quarta-feira, 3 de janeiro de 2018


Escuro Blake

 

O pluriverso existe, mas não desse jeito que falam.

Principalmente do modo como a ele se refere Blake Crouch no livro que começa admiravelmente, tem 2/3 de encheção de linguiça e termina melancolicamente.

O AUTOR E O LIVRO

Resultado de imagem
EUA, 1978
Resultado de imagem para MATÉRIA ESCURA LIVRO
Rio de Janeiro, Intrínseca, 2017 (original de 2016).

Palavreado supostamente tecnocientífico, com as mais recentes pesquisas expostas sobre matéria escura, mas sem o mínimo de sustentabilidade no Conhecimento geral. Por exemplo, diz na página 248: “Num nível puramente intelectual, sempre soube que nossa separação e nosso isolamento são ilusórios. Todos somos feitos do mesmo material – pedaços explodidos da matéria que se formou no calor de estrelas mortas”.

Não somos, não, de jeito nenhum, nunca fomos. Uma estrela explodiu, enviou as partículas, elas se reaglomeraram adiante: as que estão no sistema solar não são as que estão em Vega ou Arcturos ou quaisquer outras estrelas. As que originaram a Terra não deram início a Júpiter e assim por diante aos milhões de objetos. Bilhões de toneladas de fora caíram na Terra, esmigalharam-se e foram formar corpos, os pedaços que estão em você não estão em mim e assim por diante.

Enfim, não passa de balela.

OS UNIVERSOS EXPRESSÁVEIS TEM DIALÓGICA PROFUNDA

MACROPIRÂMIDE
N.5, natureza cinco
22
Pluriverso
p.6
DEUS
21
Universos
Máximos controladores.
20
Superaglomerados
Dialógica
H7
19
Aglomerados
H6
N.4, natureza quatro
18
Galáxias
p.5
H5
17
Constelações
H4
16
Sistemas estelares
Cosmologia
H3
15
Planetas
H2
MESOPIRÂMIDE
N.3, natureza três
15
Mundos: TERRA AGORAQUI.
p.4
 
 
 
 
Humanidade = H1.
14
Nações
13
Estados
Informática
12
Cidades-municípios
N.2, natureza dois
11
Empresas
p.3
10
Grupos
09
Famílias
Psicologia
08
Indivíduos
MICROPIRÂMIDE
N.1, natureza um
08
Corpomentes
p.2
07
Órgãos
-1
06
Células
Biologia
-2
05
ADRN-replicadores
-3
N.0, natureza zero
04
Moléculas
Química
-4
03
Átomos
-5
02
Subcampartículas (10-18 m)
Física (17 degraus).
-6
01
Cê-bóla © (10-35 m)
CAMPARTÍCULA FUNDAMENTAL.

Os caminhos para chegar ao topo são muitos, inumeráveis, mas todos eles devem obedecer à dialógica tabelada à esquerda e à direita, têm de comportar soluções prováveis. Dizer que uma escolha gera infinitas variedades de universos a visitar é estupidez, o universo em que estamos tem de 1070 a 1080 partículas, seria preciso gerar infinitos universos, todos com gravidade que os atrairiam inexoravelmente uns aos outros, esmagando-os desde o princípio. Além disso, cada pessoa poderia tomar inumeráveis decisões; e, dentro de cada universo que escolhesse, outras tantas, cada qual a multiplicação ilimitada.

Patacoada da pior categoria.

E, pior ainda, quer se fazer passar por ciência, longe dela estando.

Cita Mark Twain, “Nada existe a não ser espaço vazio...”. Mentira! Os gregos já falavam mais de dois mil anos antes dele em “átomos e vazio”, não é somente vazio, não faria sentido. Twain podia ser bom escritor, mas de pensar nada entendia.

Em resumo, não compre o livro.

Deplorável.

Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.

GAVA.

Dragões Pesadões

 

A AUTORA E O LIVRO (é uma série)

Resultado de imagem
Tui S. Sutherland, venezuelana, 1978.
https://images.livrariasaraiva.com.br/imagemnet/imagem.aspx/?pro_id=9421414&qld=90&l=430&a=-1
Vol. 1, A Profecia dos Dragões.
São Paulo, Fundamento, 2017 (sobre original de 2012).

