segunda-feira, 30 de janeiro de 2017


Banda Larga Escolar

 

                            Como ainda não fizeram é incompreensível.

                            Nas repartições, em lugar de estimular o uso, os chefetes ficam vigiando, mesmo se nitidamente a Internet é um grande meio para a educação, a diversão, o diálogo, as iniciativas e tantas oportunidades que não existiam para o grande público antes de 1989, quando ela foi oficialmente inaugurada, derivada que foi da ARPANET.

                            As taxas a que baixam os arquivos (os downloads) são baixíssimas, irritantes, alguns quilobytes por segundo, quando deveriam migrar logo para megabytes. Adultos e crianças deveriam estar plugados o tempo inteiro, em todo lugar, a valores de pulso ridículos, se não nulos ou subsidiados. Os governempresas deveriam estar instalando cabos de fibras ótica em toda residência, repartição, escritório, órgão, instituto, universidade e principalmente escola. TODOS os brasileiros deveriam estar conectados ou sendo preparados para tal, neste caso os bebês. Especialmente os capixabas, se o Espírito Santo deseja saltar para frente. O novo governo deveria eleger um grupo de trabalho, um departamento, uma divisão, até uma secretaria extraordinária para tal.

                            Como eu disse, uma mídia (TV, Rádio, Jornal, Livro, Rádio e Internet - veja o artigo NETES, NET/ES, num dos primeiros livros, e outros depois) geral própria, ou pelo menos seções na mídia já existente deveriam transmitir continuamente, tal é a urgência de conhecimento da Rede Mundial. A lerdeza dos G/E em adotarem essa providência é estarrecedora, é assombrosa, é assustadora, é indicativa dos perigos que corremos nas mãos dos idiotas.

                            Sério e avançado será o governo que tomar essa providência com todas as suas forças, porque isso suplanta de longe todos os elementos da gestão anterior (as comodidades de hospitais, de escolas, de estradas e pontes, etc.).

                            Vitória, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003.

Bomba Atômica

 

                            Seria um filme comum, com um enredo consistente, bastante atrativo, sobre uma cidadezinha do interior (dos EUA, por exemplo), pacata e tranqüila, com a vidinha ordinária de sempre, porém com um enredo que realmente significasse algo. Uma linha de desenvolvimento real e consistente, assistível por si só. No final, sem mais nem menos cairia uma bomba atômica e MATARIA OS SENTIMENTOS E AS RAZÕES DE TODOS. Acabaria com as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e o ambiente municipal/urbano, todas as criaturas com as quais você tivesse se identificado no decorrer da trama.

                            Porque as bombas sempre caem NOS OUTROS, nas distantes personalidades com as quais a gente não se identifica. Como no livro Inverno Nuclear, de Carl Sagan e outros, ou no filme O Dia Seguinte, que fala da devastação APÓS a queda dos artefatos. Neste caso não mostraria o que já foi contemplado, as conseqüências, mas colocaria nas mentes das pessoas o FIM, THE END. Cada um que imaginasse por si.

                            Os espectadores pensariam então em seus distritos, bairros, cidades, estados, nação e mundo. Pensariam em irmãos e irmãs, em pais e mães, em avôs e avós, em cavalos, bois, cachorros, gatos e demais animais de criação ou estimação, em suas construções, no rompimento dos laços de amizade e de amor, em tudo que prezam. Tal filme faria mais pelo fim definitivo das guerras que qualquer outro, exceto O Dia Seguinte.

                            Pequenas coisas, gestos mínimos, projetos anulados, tudo que se pode pensar e fazer, todo o futuro local hipoteticamente cancelado. Não grandes e longínquas confabulações de poderosos governantes em telefones vermelhos, mas a coisa corriqueira, trivial, do pequeno ser.

                            Vitória, domingo, 09 de fevereiro de 2003.

