quarta-feira, 3 de janeiro de 2018


Dragões Pesadões

 

A AUTORA E O LIVRO (é uma série)

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Tui S. Sutherland, venezuelana, 1978.
https://images.livrariasaraiva.com.br/imagemnet/imagem.aspx/?pro_id=9421414&qld=90&l=430&a=-1
Vol. 1, A Profecia dos Dragões.
São Paulo, Fundamento, 2017 (sobre original de 2012).

A capa é muito bacana porque, tendo “acriançado” o dragão (tornando-o mais redondinho e não áspero, índice de crueldade), ele parece mais aceitável. É pesadão, difícil voar desse jeito (não existem dragões e outros seres míticos, é porisso que são chamados mitos, mas postular sua existência, mesmo que em improbabilidade plausível, significa avançar hipóteses tecnocientíficas), seria preciso contratar tecnocientistas da aerodinâmica, da sustentação em voo, do rendimento energético (os dinossauros voadores não eram assim, tinham enormes envergaduras de asas, corpos pequenos, talvez ossos esponjosos) em lugar de desconsiderar as necessidades dos leitores de aceitabilidade: para aceitar, os leitores/espectadores devem concordar com a dialógica proposta pelas frases.

Na página 202: “Lamur estremeceu. Nunca havia pensado assim. – Perigosa não é completamente louca. – Quando não está matando ninguém, ela é legal. Trouxe lama para os meus machucados”. Isso é algo que se diga? Você convidaria para jantar alguém não-completamente louco que pudesse a qualquer momento matar um dos seus?

À parte essas demências, o livro (e a série) agradará às crianças, filmes estão garantidos, são (como dizem na minha terra) bobaginhas passáveis.

Independentemente de os falsos dragões não poderem voar com aquelas conformações, de haver matança no texto (acostumando as crianças ao morticínio), de outros erros, o livro é tolerável, gostosinho, macio – pelo menos não há indecências e impropriedades morais sexuais.

Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.

GAVA.

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