quinta-feira, 6 de julho de 2017


Centro Estadual de Robótica do Espírito Santo (CERES)

 

                            Há uma política extravagante ou delirante que me convenceu largo tempo, porque evidentemente me preocupo com os trabalhadores: a de que não se deve avançar muito em tecnociência, já isso tiraria empregos. Por esse argumento voltaríamos à extensividade pré-histórica, quando a mão (e a cabeça a que estava ligada, claro) era o único instrumento da obra. Vem daquela disposição antimáquinas luddita do passado.

                            OS LUDITAS NA Internet

Outras Destruições
Atacar e destruir máquinas é uma atividade bem mais antiga do que se supõe. Bem antes do desencadeamento do Movimento Ludita registraram-se, no princípio do século XVIII, ações depedradoras na periferia de Londres contra uma serra movida a água, como também contra uma tosquiadeira automática, inventada por um tal de Everet em 1758.

                            Evidentemente, vimos no modelo, não resolver problemas é candidatar-se a ser predado ou possuído pelos que o fazem; quem resolve os maiores e melhores problemas candidata-se a alcançar os maiores e melhores futuros.

                            Se o Espírito Santo quer ser primeiro-estado deve resolver primeiros-problemas nacionais; e se, junto com o Brasil, quer ser primeiro-mundo, deve resolver primeiros-problemas mundiais. Deve candidatar-se à linha-de-frente da solução dos problemas, por exemplo, os robóticos ou cibernéticos ou mecatrônicos. Não pode recusar-se. Não se ganha proeminência de graça, caída do Céu; é preciso conquistá-la palmo a palmo.

                            Eis porque não apenas devem ser feitos robôs para toda a Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos), como para toda a Psicologia (para servir a figuras ou psicanálises, a objetivos ou psico-sínteses, a produções ou economias, a organizações ou sociologias, a espaçotempos ou geo-histórias) e todas as chaves e bandeiras.

                            Porisso, aconselho fervorosamente que os governempresas locais do ES coloquem o quanto antes um CER/ES para congregar os esforços coletivos e individuais rumo ao novo futuro que está sendo desenhado.

                            Vitória, quinta-feira, 29 de julho de 2004.

                           

ANEXO (da Internet)

Uma das maiores fantasias do homem é construir uma máquina com "Inteligência Artificial" capaz de agir e pensar como ele. No entanto, este desejo esconde em seu subconsciente a vontade de possuir um "escravo metálico" que satisfaça todos os seus desejos, este sonho humano está perto de se tornar realidade com o espantoso avanço da tecnologia. A palavra robô tem origem da palavra tcheca robotnik, que significa servo, o termo robô foi utilizado inicialmente por Karel Capek em 1923, nesta época a idéia de um "homem mecânico" parecia vir de alguma obra de ficção.

C, T e o Centro da Esfera

 

                            O professor-doutor Florêncio estava falando da relação paramétrica da reta e do círculo e disse que o círculo e a reta têm a mesma cardinalidade (= CIRCUNFERÊNCIA = CENTRO = CRISTO = ABSOLUTO, etc., na Rede Cognata – veja Livro 2, A Construção da Rede e da Grade Signalíticas), exceto por um ponto.

                            Entendendo de outro modo, devido às traduções da RC, pude ver que o centro do círculo não está nele (nem na reta), isto é, por mais que fizéssemos as circunferências se fecharem em raios cada vez menores, essas sucessivas circunferências de raio cada vez maior nunca tocariam o centro. Deveríamos entender doravante que no filme Matrix a Oráculo (= C = CRIADORA = EVA, etc.) e o Arquiteto (= T = DEU/S, etc.) são meras sombras (= PROJEÇÕES = PROJETOS = SOLUÇÕES, etc.) de Neo (= ESFERA, etc.), quer dizer, do centro (= ABSOLUTO = CRISTO = AUGUSTO = ATLANTE = GOVERNANTE = ADÂMICO = ADMINISTRADOR, etc.).

                            E daí podemos entender muito mais coisas.

