sábado, 21 de janeiro de 2017


Malandragem Carioca

 

                            Não tenho os dados corretos, seria preciso você pesquisar, mas tomemos como sendo de 35 % do PIB nacional a participação do Rio de Janeiro em 1960, ao passo que agora está quase empatado com Minas Gerais nuns 12 %, tendo caído, digamos, 23 %, para 1/3. A população do Brasil cresceu na década dos 1960 3,2 % ao ano, enquanto agora cresce 1,6 %. Suponhamos 2,4 % de média. Em quarenta anos multiplica por 2,6. Dividiu a renda por três, multiplicou a população por dois, vírgula seis, pelo menos (POR BAIXO, pode ser até o dobro) a renda percapita dos fluminenses desceu PERCENTUALMENTE a 1/8. É claro que absolutamente o Rio de Janeiro cresceu muito, especialmente nos últimos oito anos, quando Fernando Henrique Cardoso, presidente da República fluminense de nascimento, injetou recursos lá, de 1994 a 2002, com qualquer governador, de oposição ou não. Além disso, há o petróleo, que tem dado um impulso poderoso.

                            Há essa coisa da “malandragem carioca”. Bom, até 1960 o Rio de Janeiro era a capital da República, papel que Brasília exerce deste então, carreando grandes recursos de manutenção e ostentação, fazendo dela a maior renda percapita do país hoje. Os cariocas eram nababos, viviam no “bem-bom”, na felicidade das tardinhas regadas a dinheiro extraído das minas estaduais, sem saberem de onde vinha. Quando a fonte secou a renda percentual começou a declinar terrivelmente, a proeminência dos fluminenses, habitantes do estado do Rio de Janeiro, especialmente dos cariocas, moradores da cidade do Rio de Janeiro, no cenário nacional foi quase ao fundo.

                            Como é que cariocas e fluminenses se arranjaram? Que tipo de coisas fizeram para realizar essa custosa passagem? Que inferno enfrentaram que veio dar nessa caracterização de “malandragem”? Que adaptações socioeconômicas precisaram arranjar? Aí já saímos do folclore cultural para as teses de mestrado, doutorado e pós-doutorado DE TRANSIÇÕES, um fenômeno nunca estudado, ao que eu saiba. Como o RJ transitou de sua condição de foco das atenções para um enjeitado políticadministrativo? E, mais ainda, diante do crescimento exponencial de São Paulo, que em 40 anos passou de população menor a população muito maior? Quais foram os comportamentos de cariocas e fluminenses? Como eles reagiram? Essa é uma lição importante, não apenas para o Brasil como para o mundo inteiro.
                            Vitória, sábado, 04 de janeiro de 2003.

Geneticamente Realçado


 

                            Num DVD da National Geographic, Clone, O Futuro da Humanidade? Vi e li um cientista falando nisso, de novos seres humanos geneticamente realçados (GR), daí eu dizer que os antigos como nós seriam geneticamente não-realçados (GNR), havendo então duas raças, a mais antiga de homo sapiens sapiens equivalentes aos neanderthais antes e os novos HSS, na realidade HSSS (super-sábios).

                            Bom, como sabemos do modelo, devemos contar as PESSOAS GR (indivíduos GR, famílias GR, grupos GR e empresas GR) e os AMBIENTES GR (municípios/cidades GR, estados GR, nações GR e mundos GR), mas isso não acontecerá em alguns anos, senão em séculos, de modo que todos os que estão vivos hoje estarão mortos.

                            Veja como progrediu rápido:

                            ANO                                ATIVIDADE                                                            

Final sec. XIX                ouriços apenas balançados

1902                                                 Óvulos seccionados de salamandras

Década das 1960         Rãs

1997                                                 Ovelha Dolly

Final 2002                      Bebê humano

Repare que a coisa não é fácil, pois a Dolly, com reumatismo e envelhecimento precoce, mesmo assim foi o único resultado válido em 277 tentativas, ou seja, 276 erros e um acerto. Não se esqueça que Deus, na Bíblia, acertou “de prima”, como diz o povo, isto é, logo na primeira vez.

