Maga Rita Vê Coisas
Mágicas
Rita era maga ou se pensava tal.
O raciocínio que parecia lhe dar
competência para isso era bastante tortuoso: havendo o par polar i
Deus-Natureza e se a Natureza era o lado inerte, Deus era o lado ativo,
criador. Tanto a Bíblia (e os livros sagrados) estavam certos ao afirmar que
“no princípio era o Verbo”, quanto de fato o expressar-se – sendo a
característica central da racionalidade – deveria ser replicado no nível mais
alto. Isso era uma falácia, porquanto a racionalidade, devendo expressar-se
sobre o exterior, sobre o mundo mais vasto, fá-lo com signos que comprimem tal
exterior (de outro modo não mentalizável), fazendo-o caber na rede de
memórinteligência dos racionais da Terra, os humanos, na rede eletroquímica do
cérebro. Quer dizer, a compactação em símbolos permite apreciar o exterior como
uma névoa do programáquina corpomental humano.
Já i Deus-Natureza não é criador nem
criado, i Si É. Sempre foi, é, sempre será. Não veio a ser e ao ser não é por
palavras, i é a Matemática e a Língua meta-essênciexistencial. Deus-Natureza
não “fala” o exterior porque não existe exterior, i Si É, i Si É e Si fala.
Deus-Natureza acontece, decorre.
Mas a maga Rita imaginava que, se
pudesse replicar os processos elevados dialógicos-p.6 de i (depois da
Físico-Química, depois da Biologia-p.2, depois da Psicologia-p.3, depois da
Informática-p.4, depois da Cosmologia-p.5), PODERIA em tese falar os
acontecimentos, ordenando aos objetos que se conformassem.
Como já não era o caso de afastar a
Teologia-Religião, a Filosofia-Ideologia, a Ciência-Técnica e a Matemática, a
Magia-Arte agora adotava os caminhos todos demonstrativos.
Então, a maga Rita foi freqüentar um
curso de Física.
FAZENDO
FÍSICA (a
Magia-Arte deve ser físico-química também) – ela deve acompanhar todos os
conhecimentos.
Magia-Arte
|
Teologia-Religião
|
|||||
Filosofia-Ideologia
|
Ciência-Técnica
|
|||||
Matemática
|
||||||
19
|
Natureza Cinco N.5
|
p.6
|
Pluriversos
|
∞
|
(*)
|
|
18
|
Universos
|
10.000 milhões AL
|
2
|
|||
17
|
Dialógica
|
Superaglomerados
|
100 milhões
|
1
|
||
16
|
Aglomerados-galáxias
|
10 milhões AL
|
1
|
|||
16
|
Natureza Quatro N.4
|
p.5
|
Galáxias-aglomerados
|
|||
15
|
Constelações
|
100 AL
|
4
|
|||
14
|
Cosmologia
|
Sistemas estelares
|
10 AL
|
1
|
||
13
|
Planetas/mundos
|
107 m
|
2
|
|||
13
|
Natureza Três N.3
|
p.4
|
Mundos/planetas
|
|||
12
|
Nações
|
106 m
|
1
|
|||
11
|
Informática
|
Estados
|
105 m
|
1
|
||
10
|
Cidades-municípios/empresas
|
104 m
|
1
|
|||
10
|
Natureza Dois N.2
|
p.3
|
Empresas/CM
|
|||
9
|
Grupos
|
102 m
|
2
|
|||
8
|
Psicologia
|
Famílias
|
101 m
|
1
|
||
7
|
Indivíduos/corpomentes
|
100 = 1 m
|
1
|
|||
7
|
Natureza Um N.1
|
p.2
|
Corpomentes/indivíduos
|
|||
6
|
Órgãos
|
10-1 m
|
1
|
|||
5
|
Biologia
|
Células
|
10-2 m
|
1
|
||
4
|
ADRN/moléculas
|
10-4 m
|
2
|
|||
4
|
Natureza
Zero N.0
|
Química
|
Moléculas/ADRN
|
|||
3
|
Átomos
|
10-8 m
|
4
|
|||
2
|
Física
|
Subcampartículas
|
10-17 m
|
9
|
||
1
|
Campartícula
fundamental cê-bóla ©
|
10-35 m
|
18
|
|||
(*)
– degraus até o nível inferior (como se fossem apartamentos faltantes no prédio
de 61 andares) em potências de dez; dois andares colados (1) significam que o
de baixo ou o de cima é dividido ou multiplicado por 10. 10-35 m é o
horizonte de Planck.
Pense assim: que do cê-bóla até os
subcampartículas (quarks e outros) vão 18 degraus de base 10, quer dizer, 18
multiplicações por 10:
1.000.000.000.000.000.000
São imensos vazios. Não obstante, o
campartícula AGE À DISTÂNCIA, sem qualquer intermediação. No nível em que
estamos - o da racionalidade - com palavras obscurecemos a essência-existência.
Não há nenhuma grua material que vença tais distâncias. Sem qualquer toque ©-©;
cada © opera sobre todo e qualquer outro © a essas enormes distâncias
diametrais (pois, de outra forma, todo cê-bóla criaria outro, duplicando a cada
10-44 s a massa do universo, ou a base se esvaziaria). Se tomássemos
as dimensões do corpomente-indivíduo, de um metro, multiplicando por 1018
isso nos levaria a 1.000.000.000.000.000 m ou 1.000.000.000.000 km – um ser
humano interferiria em outro a 1.000.000 de 1.000.000 km de distância vazia (um
ano-luz é igual aproximadamente a 10 trilhões de km: 365,25 dias/ano x 86.400
s/dia x 300.000 km/s).
Imagine só os saltos.
Literalmente saltos sobre o vazio.
Há esse estranho poder mágico.
Por conseguinte, há tanto o poder da
ação por proximidade, por toque, como no plano da racionalidade em que não
estávamos conscientes (até a contemporaneidade, até depois de 1789) de haver
distâncias tão grandes para baixo (embora para cima, sim).
Como pode do chão saltar 18 degraus?
Não há nada ali, mas há efeitos: para afetar as partículas superiores, as
inferiores devem MATERIALMENTE tocar, enviar mensageiras continuamente e não
podem fazer isso, por definição.
Isso é mágico.
Ademais, como uma rede de causações
aleatórias produz vida e ordem? Em cima estão os efeitos esperados (bater nas
teclas) e algo de dentro, chamado “vontade” encarrega-se de fazer exatamente
isso QUANDO DESEJADO.
Maga Rita ficou espantadíssima e achou
que o mundo era mesmo mágico e que toda Magia-Arte, de fato tudo, provinda de i
Deus-Natureza que Se Era.
Finalmente Maga Rita entendeu a Magia
e a Arte de i.
Serra, sábado, 07 de julho de 2012.