quinta-feira, 3 de agosto de 2017


Olhando a Racionalidade da Canoa

 

                            Depois que começaram os textos sobre a Forquilha ficou cada vez mais claro que por toda parte andaram os primatas durante 100 milhões de anos, os hominídeos durante 10 milhões de anos e os sapiens desde a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y há 200 mil anos. Por toda parte, sim, mas de início quase exclusivamente a pé, nunca atravessando as águas, o que deve ter atrapalhado demais.

                            Assim, o domínio do fogo deve ser considerado realmente uma das primeiras e mais importantes invenções; e muito depois a roda. Mas, no ínterim, entre o primeiro de muito antes e a segunda de muito depois deve ter estado a canoa, de quem nunca se falou. Nunca ouvi dizer da importância e do significado da canoa. Não obstante, a África é toda cercada de água e há 100 milhões de anos estava pelo menos mil quilômetros para sudoeste; há 10 milhões pelo menos mais 100 km para baixo. Mesmo nos poucos milhares de anos dos sapiens as distâncias deviam ser bem maiores que hoje.

                            AS ÁGUAS QUE SEPARAM (a nordeste – da Arábia)


                            AS ÁGUAS QUE SEPARAM (ao norte – da Europa)


                            Sem canoa não dá.

                            OLHANDO A CANOA

·       Canoas de passageiros;

·       Canoas de transporte:

1.       Ligeiríssimas;

2.       Ligeiras;

3.      Médias;

4.      Lentas;

5.      Lentíssimas:

·       Extremamente pesadas;

·       Pesadas;

·       Médias;

·       Leves;

·       Extremamente leves (as chatas têm grandes áreas para, por exemplo, passar objetos largos).

Troncos são apenas segmentos não-manobráveis, podendo rodar e derrubar os passageiros. DESENVOLVER A RACIONALIDADE DA CANOA não deve ter sido nada fácil. A canoa lhes deu o domínio dos rios, lagos e mares, e com isso puderam pescar, passar rios e canais de mar e ir longe, muito longe. Antes dela havia somente uma passagem para sair da África, mas depois dela várias (como já mostramos: um no Iêmen, ou no sul do Sinai, outro nas colunas de Hércules; e na Turquia, mais adiante no tempo, outros dois, sem falar nos rios e nos lagos).

A invenção dos ramos foi outra maravilha inesquecível.

No entanto, nem os remos nem as canoas foram suficientemente estudados; nem se procurou os primeiros exemplares, tão fundamentais na geo-história da expansão dos sapiens.

Vitória, terça-feira, 19 de outubro de 2004.

Obstáculos aos Fluxos de Racionalidade

 

                            Já falamos inicialmente no Livro 98 dos Fluxos de Racionalidade, vá ler. Aqui estamos vendo as flechas procurando as saídas nos patamares da pontescada científica (e em todas as outras chaves e bandeiras).

                            FLUXO NA PONTESCADA

·       Enfrentamento das proibições físico-químicas;

·       Colisão com as condições biológicas/p.2 de impedimento;

·       Contraposição aos obstáculos psicológicos/p.2:

1.       Oposições às figuras ou psicanálises outras;

2.       Antagonismos com os objetivos ou psico-sínteses alheias;

3.      Incompatibilidades produtivas ou econômicas distintas:

·       Contendas agropecuárias/extrativistas;

·       Querelas industriais;

·       Choques comerciais;

·       Conflitos de serviços;

·       Disputas bancárias;

4.      Contestações organizativas ou sociológicas;

5.      Altercações com espaçotemporais ou geo-históricos disjuntos.

Para cada um desses espaços, como já pedi, deveria ser criado um mapa (que se justapusesse aos demais), mostrando as LINHAS DE FLUXO da racionalidade ou humanidade naquele particular. Para onde vamos e por quê vamos? O que impede esse ir e o que facilita? Quando é que os conjuntos “expulsam” seus membros e como estes sentem que estão sendo banidos?

AS PESSOAMBIENTES SÃO EMPURRADAS PARA FORA

·       PESSOAS EXPULSAS:

1.       Indivíduos repelidos;

2.       Famílias expelidas;

3.      Grupos segregados;

4.      Empresas banidas;

·       AMBIENTES EXCLUÍDOS:

1.       Cidades/municípios postos para fora;

2.       Estados enxotados;

3.      Nações separadas;

4.      Mundos expulsos (não há nenhum, só temos a Terra).

OS MOTIVOS DA SAÍDA

·       Internos (crítica do conjunto ao entorno): de dentro para fora;

·       Externos (perseguição ou fechamento do conjunto): de fora para dentro.

