quinta-feira, 6 de julho de 2017


As Mulheres Inventam a Caça

 

                            No Modelo da Caverna os homens (machos e pseudofêmeas) são caçadores, enquanto as mulheres (fêmeas e pseudomachos) são coletoras.

                            No livro O Macaco Nu já citado de Desmond Morris, na página 36 e ss. ele inventa um monte de justificativas infantis:

·       “A resposta para isso foi a criação da união aos pares. Os macacos caçadores machos e fêmeas tiveram de se apaixonar e manter-se reciprocamente fiéis”. Que lorota! Pois se todo mundo sabe que ambos, homens e mulheres são amplamente infiéis, especialmente os homens hoje em dia. Mas nas cavernas, mostraram os raciocínios, as mulheres se entregavam a todo homem válido que tinha provado seu valor, primeiro aos do quartil superior; depois, aos aleijados, aos velhos, aos anões, até aos pseudomachos, para garantir a qualquer custo os depósitos de esperma;

·       “Os machos estavam seguros da lealdade das suas fêmeas, podiam deixá-las para ir caçar, e evitavam lutar uns contra os outros”. O cenário mostrado no MC é MUITO MAIS complexo. As fêmeas (como faziam nas saturnais e fazem de novo hoje com os lover boys nas festas ou nos carnavais, em toda oportunidade em que podem remontar o ambiente das cavernas) não são comportadinhas, pelo contrário, devem ser mantidas sob trela pelas religiões, os preceitos morais, as leis, a vigilância dos machos e das outras fêmeas; quando bate a vontade ninguém segura. Não existe nenhuma segurança quanto à lealdade das fêmeas, pelo contrário. DE fato, o modelo diz que apenas 2,5 % ou 1/40 serão leais, em qualquer situação. Não depende de nada, de nenhum conjunto, senão da propriedade da construção do universo, refletida na Curva do Sino.

Talvez apiedado do franco contraste entre sua promessa de fidelidade e a realidade, tal como a vemos ou sabemos, Desmond Morris diz, p. 36: “Vê-se bem, pelo comportamento atual da nossa espécie, que o problema não está completamente resolvido e que os nossos primitivos instintos de primatas continuam a manifestar-se de maneiras mais atenuadas”.

Foi de DM que tirei, modificado, o MC. Ele havia dito, p. 35: “(...) as fêmeas deixavam-se ficar quase permanentemente na habitação”; e logo abaixo: “Os grupos de caça, ao contrário dos dos carnívoros ‘puros’, tiveram de passar a ser exclusivamente formados por machos”. As fêmeas e os pseudomachos montavam sempre 50%; mais os 25 % de meninos; mais os velhos; mais os deformados em expedições de caça ou guerra; mais os deficientes (física e mentalmente); mais os anões – todos juntos faziam 80 a 90 % ou mais do conjunto, necessariamente. De modo que os que iam eram poucos. As mulheres não iriam transar com os anões, nem com os velhos, menos ainda com os deformados e deficientes, porque propagariam os genes defeituosos. O esperma dos válidos ERA PRECIOSO e muito valorizado.

Mas, uma vez grávidas não fazia muito sentido a insistência dos machos, QUE ENTÃO ERAM ENVIADOS EM EXPEDIÇÕES. Quanto mais longe melhor, porque os machos (como nós sabemos muito bem, de sermos machos) são persistentes na busca da perseguida. É claro que as proteínas eram importantes, mas as mulheres foram aprendendo a colher, a domesticar, ao longo do tempo, de modo que as expedições de fato foram se tornavam cada vez menos significativas; porém mesmo assim os machos eram enviados. Todas as fêmeas não-inférteis estavam grávidas o tempo todo, porisso umas poucas “visitas” (até hoje o nome se conservou) dos machos já bastava. Elas se guardavam dos outros todos, isso sim, para evitar excesso de procriação com os “defeituosos”. Contudo, sempre levavam alguns ao futuro, escolhendo cuidadosamente o percentual. Claro que elas sempre foram de uma sabedoria inacreditável.

Assim, no fundo foram as mulheres que inventaram a caça, além de terem criado quase tudo no começo.

Não tem nada daquela santificada e estúpida, bucólica ou pastoril fidelidade. Tudo falso, o sexo campeava de um modo que hoje seria inacreditável, porque sobrava tempo, já que a razão sempre dá mais do que o corpo pode consumir (hoje também; é a política incapacitante que faz tantos passarem fome).

Vitória, domingo, 25 de julho de 2004.

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