domingo, 9 de abril de 2017


Ceagá

 

                            O modelo diz que a soma zero 50/50 comporta um lado negativo (não faz juízo de valor: a negatividade depende de quem está olhando) e um lado positivo. Assim, as siglas tanto são boas quanto ruins. Parecem-me boas porque compactam o falar, como na Matemática, quando poucos símbolos bastam para dar passos bem largos e ligeiros, vencendo grandes distâncias. Quem diria constantemente Secretaria de Administração e dos Recursos Humanos do Espírito Santo? Melhor SEARP/ES.

                            De ruim vem junto que a gente perde o alcance do que está sendo dito, já que SEARP/ES não nos mostra: 1) que é secretaria, auxiliar do governador, não responde finalmente pelo governo executivo estadual; 2) que é administração, centro de controle do GEES; 3) que fala de recursos, algo que se pode usar e reusar nesta e naquela ocasião e lugar; 4) que são humanos, portadores de humanidade ou racionalidade (o que tende a ser esquecido de fora e de dentro); 5) que é do ES, não de Minas Gerais ou de São Paulo, portanto numa escala própria de desenvolvimento.

                            Do mesmo modo CH, Crescimento Humano, nome da ONG (organização não-governamental) que queremos criar, e, para facilitar a pronúncia, CEAGÁ, com muitas vogais, fechadinha, redondinha, fácil de falar. Emplacável, devendo ser registrada como sigla, junto com PCH, PECEAGÁ, do partido do CH.

                            Acho que esse nome foi muito bom porque é uma mesa redonda em volta da qual podemos discutir todas das questões humanas e o que elas têm em comum: ecologia ou conservação da natureza biológica/p.2; defesa de uma educação contemporanizada; debate da opressão policial e criminosa, que é dupla; rediscussão do Tributo geral; introdução da leitura constitucional e das leis nos currículos escolares; defesa intransigente de dignidade total para as mulheres, e assim por diante. Nada precisa ficar de fora porque tudo que nos inquieta e faz sofrer pode ser debatido e enfrentado, enquanto carga individual e coletiva de sofrimento.

                            A escolha do símbolo não é tudo. Se não houver conteúdo no que se pretende fazer, pouco adiante se irá. Mas, se houver estrutura que sustente, a bandeira tem grande significado, como para Constantino: “com este símbolo vencerás”, disse Jesus.

                            Vitória, terça-feira, 25 de novembro de 2003.

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