Dragões
Pesadões
A
AUTORA E O LIVRO
(é uma série)
Tui S. Sutherland, venezuelana, 1978.
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Vol. 1, A Profecia dos Dragões.
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São Paulo, Fundamento, 2017 (sobre original
de 2012).
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A capa é muito bacana porque, tendo “acriançado”
o dragão (tornando-o mais redondinho e não áspero, índice de crueldade), ele
parece mais aceitável. É pesadão, difícil voar desse jeito (não existem dragões
e outros seres míticos, é porisso que são chamados mitos, mas postular sua
existência, mesmo que em improbabilidade plausível, significa avançar hipóteses
tecnocientíficas), seria preciso contratar tecnocientistas da aerodinâmica, da
sustentação em voo, do rendimento energético (os dinossauros voadores não eram
assim, tinham enormes envergaduras de asas, corpos pequenos, talvez ossos
esponjosos) em lugar de desconsiderar as necessidades dos leitores de aceitabilidade:
para aceitar, os leitores/espectadores devem concordar com a dialógica proposta
pelas frases.
Na página 202: “Lamur estremeceu. Nunca havia
pensado assim. – Perigosa não é completamente louca. – Quando não está matando
ninguém, ela é legal. Trouxe lama para os meus machucados”. Isso é algo que se
diga? Você convidaria para jantar alguém não-completamente louco que pudesse a
qualquer momento matar um dos seus?
À parte essas demências, o livro (e a série)
agradará às crianças, filmes estão garantidos, são (como dizem na minha terra)
bobaginhas passáveis.
Independentemente de os falsos dragões não
poderem voar com aquelas conformações, de haver matança no texto (acostumando
as crianças ao morticínio), de outros erros, o livro é tolerável, gostosinho,
macio – pelo menos não há indecências e impropriedades morais sexuais.
Vitória, quarta-feira, 3 de janeiro de 2018.
GAVA.
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