estação, qualquer estado ou país, promovida por qualquer grupo, com presença ou
não de igrejas, ou de partidos políticos, com doações ou não de empresas,
podemos celebrar o crescimento dos seres humanos, de PESSOAS (de indivíduos,
famílias, grupos e empresas) e de AMBIENTES (municípios/cidades, estados,
nações e mundo), como já se faz, mas ainda mais, muito mais.
E nelas, nessas
festas, se fará não proselitismo, que é deselegante, que é a idéia de que os
outros estão errados e nós certos em nossas crenças, mas a propagação, com a
aceitação de gente de qualquer denominação, de qualquer ideologia, crente ou
ateu, desde que se professe um debatedor da condição humana, com as dores e
alegrias inerentes, um curador das feridas da alma, manso e autodisciplinado,
dentro das normas que forem instituídas.
De modo que qualquer
um que de livre vontade adira participe, se junte. Não é nosso interesse
afastar ninguém de qualquer religião, pelo contrário, desejemos uma maior
aproximação de cada um com sua fé, porque muitas igrejas já estão fazendo um
bom trabalho.
Mas as celebrações,
como símbolo da ONG (organização não-governamental) Crescimento Humano, CH, devem ter um jeito característico, várias
cores típicas alegres, como um vestido vaporoso de mulher (devemos entregar a
elas, especialmente a decoradoras, tapeceiras, rendeiras e outras tecnartistas
a tarefa de imaginar esse jeito próprio, sempre renovado), brilhante e
iluminado de felicidade. A tristeza que pesou sobre a humanidade por tantos
milênios deve ser abolida, com a notícia alvissareira de que as grandes
alegrias estão chegando.
Isso depende de
grande planejamento, para não cairmos naquela coisa pesada e intragável, cheia
de vigilâncias (mas também não se deve cair na bandalheira) e remorsos –
queremos uma festa, não um velório. Contudo, não se vá perturbar a vizinhança.
O projeto não é pretensioso, não pretende salvar a humanidade dos demônios, nem
de si mesma, não é coisa de santo, é apenas festa, como disse a Clarice
Lispector num de seus livros: come, come e reparte na festa de Teu Pai, porque
a grande mesa está posta. Ela disse, em Cidade
Sitiada, p. 143, que o amor que temos pelos outros é medida de nós e dos
outros, o amor é o tanto que dos outros conseguimos compreender: “(...) ela
própria só conhecida do homem o amor que ela lhe dava”. Só conheceremos das
pessoas o amor que lhe dermos, só as conheceremos na mesma medida em que
soubermos amá-las.
Vitória,
quarta-feira, 26 de novembro de 2003.
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