                            ENTENDENDO MUITO MAIS COISAS

·       O CÍRCULO ALÉM DE GODEL (o matemático austríaco-americano que demonstrou o teorema sobre a incompletude da Matemática): por sinal, Godel = CÍRCULO, de modo que deve haver um ponto que ele não alcançou, justamente aquele fecha as soluções todas, permitindo a existência do existente (podemos ver o universo);

·       CRISTO E O CALENDÁRIO SEM ZERO: sabe-se que o calendário (= CRISTO = AUGUSTO = ATLANTE, etc.) cristão não tem zero, só -1 e + 1, quer dizer, antes de Cristo e depois de Cristo, faltando o zero, que é o centro, ou seja, Cristo. As pessoas vão dizer que era impossível ele saber disso, mas supostamente Jesus (= DEUS) é Deus, certo?

·       RELATIVIDADE = RETA = CÍRCULO = CURVA: é evidente que a relatividade é cardinal, isto é, pode-se resolvê-la também, desde que se saiba como (não é fácil: outros teriam deparado com a solução). Há uma solução, mas não se encontra ao alcance dos racionais;

·       π E A SOLUÇÃO DE ‘C’ COMO ZEROS DO CÍRCULO: como π (pi = ZERO) é zero, ele deve conter a solução de “c”, a velocidade limite, isto é, fornece informações de como construir naves hiperluminais;

·       A SOMA DE DUAS SOLUÇÕES ASSIMÉTRICAS: as soluções da Oráculo e do Arquiteto são assimétricas uma em relação à outra e o par de universos, o universo em que estamos e seu coligado, o antiuniverso, não somam exatamente zero, isto é, não produzem a solução, necessitando do centro, que é o Absoluto ou o Cristo. Tudo está à espera do Cristo em todos os infinitos universos.

Claro, nada disso está demonstrado ainda, mas essa é a ordem de idéias. Simbolicamente, no filme Matrix, Neo é o centro; o Senhor Smith é uma das pseudo-soluções, uma degeneração, o Cristo-ruim, o lado negro.

Vitória, segunda-feira, 26 de julho de 2004.

Banco do Desequilíbrio

 

                            Pode ser esquisito, mas desequilíbrio, sob condições de racionalidade humana, também é ou pode ser informação, dado orientado em direção que faz sentido, aponta algo, um ponto-alvo entre os inúmeros que existem num conjunto de círculos concêntricos. Tem o maior significado recolher geo-histórias de desequilíbrios, por exemplo, de falências ou de concordatas, ou de distúrbios quaisquer, porque elas valem ouro, indicando o quê os conjuntos NÃO DEVEM fazer.

                            GH DO DESEQUILÍBRIO

·       DE PESSOAS: desequilíbrios de indivíduos, instabilidades familiares, desestabilizações grupais, distorções empresariais;

·       DE AMBIENTES: inconstâncias urbanas/municipais; vicissitudes estaduais; atribulações nacionais, intranqüilidades mundiais.

Essas coisas não são hipotéticas, não, aconteceram mesmo. Olhando essa (longuíssima) lista de erros as pessoas podem aprender não só a evitar AQUELES TIPOS específicos em suas CLASSES DE ERROS, mas, principalmente, que é o que se busca, a serem mais cuidadosos. De golpes de todas as espécies a desleixos, tudo é significativo.

Deste modo, ou por iniciativa particular ou por ação concertada geral, estatal, dos governos em coligação com as empresas, é imperativo começar a coletar os dados no mundo inteiro, mostrando não apenas os casos, mas as classes e superclasses deles em toda a Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) e em toda a Psicologia (erros de figuras ou de psicanálises, de escolha de objetivos ou psico-sínteses, de tentativas produtivas ou econômicas, de orientações organizacionais ou sociológicas, de postulações espaçotemporais ou geo-históricas). Há uma lista muito longa.

E eu disse BANCO porque vale dinheiro, obviamente, tanto quanto as listas de acertos; ou mais, até porque seria novidade.

Vitória, segunda-feira, 26 de julho de 2004.

As Mulheres Inventam a Caça

 

                            No Modelo da Caverna os homens (machos e pseudofêmeas) são caçadores, enquanto as mulheres (fêmeas e pseudomachos) são coletoras.

