Cemitérios nos
Quintais
Para onde vão esses milhares de
pessoas desaparecidas?
Não se trata só de gente consumida
pelas ditaduras, são todos aqueles que meramente sumiram: saíram para comprar
chicletes e nunca mais foram vistos. Antes não sabíamos o que os fazia sumir,
agora está inquietantemente ligado desde o começo dos transplantes à
compra-venda de órgãos de adultos e (chocante!) - de crianças.
Acontece que a Rede Cognata dá essa
variação: cemitério = CMT = QNTL = QUINTAL = CENTRO = GEOMÉTRICO = CANTO =
COMIDA = CAMADA = GOVERNANTE = ADMINISTRADOR = GOSTO e segue.
Quintais ficam perto das casas e se há
por ai assassinos (como devem existir, diz a Curva do Sino: metade é propensa)
seria mais fácil para eles vigiar o próprio quintal; por princípio assassinos
seriais ou não vão querer morar em casas que tenham quintais. É fácil enterrar
ali, muito mais que levar para longe, colocar em terras alheias que podem ser
reviradas por estranhos, por animais, pela chuva, por máquinas e outras coisas,
além de ser difícil transportar os cadáveres. Pelo contrário, em quintais tudo
é fácil, não é preciso nem ter transporte, muito menos carro com porta-malas
grandes. “É daqui prali”, como diz o povo.
Não sei se a RC está certa ou não, mas
vale a pena investigar, agora que existem aquelas máquinas de obter imagens de
debaixo do solo. E deve ser indiscriminado, porque não importa quem é suspeito
ou não, a RC não fala disso: não terá cometido crimes quem não o tiver feito,
só isso. São milhares de quintais, até centenas de milhões (dado haver 1,5
bilhão de famílias, talvez, para 6,4 bilhões de seres humanos), inclusive em
muitos a que foram sobrepostos edifícios de muitos andares. É preciso ser
sistemático (pois pelo menos isso tornará tudo muito difícil posteriormente, já
que todo mundo que tiver quintal a partir daí será suspeito).
Vitória, quarta-feira, 24 de maio de
2006.
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