Avança Brasil

 

                            Que pese FHC ter favorecido enormemente as burguesias interna e externa, com favores pavorosos que só serão expostos com o tempo, fez as chamadas “obras enterradas”, as não-eleitoreiras, aquelas que são efetivamente necessárias, que trabalham pelo futuro do país, dando-lhe conveniente infra-estrutura.

                            Venho acompanhado há já uns quatro anos sem aprofundar até os detalhes esse programa do ex-governo, o Avança Brasil, de que junto as linhas principais, a partir de extração da Internet. São muitos pontos, listados por ordem alfabética, cada um dos quais desdobrando-se em páginas e sítios, daí mais para dentro, com investimentos, mapas, gerentes de programas, uma série interminável de abordagens. É impressionante, de fato. Está muito além daquelas abordagens primárias, primitivas, dos governos militares, com os PND’s, Planos Nacionais de Desenvolvimento, que eram mais fantásticos que outra coisa.

                            Estes de FHC introduzem o profissionalismo no governo federal brasileiro, e já ao nível de Internet, aproveitando os recursos todos. Os outros governos nacionais (federais, estaduais, municipais/urbanos) foram todos atrasados (se tivessem sido adiantados teria sido noticiado), nunca pretenderam avançar realmente. Daí podermos deduzir que FHC DE FATO preocupou-se com o povo e as elites, o povelite/nação brasileiro. Não era só anúncio de propaganda, não, era fato mesmo. Isso fica para ele como crédito.

                            Pela primeira vez qualquer brasileiro, olhando o Programa geral, pode ver um PLANO DE GOVERNO que teve idealizadores voltados para o engrandecimento do país. Isso é algo de notável, onde só há gente visando o próprio engrandecimento, engrandecimento pessoal (individual, familiar, grupal, empresarial), sem deixar nada aos ambientes, pelo contrário, procurando sangrá-los em tudo. Assim sendo, FHC tornou-se um marco divisório: ANTES DE FHC e DEPOIS DE FHC. Antes de 1994 e depois de 2002, oito anos, entregue o governo em 01.01.2003 a Lula.

                            Mesmo que haja recuos, está plantada a semente da modificação, sem jeito de voltar, pois alguém seguirá o exemplo em qualquer tempo a seguir.

                            Vá ler, vale mesmo a pena.

                            Vitória, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003.

Aquisição de Sócios

 

                            Para o que formos criar faz todo sentido preparar um departamento geral de busca de sócios, no sentido de investigá-los em silêncio, tentando evitar os problemas maiores (mas a dialética diz que um esforço forte de barrar TODOS os problemas acabará por trazê-los “com força”, como é a gíria de agora).

                            Portanto, cabe certa tranqüilidade, só para começar.

                            Depois, é o caso de perguntar o que quer dizer isso de adquirir sócios para negócios.

                            Bom, o modelo, a dialética e o TAO dizem que as maiores bandeiras vêm dos mais necessitados – daí devermos buscar aqueles que têm grandes angústias de fazer, de ter, de proporcionar conforto e bens à família. Chave do TER: querer ter matéria, querer ter energia, querer ter informação.

                            A seguir vem a determinação inabalável de prosseguir em frente, diante de qualquer gênero e dimensão de dificuldade, por mais portentosa que ela se apresente. Aqueles caracteres incomuns que administram extremamente bem as crises.

                            Capacidade de MIC (memória, inteligência e controle – tanto autocontrole, de dentro, quanto controle ou comunicação para fora) é fundamental para qualquer diretor – Chave do SER. Pequenos seres não abrem grandes portas.

                            Sentido de compromisso com as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Preocupação com a ecologia, a conservação, o reaproveitamento dos materiais, a reciclagem. Com o replantio das flores, a recuperação dos rios e das nascentes, com a manutenção e a expansão dos animais em áreas próprias. Com a sustentabilidade da socioeconomia, enfim.

                            Há uma quantidade de coisas a pesquisar até obter o quadro de quesitos para triagem daqueles que entrarão em nossos negócios. Porque se, como dizem, família a gente não pode escolher, pelo menos amigos e sócios sim, graças a Deus.

                            Vitória, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003.