                            No livro O Macaco Nu já citado de Desmond Morris, na página 36 e ss. ele inventa um monte de justificativas infantis:

·       “A resposta para isso foi a criação da união aos pares. Os macacos caçadores machos e fêmeas tiveram de se apaixonar e manter-se reciprocamente fiéis”. Que lorota! Pois se todo mundo sabe que ambos, homens e mulheres são amplamente infiéis, especialmente os homens hoje em dia. Mas nas cavernas, mostraram os raciocínios, as mulheres se entregavam a todo homem válido que tinha provado seu valor, primeiro aos do quartil superior; depois, aos aleijados, aos velhos, aos anões, até aos pseudomachos, para garantir a qualquer custo os depósitos de esperma;

·       “Os machos estavam seguros da lealdade das suas fêmeas, podiam deixá-las para ir caçar, e evitavam lutar uns contra os outros”. O cenário mostrado no MC é MUITO MAIS complexo. As fêmeas (como faziam nas saturnais e fazem de novo hoje com os lover boys nas festas ou nos carnavais, em toda oportunidade em que podem remontar o ambiente das cavernas) não são comportadinhas, pelo contrário, devem ser mantidas sob trela pelas religiões, os preceitos morais, as leis, a vigilância dos machos e das outras fêmeas; quando bate a vontade ninguém segura. Não existe nenhuma segurança quanto à lealdade das fêmeas, pelo contrário. DE fato, o modelo diz que apenas 2,5 % ou 1/40 serão leais, em qualquer situação. Não depende de nada, de nenhum conjunto, senão da propriedade da construção do universo, refletida na Curva do Sino.

Talvez apiedado do franco contraste entre sua promessa de fidelidade e a realidade, tal como a vemos ou sabemos, Desmond Morris diz, p. 36: “Vê-se bem, pelo comportamento atual da nossa espécie, que o problema não está completamente resolvido e que os nossos primitivos instintos de primatas continuam a manifestar-se de maneiras mais atenuadas”.

Foi de DM que tirei, modificado, o MC. Ele havia dito, p. 35: “(...) as fêmeas deixavam-se ficar quase permanentemente na habitação”; e logo abaixo: “Os grupos de caça, ao contrário dos dos carnívoros ‘puros’, tiveram de passar a ser exclusivamente formados por machos”. As fêmeas e os pseudomachos montavam sempre 50%; mais os 25 % de meninos; mais os velhos; mais os deformados em expedições de caça ou guerra; mais os deficientes (física e mentalmente); mais os anões – todos juntos faziam 80 a 90 % ou mais do conjunto, necessariamente. De modo que os que iam eram poucos. As mulheres não iriam transar com os anões, nem com os velhos, menos ainda com os deformados e deficientes, porque propagariam os genes defeituosos. O esperma dos válidos ERA PRECIOSO e muito valorizado.

Mas, uma vez grávidas não fazia muito sentido a insistência dos machos, QUE ENTÃO ERAM ENVIADOS EM EXPEDIÇÕES. Quanto mais longe melhor, porque os machos (como nós sabemos muito bem, de sermos machos) são persistentes na busca da perseguida. É claro que as proteínas eram importantes, mas as mulheres foram aprendendo a colher, a domesticar, ao longo do tempo, de modo que as expedições de fato foram se tornavam cada vez menos significativas; porém mesmo assim os machos eram enviados. Todas as fêmeas não-inférteis estavam grávidas o tempo todo, porisso umas poucas “visitas” (até hoje o nome se conservou) dos machos já bastava. Elas se guardavam dos outros todos, isso sim, para evitar excesso de procriação com os “defeituosos”. Contudo, sempre levavam alguns ao futuro, escolhendo cuidadosamente o percentual. Claro que elas sempre foram de uma sabedoria inacreditável.

Assim, no fundo foram as mulheres que inventaram a caça, além de terem criado quase tudo no começo.

Não tem nada daquela santificada e estúpida, bucólica ou pastoril fidelidade. Tudo falso, o sexo campeava de um modo que hoje seria inacreditável, porque sobrava tempo, já que a razão sempre dá mais do que o corpo pode consumir (hoje também; é a política incapacitante que faz tantos passarem fome).

Vitória, domingo, 25 de julho de 2004.

As Montanhas Paradinhas que Muito se Moviam

 

                            Vindo de Pequiá, distrito no município de Iuna onde fica o posto fiscal Zito Pinel, podemos ver sempre as mesmas montanhas nos mesmos lugares relativos da BR 262, sentido de Vitória, de modo que qualquer um se engana e nem percebe que as montanhas estão sendo movidas.