OS MOTIVOS INTERNOS

1.       Concepções heterodoxas que não encontram aceitação (um cientista que migra);

2.       Vontade de crescer financeira ou economicamente que não vê possibilidade local (alguém que saía de Linhares, ES, e ia para o território de Rondônia, nova fronteira agrícola da época, plantar e colher, conseguir terras);

3.      Disputas religiosas (caso dos ingleses que foram para a América do Norte);

4.      Emprego disponível para o tipo de capacidade presente (os de Governador Valadares, MG, que foram para Boston, EUA);

“N” – todas as variações possíveis.

Podemos dizer, então, de um ESPAÇOTEMPO DA RACIONALIDADE onde há certas linhas preferenciais por onde vazam as razões, tal como se encontram desenhadas agoraqui, segundo principalmente POTÊNCIAS RACIONAIS, depois biológicas/p.2 e físico-químicas. Uma montanha não é um obstáculo psicológico, é físico; uma manada de 300 mil bisões que passa diante da locomotiva não é barreira física, é biológica; a queda das ações-pontocom não é nada de biológico, é contratempo psicológico.

O que leva o fluxo a se estabelecer em tal ou qual direção-sentido? Essa pergunta não foi feita e muito menos respondida, exceto sob a forma de baixa racionalidade implícita nas biografias e autobiografias.

Vitória, domingo, 17 de outubro de 2004.

O Que o Povo Não Sabe, Nem Sequer Pressente

 

                            Naturalmente existem muitos corruptos.

                            Com certeza o Brasil é a grande pátria deles.

                            Eles estão presentes em todas as profissões, inclusive na minha, no Fisco; e há-os no Judiciário, no Legislativo e no Executivo, para não falar dos empresários. Há uma turma grande em toda parte.

                            No Legislativo podem roubar pouco, exceto os presidentes de câmaras de vereadores, de assembléias legislativas, de câmaras de deputados, de senados. Os vereadores menos que todos, os deputados estaduais mais e assim por diante, o que depende de votação de leis e outros acordos escusos que traem os povos. Se o salário de um deputado estadual é de, digamos, oito mil reais, ele pode extrair mais 20 mil por mês, por ano menos de 300 mil.

                            Um prefeito, mesmo de uma cidade pequena, pode muito mais. Dizem que o ex-prefeito de Linhares, ES, LD, e seu vice, NC, levaram várias fazendas cada um. Fazendas podem custar de três a 300 milhões. As de Linhares custam caro, porque cada alqueire não fica por menos de 50 mil nas áreas mais nobres. Uma de 100 alqueires ficaria por 100 x 50, cinco milhões. Nos municípios centrais do Brasil, como em São Paulo, custariam muito mais, embora lá se vigie mais também. O povo vota nos que “roubam menos”, porque a expectativa é de que roubem sempre. Começam os políticos com quase nada e ao cabo de alguns anos, ganhando por ano 60 mil ou o dobro disso, acumulam vários milhões ou dezenas deles. Quércia é um caso famoso (pois, sendo fiscal, acumulou patrimônio de várias dezenas de milhões de dólares). Maluf é outro, mas existem muitos.

                            O povo não fica sabendo de nada. Não quer saber. A vida é muito curta e aborrecida para levar em conta tais tramóias. Finge que não vê, finge que não ouve.

                            Está escancarado nos jornais.

                            Deve haver infinitamente mais oculto, porém não há quem faça um levantamento completo, indicando os mecanismos judiciários, legislativos e executivos de enriquecimento ilícito. Seria preciso elaborar tal livro atencioso. O povo não o lerá, diretamente, mas as elites formadoras de opinião, sim, dela passando ao povo. Pelo menor haveria ligeiro deslocamento rumo à correção.

                            Vitória, domingo, 24 de outubro de 2004.

O Primeiro Primata que Entrou na Caverna e o Berço dos Sapiens

 

                            O cenário que o modelo está desenhando é bem distinto daquele oferecido pela tecnociência vigente.

