sexta-feira, 13 de outubro de 2017


Fazenda Urbana


 

                            As áreas urbanas foram crescendo em quantidade e qualidade, chegando fácil a 50 km2 [na Internet: A área da Grande São Paulo - 8 051 km² - corresponde a menos de um milésimo da superfície brasileira e a menos de 4% do território paulista. Pequena? Nem tanto, porque a Grande São Paulo tem aproximadamente as mesmas dimensões de algumas nações, como Líbano (10 452 km²) e Jamaica (10 991 km²) têm o dobro da área do maior município do Espírito Santo, Linhares, este com em torno de quatro mil quilômetros quadrados] e são agora pela minha estimativa uns 200 a 300 mil municípios/cidades – não apenas o conjunto delas ocupa muito maior espaço, como cada uma individualmente também. Hoje só os que moram nas periferias entram em contato com o campo. Os do centro pouco ou nada vêem das áreas rurais e devem existir alguns que nunca vêem as roças. Naturalmente isso vai promovendo distorções enormes, cujos danos só vamos conhecer mais à frente, pois não foram mapeados.

                            O certo seria o governo comprar áreas urbanas ou desapropriar terrenos que ficam à espera de valorização para convertê-los em verdadeiras fazendas, pois, veja, o Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) nos disse que vivemos assim por vários milhões de anos, algo que ficou profundamente gravado.

                            Os governos (e as empresas também) deveriam contratar empresas para construir esses lugares - com bons e verdadeiros lavradores associados prestando assistência para dar foros de veracidade -, comprando vacas e bois, todo tipo de gado, construindo os currais, os paióis, os celeiros, os galpões e tudo mais que fosse necessário para crianças irem ver e vivenciar, para adultos irem visitar após o dia de trabalho, para velhos irem matar as saudades dos tempos d’antanho. Seriam primorosas obras com bosta de boi, com carros rangendo, com exposições também, com passeios em trilhas e tudo que fosse de direito bem no centro das cidades e nos principais bairros.

                            Os governos são tolos demais, são arrastados na retaguarda e só reagem muito tarde, quando a pressão é insuportável. Os que saírem na frente, contudo, conseguirão arrastar os concidadãos a um plano mais elevado de bem-estar.
                            Vitória, quinta-feira, 14 de julho de 2005.   

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