                            DOIS MOVIMENTOS

·       ABSOLUTO (mudança em si, de dentro para fora):

1.       Devido às cinco forças e suas relações (gravinercial, magnética, elétrica, fraca e forte, inclusive radiativa);

2.       Devido à Bandeira Elementar (erosão pelo ar e pela água, movimentos internos da terra/solo e agressão pelo fogo/energia; no centro, invasão pela Vida, e no centro do centro, ataques da Vida-racional);

·       RELATIVO (mudança fora de si, de fora para dentro, em que elas são pontos movidos):

1.       A translação da Galáxia (e de outros níveis mais altos);

2.       A translação do Sol;

3.      A translação da Terra;

4.      A rotação da Terra;

5.      A nutação da Terra;

6.      A precessão dos equinócios na Terra;

7.       O 1,5 cm por ano de movimento da placa continental da América do Sul;

8.      Movimentos tricoordenados (horizontal norte-sul, horizontal leste-oeste e vertical, para cima e para baixo, devido ao tectonismo – microssismos, micro-terremotos).

Podemos ver que nada está realmente parado, nem as montanhas, as quais, como raciocinamos, se movem e são movidas de inúmeros modos. Apenas a nossa VELOCIDADE-DE-VER é rápida demais para tempos tão longos. Elas podem estar se movendo em eras que duram milhões de anos. Não é que as coisas não aconteçam, nós é que não as vemos acontecer. NÃO ACONTECER é apenas julgamento. Portanto, para ver o que está acontecendo e fazer acontecer temos de mudar nosso modo de ver.

Vitória, domingo, 25 de julho de 2004.

As Mandíbulas Sociais dos Sapiens e os Erros de Desmond

 

                            O zoólogo Desmond Morris nasceu na Inglaterra em 1928 e escreveu O Macaco Nu, publicado no Brasil pela Record em 1976, na língua materna em 1967.  É um livro muito interessante, mas sugere linhas erradas de busca e contém impropriedades lógicas, no meu modo de entender.

                            Na página 28 ele diz: “O físico do primata é bom para trepar, mas não está preparado para corridas de velocidade no solo, nem para proezas de longo fôlego. Trata-se mais de um corpo ágil de acrobata do que da envergadura de um atleta poderoso. As mãos são boas para agarrar, mas não para dilacerar ou para ferir. As mandíbulas e os dentes são razoavelmente fortes, mas nada que se compare com o maciço e esmagador aparelho preênsil dos carnívoros. O assassino ocasional de pequenas presas insignificantes não exige grandes esforços. Na verdade, matar não é um aspecto fundamental no modo de vida dos primatas”.

                            Vi um programa admirável passado num dos canais pagos, no qual os pesquisadores sugeriam que a adição dos cães ao círculo doméstico permitiu aos seres humanos a retração da mandíbula. Isso foi um profundo insight, mas esbarra no Modelo da Caverna, em que as mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras ficavam na caverna enquanto os homens (machos e pseudofêmeas) saíam para caçar. Elas eram, com crianças, velhos e velhas, estropiados, anões e anãs, 80 a 90 % de todos, enquanto os que iam não passavam de 10 a 20 % no máximo do contingente. Os cachorros iam com os homens: como é que a mandíbula das mulheres retrairiam, se seu grupo era maioria? A tendência é, pelo sexo, a maioria sobrepujar a minoria, exceto quando a mutação for muito boa.

                            Mas a questão aqui não é essa.

                            Desmond Morris e a maioria não vê que os seres humanos puderam enfraquecer seu corpo individual porque seu corpo social foi ampliado. De fato, passamos a PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e depois a AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo). O corpo atrofiou porque, também, a mente foi ampliada desmesuradamente. O corpo dilatou-se nos objetos, além disso; por exemplo, nas lanças, nos arcos-e-flechas, nas armadilhas, nas catapultas. Nenhum macaco ou leão têm canhões, nem foguetes, nem destróieres. Não caçamos mais com as mãos, CAÇAMOS COM A LÍNGUA, que acumula fora de nós. Não a língua biológica, mas a língua-razão, que amplia nossas possibilidades ao infinito. Não caçamos sozinhos, um a um, ou num grupo pequeno. Matamos POR DIA centenas de milhares de reses num país pequeno e milhões de aves. Cultivamos milhões de km2 todos os anos, quando um indivíduo não poderia amanhar, com seus parcos recursos, mais que alguns metros quadrados.