A capa é muito bacana porque, tendo “acriançado” o dragão (tornando-o mais redondinho e não áspero, índice de crueldade), ele parece mais aceitável. É pesadão, difícil voar desse jeito (não existem dragões e outros seres míticos, é porisso que são chamados mitos, mas postular sua existência, mesmo que em improbabilidade plausível, significa avançar hipóteses tecnocientíficas), seria preciso contratar tecnocientistas da aerodinâmica, da sustentação em voo, do rendimento energético (os dinossauros voadores não eram assim, tinham enormes envergaduras de asas, corpos pequenos, talvez ossos esponjosos) em lugar de desconsiderar as necessidades dos leitores de aceitabilidade: para aceitar, os leitores/espectadores devem concordar com a dialógica proposta pelas frases.

Na página 202: “Lamur estremeceu. Nunca havia pensado assim. – Perigosa não é completamente louca. – Quando não está matando ninguém, ela é legal. Trouxe lama para os meus machucados”. Isso é algo que se diga? Você convidaria para jantar alguém não-completamente louco que pudesse a qualquer momento matar um dos seus?

À parte essas demências, o livro (e a série) agradará às crianças, filmes estão garantidos, são (como dizem na minha terra) bobaginhas passáveis.

Independentemente de os falsos dragões não poderem voar com aquelas conformações, de haver matança no texto (acostumando as crianças ao morticínio), de outros erros, o livro é tolerável, gostosinho, macio – pelo menos não há indecências e impropriedades morais sexuais.

Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.

GAVA.

Sylvain Neuvel Fala dos Deuses

 

Só existe um Deus, ele mesmo disse: “não existem deuses diante de mim”; como Deus é o não-finito e está em toda parte, não existe nenhum deus, é a lógica. Assim, toda a série do autor, Arquivos Têmis, tem falsa base, a dos deuses falsos.

Já comentei o livro um, muito bom, o livro dois sendo ainda melhor.

AUTOR E LIVROS

AUTOR.
1º LIVRO.
2º LIVRO.
Imagem relacionada
Canadá, 1973.
Resultado de imagem para GIGANTES ADORMECIDOS
Resultado de imagem para deuses renascidos
Rio de Janeiro, Suma de Letras, 2017 (sobre original do mesmo ano).

Todo livro adianta pelo menos uma novidade, algo que ninguém viu, ou de outro modo não atrairia o público, não venderia os exemplares, não seria traduzido, seria plágio, não chegaria a filme com os direitos autorais e ao mercadejamento (merchandising), os super-ganhos atraindo os professores de literatura inglesa nas escolas americanas (tanto os grão-bretões quanto os americanos escrevem muito bem, tem uma tradição multissecular, aprimoraram-se nas oficinas de letras, etc.) para a profissão, que agora tem centenas ou milhares de pessoas escrevendo para crianças, adolescentes, adultos, a grande maioria literatura barata em todos os sentidos, e descartável.

Profusão de obras.

No caso de Neuvel, os dois livros têm a plasticidade filmográfica das ações contínuas, do perigo relativo a gigantes superpoderosos, civilizações alienígenas, em resumo, todos os ingredientes que vendem, que comercializam, que fazem a gente apostar nosso dinheirinho, o de alguns mais difícil de receber (dizem “ganhar”, mas nada vem gratuitamente) que o de outros. Os personagens são bem construídos, há voltas e reviravoltas, há dignidade humana, há união para lutar contra o invencível inimigo, há muitas coisas boas.

Há erros, mas perdoáveis.

Enfim, quando alguém se esforça devemos aplaudir, o mérito é de quem faz, não de quem fica deitado na rede, à sombra do trabalho humano, exigindo ainda cerveja gelada ou água fresca.

Recomendo muito, tanto à leitura quando à filmagem.

Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.

GAVA.

Sarah Andersen Zomba de Si

 

Você sabe, sorrir para as pessoas nos encontros de passagem é índice de proximidade. Rir desbragadamente (como em piadas) é apontamento de confiança quanto à vida, ao trabalho, ao futuro. Zombar de si mesmo, de sua raça, de sua espécie como os judeus fazem é indicação de extrema capacidade de enfrentamento; no caso deles, é desconsiderar toda a aflitiva carga geo-histórica de violações.