Para dourar a pílula eles falam dos doentes, distinguindo entre clonagem terapêutica (CT), visando o tratamento dos que sofrem, e clonagem reprodutiva (CR) - aquela necessidade e este luxo, aquela dos pobres, esta dos excessivos. Depois redividirão a CR em duas, uma visando a reprodução de socorro, neste e naquele caso, e a outra só por fastio. E assim por diante. Entretanto, vieram os doidos dos raelianos, que dizem representar os alienígenas que originalmente teriam produzido a espécie humana por clonagem, e no fim de 2002 disseram ter reproduzido um bebê viável, sabe-se lá q que custo, se foi verdade.

A questão é que se dividirão dois galhos da mesma árvore, um o GNR antigo e outro o GR atual. Quem desejará ficar com as quatro mil doenças genéticas que qualquer um pode ter? Quem puder pagar irá migrar para o grupo dos GR. Isso, mostra o modelo, não melhorará substancialmente em nada a humanidade, PORQUE a soma continuará zero, só que num patamar mais elevado. Tudo continuará dependendo de sabedoria, pois a Biologia/p.2 já ficou para trás, estamos no super-reino da Psicologia/p.3, na mesopirâmide pessoambiental já descrita. Teremos pessoas ou ambientes melhores? Depende de muitas variáveis, nenhuma das quais está amarrada ao nosso corpo, que é o que estará sendo reproduzido melhoradíssimo. Nossa mente não será transformada em nada, absolutamente nada. Nossas doenças psicológicas/p.3 continuarão existindo, nossos conflitos continuarão acontecendo, nossos choques talvez se tornem mais agudos e terríveis, mercê de menor humildade dos semideuses. Não basta sarar o corpo, é preciso curar também a mente. Nisso nós investimos quase nada. Nós fugimos do problema de salvar nossas coletividades com aplicações de injeções de amor e dignificação humana.

É como pintar de novo o liquidificador que esteja com problemas no motor – fica mais bonitinho, mas continua sem funcionar.

Vitória, domingo, 05 de janeiro de 2003.

Gene Rodenberry

 

                            O autor original de Star Trek (TREK é “viagem longa”), no Brasil traduzido como Jornada nas Estrelas (aliás, nome mais empolgante), criou aparentemente uma dinastia, que seria melhor conhecer de perto, pois existe uma Mabel Rodenberry que é sua continuadora, não sei se filha. Deve ser.

                            Embora Enterprise seja a série mais recente, ela se passa antes, em 2150, seguindo as demais, como colocado:

                            SÉRIE                             ANO                   TRADUÇÃO (Talvez)                            

                            Enterprise                     2150                   Empreendimento

                            Star Trek                        2350                  “Jornada nas Estrelas”

                            ST Nova Geração        2380                  (nenhuma)

                            Deep Space Nine        2350                  Espaço Profundo Nove

                            Voyager                         2350                  Viajante

                            Não tenho certeza das datas, existem livros muito mais precisos – é fascinante mesmo, porque as séries, postas as decadências respectivas das formas mutáveis, conservam validade por seus conteúdos, fazendo avançar a televisão, com abordagem de variadíssimos temas, candentes até. Naturalmente cada nave tem seu comandante que são, respectivamente, homem branco, homem branco, homem branco, homem negro e mulher branca. Nessa marcha em algumas décadas estarão representados todos os tipos humanos.

                            Só para não ir muito longe, porque existem informações muito mais fidedignas disponíveis, apenas para mostrar interesse, além de assistir eu presto atenção, acompanho os temas, sigo algumas lições. É formidável. Só dizer que a série já dura, com algumas interrupções, eu creio, há três décadas ou mais, já mostra a sua importância. E a sua descendência familiar não ter esgotado o tema, pelo contrário, ter lhe acrescentado profundidade e competência, já diz muito.