                            As lanças são nossos dentes de dois metros de comprimento, maior que qualquer uma que já houve na Natureza. As ogivas termonucleares são dentes de 10 mil km de comprimento, rasgando não um animal de cada vez mas milhões. Não há nenhum animal, com “maciço e esmagador aparelho preênsil” que se compare nem de longe ao que mesmo os seres humanos mais atrasados de nossos dias podem fazer.

                            Morris, com sua formação de zoólogo ainda vê a Natureza Um, biológica/p.2, enquanto já estamos muito adiantados na Natureza Dois, psicológica/p.3, quase entrando na Natureza Três. Então, erra, como quase todos os outros, igualmente. É que os seres humanos não têm mais mandíbulas biológicas, têm mandíbulas sociais, psicológicas, racionais – têm mandíbulas coletivas.
                            Vitória, domingo, 25 de julho de 2004.

As Mandíbulas Sociais dos Sapiens e os Erros de Desmond

 

                            O zoólogo Desmond Morris nasceu na Inglaterra em 1928 e escreveu O Macaco Nu, publicado no Brasil pela Record em 1976, na língua materna em 1967.  É um livro muito interessante, mas sugere linhas erradas de busca e contém impropriedades lógicas, no meu modo de entender.

                            Na página 28 ele diz: “O físico do primata é bom para trepar, mas não está preparado para corridas de velocidade no solo, nem para proezas de longo fôlego. Trata-se mais de um corpo ágil de acrobata do que da envergadura de um atleta poderoso. As mãos são boas para agarrar, mas não para dilacerar ou para ferir. As mandíbulas e os dentes são razoavelmente fortes, mas nada que se compare com o maciço e esmagador aparelho preênsil dos carnívoros. O assassino ocasional de pequenas presas insignificantes não exige grandes esforços. Na verdade, matar não é um aspecto fundamental no modo de vida dos primatas”.

                            Vi um programa admirável passado num dos canais pagos, no qual os pesquisadores sugeriam que a adição dos cães ao círculo doméstico permitiu aos seres humanos a retração da mandíbula. Isso foi um profundo insight, mas esbarra no Modelo da Caverna, em que as mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras ficavam na caverna enquanto os homens (machos e pseudofêmeas) saíam para caçar. Elas eram, com crianças, velhos e velhas, estropiados, anões e anãs, 80 a 90 % de todos, enquanto os que iam não passavam de 10 a 20 % no máximo do contingente. Os cachorros iam com os homens: como é que a mandíbula das mulheres retrairiam, se seu grupo era maioria? A tendência é, pelo sexo, a maioria sobrepujar a minoria, exceto quando a mutação for muito boa.

                            Mas a questão aqui não é essa.

                            Desmond Morris e a maioria não vê que os seres humanos puderam enfraquecer seu corpo individual porque seu corpo social foi ampliado. De fato, passamos a PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e depois a AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo). O corpo atrofiou porque, também, a mente foi ampliada desmesuradamente. O corpo dilatou-se nos objetos, além disso; por exemplo, nas lanças, nos arcos-e-flechas, nas armadilhas, nas catapultas. Nenhum macaco ou leão têm canhões, nem foguetes, nem destróieres. Não caçamos mais com as mãos, CAÇAMOS COM A LÍNGUA, que acumula fora de nós. Não a língua biológica, mas a língua-razão, que amplia nossas possibilidades ao infinito. Não caçamos sozinhos, um a um, ou num grupo pequeno. Matamos POR DIA centenas de milhares de reses num país pequeno e milhões de aves. Cultivamos milhões de km2 todos os anos, quando um indivíduo não poderia amanhar, com seus parcos recursos, mais que alguns metros quadrados.

                            As lanças são nossos dentes de dois metros de comprimento, maior que qualquer uma que já houve na Natureza. As ogivas termonucleares são dentes de 10 mil km de comprimento, rasgando não um animal de cada vez mas milhões. Não há nenhum animal, com “maciço e esmagador aparelho preênsil” que se compare nem de longe ao que mesmo os seres humanos mais atrasados de nossos dias podem fazer.

                            Morris, com sua formação de zoólogo ainda vê a Natureza Um, biológica/p.2, enquanto já estamos muito adiantados na Natureza Dois, psicológica/p.3, quase entrando na Natureza Três. Então, erra, como quase todos os outros, igualmente. É que os seres humanos não têm mais mandíbulas biológicas, têm mandíbulas sociais, psicológicas, racionais – têm mandíbulas coletivas.
                            Vitória, domingo, 25 de julho de 2004.