A AUTORA E O LIVRO

http://vasi.net/uploads/podbor/v38724/1.jpg
A autora à direita e sua representação à esquerda (ou vice-versa).
Resultado de imagem para sarah andersen uma bolota
Autorretrato, altorretrato.
Americana, 1992.
São Paulo, Seguinte, 2017 (original do mesmo ano).

Engraçadíssimo vê-la fazendo gozação de si mesma, pessoa bem-humorada, bem-amada, “um deslumbre”, como dizem (na realidade é alumbramento, iluminação). Altamente recomendável, compre, leia e gargalhe. Escreveu-desenhou outro, Ninguém Vira Adulto de Verdade, tendo tempo vou comprar.

Zombar de si é caçoar da vida, é estar acima dela, é sobrepuja-la.

Parabéns, Sarah.

Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.

GAVA.

A História do Futuro de A. S. King

 

A AUTORA E O LIVRO

Resultado de imagem
Resultado de imagem para a. s. king a historia
EUA, 1970, ela é muito bonita e simpática.
BH, Gutenberg, 2017 (sobre original de 2014).

Já vimos repetidamente que não existem passado e futuro, só o presente, porisso o tema dela – tão distinto e tão belamente elaborado – repousa, desde o início, sobre uma impossibilidade. Ademais, planta a ideia de uma Segunda Guerra Civil nos EUA, o que fica na cabeça das pessoas e vai se expandindo como veneno, o que é ruim. Como curiosidade, na página 29 a personagem Glory (Gloria) diz: “Meu pai dizia que nenhum deles trabalhava. Eles tiravam seu sustento da terra (...)” – só os lavradores para responderem gargalhando a algo assim.

Compre o livro e leia.

Ademais, incorretissimamente, na página 24 afirma: “Porque nenhum deus faria a minha mãe colocar a cabeça dela no forno”. Claro! Não é Deus, é a Natureza que condena e mata, diferentemente de Deus, que salva (só alguns, muito raros).

Comporta erros, mas é engraçado, é abordagem inusitada, é bem escrito em bom estilo, traz visão única, recomendo.

Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.

GAVA.

Os Dois Olhos de Deus

 

O que começou como uma curiosidade sujeita a muitas brincadeiras com o primeiro título El Dorado (no Livro 138) evoluiu para as mais sérias combinações possíveis, pois foi dar diretamente em Deus, dado que El Dorado = CARA DOURADO = CRIADOR DEITADO (não diz a Bíblia que “Deus descansou no sétimo dia”?) = OLHO DOBRADO = CIDADE OCULTA = COVA DOBRADA = CIDADE TUBO e várias outras traduções.

É como se os dois tubos fossem “olhos de Deus”, digamos assim.

OS DOIS OLHOS (mostrados sucessivamente na posição 0º 01’ S - do equador, claro – com 65º 46’ O)


São imensos, áreas de 200 km2 cada (2,5 vezes a área da Ilha de Vitória cada). Se forem verdadeiros teremos ali dois tubos imensos como duas cidades verticais: Deus estaria dormindo lá? Pensamos em Deus como algo distante, incompreensível e inatingível, mas se uma sombra ou avatar seu estiver dormindo na Amazônia isso seria a surpresa das surpresas.

AVATAR

[Do sânscr. avatara, 'descida' (do Céu à Terra), pelo fr. avatar.] S. m. 1.           Rel. Reencarnação de um deus, e, especialmente, no hinduísmo, reencarnação do deus Vixnu. 2. Transformação, transfiguração.

Seria de todo mundo (pela adoração a grande maioria, pela curiosidade um tantinho remanescente) arrancar os cabelos, tamanha a surpresa. E o quê esses dois olhos estariam olhando? Além de todas aquelas aplicações já discutidas, a lógica impõe que tivessem esse uso, embora o solo esteja coberto de terra, lama, árvores e sujeiras acumuladas por milênios: evidentemente o “olhar” dos tubos não seria o trivial no arco eletromagnético.

Da noite para o dia a Terra daria um salto formidável de realinhamento geral de todas as coisas e compreensões.

Vitória, sexta-feira, 27 de janeiro de 2006.