A Velhice e a Eternidade

 

                            Lendo O Senhor dos Anéis e os demais livros de Tolkien, a gente depara com entes que vivem milhares de anos, os elfos, tipicamente nove mil anos, os astari e os valar vinte ou trinta mil, podendo chegar à centena de milhar ou mais. Os seres humanos, que vivem até uns 120 anos, quando muito, em geral metade dessa idade ou a quarta parte ou menos, suspiram por longevidade, que supostamente seria algo maravilhoso – o que, penso, não é verdade.

                            Alguns sonham em viver 150, 200, 300 anos.

                            E há aqueles que acreditam que se todos os seres humanos vivessem muito a Religião geral acabaria e com ela a crença em Deus ou, no caso dos indianos, em deuses (360 milhões por lá).

                            Não é garantido, isso, está longe de ser. É claro que inicialmente, com o fim das doenças e da morte prematura, veríamos realmente um declínio do movimento religioso, que depois seria intensificado até a apoplexia, penso eu.

                            E veja porque: quando chegarmos aos 200, 400 ou 800 anos ou o que for ficará cada vez mais patente o que é a eternidade e a imensidão desse não-finito que dizem ser Deus. O infinito e o eterno são grandes mesmo. 800 mil anos não está mais perto da eternidade que 80 anos. Pode parecer que sim, mas o infinito tem essa estranha propriedade de estar tão distante de 1080 quanto de 10, assim como somar 200 mil km/s a 200 mil km/s não passa de 300 mil km/s, o limite da velocidade da luz no vácuo. Não tem jeito. Perante a eternidade oito milhões de anos são tão insignificantes quanto oito anos.

                            Em lugar das pessoas ficarem MENOS reverentes elas ficarão mais, porque compreenderão melhor, terão mais tempo para pensar e desesperar-se. Como sempre, como dizem a dialética, o TAO e o modelo, mais pode conduzir à insatisfação, o contrário do que se deseja.

                            Vitória, sábado, 08 de fevereiro de 2003.

A Nova Lei

 

                            Feliz esse Stephen Spielberg que pôde, desde o início, com Encurralado, escrever uma biografia de sucessos cinematográficos, um após o outro. Agora, depois de 11 de setembro de 2001, com a destruição das Torres Gêmeas do WTC, World Trade Center, Centro Mundial de Comércio, em finais de 2002 levar às telas dos cinemas o filme com Tom Cruise, Minoroty Report, em português o título muito mais feliz de A Nova Lei.

                            Acontece justamente que em virtude do atentado Bush e asseclas passaram no Congresso, sob pressão da opinião pública, leis de restrição das liberdades constitucionais que denunciam a futura opressão ditatorial crescente do povelite/nação americano. As pressões reducionistas já começam a aparecer nos filmes, falando das portarias que permitem abordar qualquer carro a qualquer tempo em todo lugar. A liberdade de imprensa será condicionada, a Quinta Emenda sofrerá regulação, a constituição mais aclamada do mundo perderá eficácia sob os novos costumes tirânicos de Frankenstein Jr e seus continuadores, até que os militares se apossem do poder, em 30 ou 40 anos.

                            O que Spielberg pergunta é isto: e se for com você? Doar a liberdade alheia é fácil, é daqui para ali, mas como Brecht perguntou certa vez, depois que levarem os homossexuais, os judeus, os negros, as mulheres, os devassos, as crianças e todo tipo de ofensa ao retrato da perfeição do dominante, quem nos defenderá?

                            A Nova Lei é a da fascistização dos EUA. Sendo o país mais poderoso do mundo, 25 % da produção, para um conjunto de cerca de 220 nações, contra outro tanto percentual da Europa dos 15 (divididos 25 % em 15 porções, média de 1,67 % do PIB mundial), obviamente nada pode segurá-los. O resultado é não somente nova polarização, desta vez opondo Europa e EUA, com a China, Japão e o eixo oriental correndo por fora (mas unindo-se forçosamente à Europa, enquanto provavelmente a Rússia e a CEI se juntarão ao antigo inimigo) na luta pela manutenção da democracia, como também uma luta pela sobrevivência do direito de discordar.

