Audácia Humana
Tendo feito já
coisas extraordinárias os engenheiros se propõem agora ultrapassar até a ficção
de anos atrás (que deve agora se esforçar desmesuradamente para extrapolar
minimamente a Ciência e a Técnica).
Pois inventaram uma
ponte entre Nova Iorque, nos EUA, Londres na Inglaterra e Paris na França que
teria a bagatela de 5.400 km, maior que qualquer distância em linha reta dentro
do Brasil, que nos extremos comporta apenas 4,5 mil quilômetros, fora engano.
Para meu espanto calcularam que precisam de somente 54 mil módulos de 100 metros cada
de concreto e aço (faça as contas, dá certinho!), colocados debaixo do
mar, 100 metros ou mais na vertical e presos por imensos cabos ao fundo do
Atlântico, de tal modo que - fique pasmado - os trens possam circular não a 500
km/h como os trens-bala, mas a OITO MIL KM/H, seis vezes a velocidade do som,
que é de 1,3 mil km/h.
Não que isso possa
ser tecnocientificamente realizado agora, nem que a socioeconomia planetária
comporte (alguém calculou, naturalmente na base do chute, que custaria a
ninharia de 30 trilhões de dólares, tanto quanto a produção de todo o mundo num
ano inteiro). Estaria sujeito a tantos problemas que não compensaria todas as
perdas o ganho de tempo de viagem. Mas, se fosse feito, a humanidade aprenderia
horrores tanto no bom quanto no mal sentido.
Entrementes, que as
pessoas possam falar disso e que alguns levem realmente a sério é que nos causa
o maior espanto de todos. Veja que a humanidade está numa condição ímpar, de já
nessa idade fazer projetos planetários (não vá tentar uma nova Torre de Babel,
a Torre do Orgulho), de engenharia que engloba o mundo inteiro. Não é
formidável? É sim, mas creio que, por mais apreço que eu tenha pelos
engenheiros, há umas coisas bem grandes que podem ser feitas pela porção
desfavorecida da humanidade. No modelo mesmo existem umas gigantescas e muito
mais proveitosas para todos.
Vitória,
quinta-feira, 13 de novembro de 2003.
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