                            Vitória, domingo, 05 de janeiro de 2003.

Filha da Antártica

 

                            A Antártica tem 14,2 milhões de km2, enquanto a Austrália tem 7,7 milhões de km2 e a Índia (mas não o subcontinente indiano) 3,2 milhões de km2. Estiveram juntas outrora, quando a Austrália e a Índia começaram a migrar, sobre a placa única que as sustenta. No conjunto 25,1 milhões de km2.

                            Bom, é sabido que a Antártica foi coberta de gelo desde 30 milhões de anos atrás, que a Austrália tem a fauna mais estranha de todas (como o ornitorrinco, mamífero de bico de pato que põe ovos). Índia e Austrália devem ter começado a se mexer há 70 milhões de anos, de forma que de 70 a 30 milhões de anos atrás a Antártica ainda tinha fauna e flora, cujos restos estarão debaixo do gelo, valendo a pena cavar imensas colunas para tirar amostras. Entre 70 e 30 milhões de anos, quando a Antártica ainda tinha condições de sustentar flora e fauna, uma ecologia em clímax, ela desenvolveu mutações e novos organismos a partir do mesmo ponto de separação. Com isso poderíamos ver o que 40 milhões de anos fazem à Vida geral. Teríamos o mesmo passado para Antártica, Austrália e Índia até 70 milhões; Antártica separada de 70 a 30 milhões de anos; Austrália hoje. Pense só que fantástica sala de aulas para os paleontólogos!

                            É o caso de começar as escavações imediatamente, sem perder nem um segundo. Nenhum outro lugar ficou em suspenso durante tanto tempo, 40 milhões de anos, separado das outras criações ou variações todas.

                            Vitória, domingo, 05 de janeiro de 2003.

Evolução Diferencial

 

                            Trotsky disse num de seus livros sobre a MUDANÇA DIFERENCIAL, no modelo denominada MD DOS CONJUNTOS, que em termos psicológicos são as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Em resumo, os conjuntos, todos e cada um, mudam a taxas diferentes.

                            Aplicado à Biologia/p.2 esse conceito significa isto: cada organismo, ao mudar, exerce PRESSÃO SELETIVA contra os demais e contra os ambientes todos. Se inicialmente A e B estão no mesmo nível e A passa a A7, enquanto B vai apenas a B2, houve a criação de um fosso, o descendente de A tendendo a tomar muito maior porção do futuro, ainda mais que tudo é exponencial.

                            Veja as empresas. As que fabricavam máquinas de escrever migraram como B a B2, as máquinas que trocavam esferas, com rolos de papel atrás, isto e aquilo, mas ficaram bem atrás dos computadores, que foram de A a A7 e estão indo ainda mais longe. Do mesmo modo para automóveis, batedeiras, casas, indivíduos com treinamento, etc., de forma que o futuro, que prometia ser verde pradaria de caça cativa para alguns, de repente viu esses serem desalojados pela pressão seletiva pessoambiental. Cada mudança nos circunstantes faz com que a figura em tela seja obrigada a mudar também, para se adaptar, o que pode ser psicologicamente muito esgotante. Obviamente, sendo a Psicologia geral humana composta agora de oito níveis, de indivíduos a mundo, ela exerce uma PS fortíssima sobre os organismos biológicos/p.2, menos capazes de mudar, tanto assim que tanto os conjuntos (fungos, plantas e animais) quanto seus ambientes estão sendo extintos. Eles tinham capacidade de se adaptarem à Biologia/p.2, mas não à Psicologia/p.3. Os que se renderam por domesticação estão prosperando enquanto a humanidade precisa deles. Assim sendo, quanto mais a humanidade cresce em quantidade e em qualidade mais difícil fica a vida para as demais espécies, porque elas não têm nenhum grau psicológico de liberdade – elas não mudam psicologicamente. Cada vez que é inventado um novo aparelho e aparece um novo conhecimento isso exerce PS CONTRA os fungos, as plantas e os animais. É um jogo desigual, a menos que parte da humanidade se condoa, como tem acontecido, e trate de proteger essa evolução mais fraca.