                            O CENÁRIO MODELO

·       Os primatas começaram há 100 milhões de anos e lá pela metade (isso é arbitrário) um par fundamental entrou numa caverna qualquer do Vale da Fenda ou Vale da Grande Greta (oba!) - ou Great Rift Valley. Esse primeiro pode não ter permanecido, mas houve seguramente um que persistiu. Na Forquilha há muita radiação ainda e havia muito mais 100 milhões de anos atrás (porque, provavelmente, em razão da África estar subindo para nordeste, o Vale era muito mais aberto; há que pesquisar isso), o que ocasionou sucessivas mutações, dando origem às muitas cargas hominídeas (deles podem ter saído as seqüências; ou dos primatas mesmo novas mudanças ou linhas);

·       Os hominídeos principiaram há 10 milhões de anos e há cinco milhões começaram seu avanço mais notável, espalhando-se pelo mundo;

·       Como os tecnocientistas determinaram, a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y surgiram em tempos e espaços muito próximos há 200 mil anos, também na África (com toda certeza na Forquilha), e iniciaram a última fase da montagem psicológica, que prossegue até hoje.

Nisso tudo subsistem DUAS PERGUNTAS CRUCIAIS:

1.     Qual foi esse PRIMEIRO PAR PRIMATA a entrar no berço, lá na Forquilha, e em que lugar dela, precisamente (pois toda ela tendeu a ser ocupada e onde existissem cavernas pequenas ou grandes cada greta ou buraco foi tomado pela superpopulação)?

2.    Como era esse berço? Quanto de radiação propagava no ar a partir das paredes? Por quais lugares radiativos os primatas passaram?

A resposta a essas perguntas levará a centenas e até milhares de outras perguntas.

Vitória, domingo, 17 de outubro de 2004.

O Gargalo do Sinai e as Condições de Passagem

 

                            À ESQUERDA O IMENSO DELTA PANTANOSO DO NILO


UM ALAGADO MONSTRUOSO (devia ser bem pior nos tempos antigos; os tecnocientistas precisam pesquisar isso a fundo – literalmente) – por ali eles não se aventuraram nos primeiros tempos


                            Já vimos no artigo anterior neste Livro 99, A Civilização da Margem Direita, que os hominídeos foram encurralados e ficaram estacionados na Passagem ou Portão Principal. Não tinham canoas, no máximo podiam usar instáveis troncos e muitos devem ter morrido; passar as mulheres e os filhos deve ter sido impossível. Achar os lugares reais de passagem vai ser maravilhoso, os antigos lugares onde havia terra firme ou vaus nos canais marinhos! Porque, você, sabe, o ser humano sempre vê as coisas de que não pode se apossar como desafio, o que acaba por levar adiante.

                            O AMBICIONADO “PEDAÇO DE LÁ”


 

                           

                            E ali, logo na esquerda estava o atual Istmo de Suez (como era ele desde 100 ou 10 milhões de anos atrás, ou desde que os sapiens nasceram com a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y?). A Passagem era o que separava do mundo desconhecido além, que podia ser pequeno e podia ser grande. Para todos os efeitos O Mundo era a África, apenas, até então; mas desde quando subiram nas montanhas da Etiópia puderam enxergar a Arábia e com isso nunca mais foram os mesmos.

O PROBLEMA CENTRAL DOS NOSSOS ANTEPASSADOS (há 200, 100, 50 ou 25 mil anos atrás)


Assim, eles devem ter concentrado todas as suas forças na solução desse problema. Como administrar aquela terra que dava para a Passagem? TODA A ÁFRICA da Civilização da Margem Direita queria passar por ali e isso desde os primeiros avanços dos hominídeos. Dá para ver que é da máxima importância determinar o tipo de terreno dali, se havia muita ou pouca água. Pagavam pedágio? Que tipo de contribuições pediam esses antigos ocupantes? Pensarmos que eram bobos é tolice. Os fósseis que sobraram foram muito poucos, número insignificante, em relação à verdade; é preciso buscar mais no espaço, melhor e mais profundamente – tanto na margem esquerda do atual Canal do Suez quando na margem direita.
Vitória, terça-feira, 19 de outubro de 2004.

Malthus e a Superamérica

 

                            Malthus (1766 a 1834) foi economista britânico e escreveu um livro que tem atravessado os séculos, causando pânico nos idiotas e servindo à causa nos nazi-fascistas de cada época.

