Fazenda
Urbana
As
áreas urbanas foram crescendo em quantidade e qualidade, chegando fácil a 50 km2
[na Internet: A área da Grande São Paulo - 8 051 km² - corresponde a menos de
um milésimo da superfície brasileira e a menos de 4% do território paulista.
Pequena? Nem tanto, porque a Grande São Paulo tem aproximadamente as mesmas
dimensões de algumas nações, como Líbano (10 452 km²) e Jamaica (10 991 km²) têm
o dobro da área do maior município do Espírito Santo, Linhares, este com em
torno de quatro mil quilômetros quadrados] e são agora pela minha estimativa
uns 200 a 300 mil municípios/cidades – não apenas o conjunto delas ocupa muito
maior espaço, como cada uma individualmente também. Hoje só os que moram nas
periferias entram em contato com o campo. Os do centro pouco ou nada vêem das
áreas rurais e devem existir alguns que nunca vêem as roças. Naturalmente isso
vai promovendo distorções enormes, cujos danos só vamos conhecer mais à frente,
pois não foram mapeados.
O
certo seria o governo comprar áreas urbanas ou desapropriar terrenos que ficam
à espera de valorização para convertê-los em verdadeiras fazendas, pois, veja,
o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) nos disse que vivemos
assim por vários milhões de anos, algo que ficou profundamente gravado.
Os
governos (e as empresas também) deveriam contratar empresas para construir
esses lugares - com bons e verdadeiros lavradores associados prestando
assistência para dar foros de veracidade -, comprando vacas e bois, todo tipo
de gado, construindo os currais, os paióis, os celeiros, os galpões e tudo mais
que fosse necessário para crianças irem ver e vivenciar, para adultos irem
visitar após o dia de trabalho, para velhos irem matar as saudades dos tempos
d’antanho. Seriam primorosas obras com bosta de boi, com carros rangendo, com
exposições também, com passeios em trilhas e tudo que fosse de direito bem no
centro das cidades e nos principais bairros.
Os
governos são tolos demais, são arrastados na retaguarda e só reagem muito
tarde, quando a pressão é insuportável. Os que saírem na frente, contudo,
conseguirão arrastar os concidadãos a um plano mais elevado de bem-estar.
Vitória,
quinta-feira, 14 de julho de 2005. 