                            Vitória, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003.

Escritórios Antigovernamentais

 

                            Isso é para grupo de empresas que tenham resistência para afrontar a carga de problemas que advirão da colocação de três escritórios de advogados, contadores, administradores, engenheiros, arquitetos, economistas e outros profissionais para vigiar os governos: Escritório Antilegislativo, Escritório Antijudiciário, Escritório Antiexecutivo, sem dar qualquer trégua por décadas a fio, assim como Ralph Nader, hoje senador americano, atacou as empresas que destratavam o povo de lá.  

                            Neste caso alguns dos melhores profissionais de então se encarregarão de defender com ações na Justiça o povo (pobres e miseráveis) contra os desmandos dos políticos, dos governantes e dos juízes, abrindo contra estes e contra seus respectivos poderes toda ação cabível, isto é, que esteja dentro da lei.

                            Se nós tivermos enquanto indivíduos, famílias, grupos e empresas dinheiro suficiente, devemos separar, digamos, 10 % (dez por cento) de tudo para aplicar nisso, em escritórios completos, enquanto eles não se sustentem sozinhos: salas bem equipadas de máquinas e programas, ar condicionado, ótimas instalações, recepcionistas, sociólogos e psicólogos, arquivos duplicados ou triplicados (contra a conhecida violência de algumas pessoas dos governos), cozinha (café, sucos, o que for) – visando a total proteção e atendimento especial dos cidadãos. Com ligação com as polícias do mundo, para proteção. Não devemos buscar causas, apenas aceitar as que forem justas, após profundas análises.

                            Com a sucumbência natural, decretada pelos juízes das causas, pagando rasteiramente os custos de profissionais pagos, porém dedicados, o restante indo para uma caixa comum de ampliação das atividades e para proteção dos profissionais envolvidos e suas famílias, para pagar pensão e outros sustentos, porque se trata, vemos desde já, de uma guerra interminável, com os mutilados de sempre.

                            Vitória, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

Em Torno da Palavra

 

                            Leia os artigos deste Livro 19, As Percepções de Gabriel e Talentos Perdidos, não vou repetir.

                            Tomando como certo que existam os níveis A, AA, AAA e AAAA como partições progressivas 1A, 2A, 3A e 4A, tendo respectivamente 1/40, 1/(40)2, 1/(40)3 e 1/(40)4, restando neste nível apenas 2,5 mil em seis bilhões de pessoas, as palavras do Dicionário veriam em volta delas essas frações. Por exemplo, COMPETÊNCIA – teríamos C4A, C3A, C2A e C1A. E assim por diante, para todas as palavras, lado bom e lado ruim do Dicionário. Pessoas extraordinariamente ruins, pessoas fantasticamente doces, pessoas absurdamente competentes e por aí segue, tanto à esquerda quanto à direita.

                            As palavras são como montes, montanhas com um pico de excelência, e do outro lado uma antimontanha na escuridão, com os piores serviços, objetos, relações do mundo. De agora e daqui para frente, quando virmos ou falarmos uma palavra, saberemos que há em volta dela sucessivos níveis de excelência para cima e de coisas detestáveis para baixo. O que seria tomar contato com o melhor Conhecimento (magos/artistas, teólogos/religiosos, filósofos/ideólogos, cientistas/técnicos e matemáticos) do mundo? Onde estão os 2,5 mil maiores artistas, onde os 2,5 mil maiores técnicos, onde os 2,5 mil maiores matemáticos? Faz todo sentido colher e estimular a fração que se tenha desses 2,5 mil.

                            Vitória, terça-feira, 07 de janeiro de 2003.