                            Embora as Américas tenham sido descobertas em termos europeus por Colombo em 1492 foi só com os pioneiros ingleses de 1607 para frente que os futuros Estados Unidos realmente começaram a se desenvolver. Antes havia apenas espanhóis e franceses que, tipicamente, apenas exploravam, tanto quanto os portugueses ao sul, no Brasil. Os ingleses foram para colonizar e se instalar. De 1607 até o início da independência em 1776 passaram-se menos de 170 anos. Então, de colonização mesmo, os EUA têm menos de 400 anos (a completar em 2007). Depois, de independência têm em 2004 apenas 228 anos. São agora (2001) 286 milhões, segundo o Almanaque Abril 2002.

                            Já terão vivido lá centenas de milhões (porque os menos de 300 milhões são os que estão vivos, fora os que morreram – seria preciso calcular). De modo algum, essas centenas de milhões morreram de fome, pelo contrário, atualmente apenas 4 % de pessoas no campo (menos de 12 milhões) não só produzem para os outros 96 % (274 milhões) como exportam para o mundo inteiro. Produzem tanto que o governo paga para não produzirem.

                            O que aconteceu de novo por lá?

                            Aconteceu que a frente tecnocientífica americana foi além das necessidades mínimas de lá e até das máximas (dado que 60 % estão obesos, mais que gordos). Malthus errou feio, porque não foi um bom previsor, foi um previsor medíocre, um economista muito ruinzinho mesmo. O que aconteceu com a Superamérica poderia ter acontecido com qualquer país. De fato o 1,3 bilhão de chineses estão alimentados e há um bilhão de indianos que embora subalimentados (em virtude do capitalismo) estão vivos. Também há agora, em relação à época de Malthus, vários bilhões a mais, todos vivos, embora 20 % passando fome, justamente naqueles países em que a frente T/C não pode se lançar à frente.

                            O Conhecimento impede que a superincompetência gere crises alimentares, desde que as elites se preocupem com os povos. Malthus não viu que era superincompetência de sua época e das elites inglesas. Pois no mesmo momento em que estava falando, um país novo, derivado da Inglaterra, estava nascendo para provar o contrário de sua tese.

                            Vitória, domingo, 17 de outubro de 2004.

                           

                            MALTHUS NA Internet

Por volta do ano 8.000 a.C. (antes de Cristo), calcula-se, por meios estatísticos e científicos, que a população mundial girava em torno de 5 milhões de pessoas.

THOMAS MALTHUS E A EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA

Thomas Robert Malthus nasceu na Inglaterra em 1766. Era o penúltimo dos sete filhos de Daniel e Henrietta Malthus. Ele tinha um irmão e cinco irmãs.Seu pai era amigo do filósofo escocês David Hume e do filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau e um profundo admirador de Condorcet e de Godwin.

O Espaçotempo da Forquilha e a Análise Mais Detida de sua Bandeira

 

OLHANDO A FORQUILHA MAIS UMA VEZ (e colocando ali longitudes, latitudes e altitudes)


                            A primeira ponta à esquerda embaixo está a 10º 20’ Sul e 32º 40’ Leste; a segundo, à direita a 7º 30’ Sul, 36º 20’ Leste. A conjunção, acima, está a 5º 50’ Sul e 36º 10’ Leste. Seria preciso colocar de todos os pontos, bem como as alturas em relação ao nível do mar – as altitudes de cada ponto, tanto no U quanto no Y inteiro.

                            A Bandeira Elementar (como já pedi: ar, água, terra/solo, fogo energia, vida e vida-racional) deveria ser amplamente investigada, desde os 100 milhões de anos dos primatas, os 10 milhões de anos dos hominídeos e os 200 mil anos desde a Eva Mitocondrial e o Adão Y, porque a África toda estava andando para nordeste e não sabemos como ficou a forma da Forquilha nessa faixa. Como os sucessivos povos interagiram com esses espaçotempos? A Forquilha é a área mais importante de toda a Terra. Não a termos investigado exaustivamente nos diz quanto estamos atrasados. Não sabemos quase nada sobre o berço que nos formou. Não há um único livro dedicado diretamente a ela, fora os dos Leakey que falam do Grande Rift, em se tratando de paleontologia.

                            Vitória, quarta-feira, 20 de outubro de 2004.