                            O filme extraordinário de Spielberg, mais a tradução felicíssima dos brasileiros, leva-nos a compreender que há nos EUA uma Nova Constituição autorizando a prática dos atos de terrorismo CONTRA O POVELITE AMERICANO, praticados pelos terroristas provavelmente induzidos, se não contratados por farsa terrível, certamente admitidos e facilitados, agora autorizados pelo Legislativo e levados adiante pelo Executivo sob Bush, internamente com essa DIVISÃO DE PRÉ-CRIME do FBI (e, assustador pensamento, externamente pela CIA), que julga e condena as pessoas ANTES DO ATO, isso muda tudo. Muda a geo-história humana do modo mais completo que houve até agora, antes da emergência do modelo.

                            Pois de agora em diante as pessoas serão julgadas ANTES DE ACONTECEREM OS CRIMES, só por pré-julgamento. Essa é a novidade incomensurável, colossal, desmedida, desmesurada, gigantesca e assombrosa, espantosa, inquietante. Só por pretenderem fazer as pessoas já serão culpadas. Quantas coisas que pensamos fazer jamais foram feitas? Apontadas pela promotoria, julgadas pelo júri, condenadas pelo juiz, executadas pelo carrasco NA AUSÊNCIA, in absentia, as pessoas serão torturadas antes dos acontecimentos, pelo medo de serem apanhadas delatando todos e cada um, como na Alemanha nazista.

                            Eis o que, de passagem, A Nova Lei mostra, por detrás da fábula admirável.

                            Vitória, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003.

A Escada da Tabula Rasa

 

                            No Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) a pontescada científica é composta de: Física/Química (Natureza Zero, N.0, até o primeiro ser vivo), Biologia/p.2 (Natureza Um, N.1, até o primeiro pra racional), Psicologia/p.3 (Natureza Dois, N.2, até os seres novos), Informática/p.4 (Natureza Três, N.3, até a hipermente), Cosmologia/p.5 (Natureza Quatro, N.4, até o salto para o infinito) e Dialógica/p.6 (Natureza Cinco, N.5, até a armação e disparo da bomba dialógica, que abre os universos nos big bangs, grandes explosões, depois dos grandes estresses).             

                            Começou faz muitos séculos uma polêmica sobre o inato (aquilo com que nascemos, nosso patrimônio de surgimento, que pertence ao ser desde seu nascimento) e o adquirido. Se somos ou não uma tabula rasa, uma lousa não-escrita ao nascer. Bem, o modelo respondeu de sua forma peculiar: 1) sim, somos PARA O FUTURO, para o que é especificamente humano, 2) não, PARA O PASSADO, para o que é prévio.

                            Na micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos, corpomentes) tudo é inato. Os fungos, as plantas, os animais e os seres humanos primitivos vem escritos em nós. Porém a mesopirâmide (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo) não vem, exceto o indivíduo regressado à sua condição pouco mais que animal, potencial e criação da humanidade, que é conjunto. A língua não vem escrita, deve ser desenvolvida sobre o potencial, a possibilidade de aceitação. As 6,5 mil profissões não vêm escritas. Os desenvolvimentos das até agora identificadas 22 tecnartes não vem escritos. Tudo que o ser humano amealhou nos últimos 200 mil anos, desde a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y (surgiram ambos na África, em tempos e lugares próximos, segundos os cientistas), especialmente nos dez mil anos mais recentes da civilização, definitivamente não vem escrito.

                            Enfim, para trás sim, para frente não. Então, como sempre, a resposta do modelo é dupla: sim-e-não, sempre assim. Inata a evolução darwiniana, adquirida a evolução lamarckiana, dos caracteres adquiridos – aquela natural F/Q e B/p.2, esta artificial P/p.3, I/p.4.

                            Vitória, segunda-feira, 10 de fevereiro de 2003.