quarta-feira, 14 de dezembro de 2016


Economia Psicológica

 

                            No modelo a Psicologia, uma das ciências, se divide em psicanálise (das figuras), psico-síntese (dos objetivos), economia (das produções), sociologia (das organizações) e espaçotempo (Geo-História).

                            Como ciência, a Psicologia está na pontescada tecnocientífica. As ciências, técnicas altas, são: Física/Química (primeira ponte), Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6. As técnicas, ciências baixas, são: Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5 e Discursiva/X6.

                            A Dialógica/p.6 e a Discursiva/X6 estarão mais próximas da matematização total. No entanto tudo começa da base, na Física/Química e Engenharia/X1, vindo as outras a seguir. Por enquanto está se dando a matematização da Biologia/p.2 e da Medicina/X2.

                            A da Psicologia/p.3 e da Psiquiatria/X3 estão distantes.

                            Como compreender que a Economia, sendo uma das psicologias filosóficas, queira reivindicar o status matemático?

                            De fato, ela usa a Matemática, mas só a mais primitiva, até as integrais, e nada mais que isso. Em geral usa uns graficozinhos. Ela não “vai fundo”, como diz o povo. Fica na superfície. Contudo, para quem está mais por fora ainda, parece muito, e ela se assemelha a uma ciência plena, de fato.

                            Não é, é uma psicologia EM ESTÁGIO FILOSÓFICO.

                            Não passa disso, embora pretenda estar em grandes alturas.

                            Há uma piada assim: dois caras estão perdidos num balão e vêem lá embaixo um outro, ao qual perguntam onde estão. O outro responde: “aí”. No balão um fala para o outro: “esse cara é economista. A informação está perfeitamente correta, mas não serve para nada”.

                            Segundo outra, Colombo foi o primeiro economista: saiu sem saber para onde ia, chegou sem saber onde estava – e tudo por conta do governo.

                            A Economia deixa muito a desejar enquanto economia agropecuária/extrativista, economia industrial, economia comercial, economia de serviços e economia bancária. Não tem teorias científicas para as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) nem para ambientes (municípios/cidades, estados, nações, mundo). Não pode prever os circuitos (por exemplo, não sei se foi Galbraith que disse que os economistas previram nove das duas últimas crises americanas), não tem uma teoria dos ciclos convincente, não consegue dirigir a produção local e geral sem traumas para os produtores.

                            São umas negações, os economistas.

                            Não dispõe de cartuchos ou cártulas psicológicas/econômicas, como já pedi. Cada um afirma uma coisa diferente, sem um centro ou eixo de condução. As hipóteses não são testáveis e refutáveis, exceto a posteriori, e nunca podem ser programadas em laboratório, porque não existe uma ainda mais ampla teoria que a leve da listagem de fatos até a verificação das afirmações, num largo esforço equacional.

                            É uma psicologia filosófica, não científica, e parece que, a menos de uma revisão profunda, não chegará a ser.

                            Entrementes tenho esperança de que ela acabará por tornar-se científica ao matematizar-se devidamente. Acho que não demora muito, na medida da deseroização e do fim do orgulho funesto de que são dotados os economistas. Desde que saibam descer de seu falso Olimpo serão capazes de rever sua disciplina para melhor.

                            Vitória, segunda-feira, 20 de maio de 2002.

Dois Mil Artigos

 

                            Por diversas vezes me convidaram para escrever em jornais. Primeiro foi O Pioneiro, de Linhares, em 1974 e 1975, quando eu estava em Vitória. Depois, quando voltei a Linhares, entre 1984 e 1987, tornei a escrever para ele e outro jornal de lá. A seguir foi A Tribuna, em 1988 e 1989, e A Gazeta, um tanto depois, pelas mãos de Carlos Umberto Filipe.

                            Eles sempre me cortam. Acho que não gostam da minha forma de abordagem, sei lá. Ou talvez meus artigos não interessem mesmo.

                            Mais recentemente, neste ano de 2002, tentei de novo A Gazeta, através do nosso amigo CUF, mas eles nada publicaram.

                            A outra vez que escrevi para este jornal, de 110 artigos que fiz publicaram 11, uns 10 %. Há muita gente escrevendo para a coluna de opiniões, principalmente gente famosa, entre outros, daí não me darem espaço. Não fico chateado, mas o fato é que tive que me conter na abordagem dos assuntos, porque o público leitor poderia não tolerá-los.

                            Então, pensei, quantos artigos eu poderia escrever, abordando os livros que leio?

                            Bom, fico fora dois dias e meio (48 horas mais viagens de ida e volta), sobram cinco dos seis de folga. Se escrever três por dia, são 5 x 3 = 15, fora as falhas. Seriam 667 dias diretos, coisa de 1,83 ano. Contando que são cinco em cada oito dias, num ano seriam aproveitáveis uns 228 dias. Daí 667/228 = 2,93, quase três anos para os dois mil artigos.

                            Então posso escrever seis mil artigos em nove anos, tendo tempo de vida e condições de fazê-lo em relativo sossego.

 Qual a utilidade e significado deles? Eu não sei, mas como penso continuamente e não posso ficar guardando isso na minha cabeça, o jeito é colocar para fora e torcer para que tenham algum sentido e proveito para a humanidade, que sejam de alguma ajuda.

                            Em termos de páginas, creio que seriam em geral duas, talvez três, digamos 2,5 por artigo, no total dos nove anos coisa de 22,5 mil páginas, o mesmo tanto que o modelo, posteridades e ulterioridades, exceto que neste conjunto existiam muitos gráficos, folhas para capítulos e repetições no primeiro capítulo do esboço geral, para tornar o texto independente inteligível pelo leitor que o lesse isoladamente.

                            Juntando uns 50 em cada bloco teríamos 450 grupos, menos que os 618 (252 do modelo e 366 das posterioridades/ulterioridades) do outro conjunto que fiz, também em nove anos.

                            Com isso posso varrer minha experiência em leitura.

                            Sou leigo, não formado em faculdade, embora tenha passado duas vezes em engenharia, duas em física e uma em filosofia, deixando os cursos incompletos.

                            Digo tudo isso para chamar atenção para o que podemos fazer para ajudar, um pouco que seja, as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os ambientes (municípios/cidades, estados e mundo), com o tiquinho que sabemos. Mesmo que seja ínfimo nosso conhecimento, ele pode servir a alguém, adiantando um ponto de vista que, por um pequeno bloqueio, não permitisse desvendar um objeto ou sujeito.

                            Isoladamente podemos pouco, os indivíduos, mas não estamos sós. Estamos em conjuntos crescentes, de famílias ao mundo. O precário que façamos pode ser auxílio significativo. É como na fábula recente dos ecologistas, na qual um beija-flor, portando um dedal de água, corre para tentar apagar o fogo que consome a floresta da qual um bando de bichos muito maiores foge. À zombaria de que ele nada poderia fazer ele responde que pelo menos está tentando ajudar, não está fugindo.

                            Se cada um fizer um pedacinho, pode ser que a gente consiga – como diz o povo, com a ajuda de Deus, na realidade, Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI.

                            E fica também como instruções aos meus filhos.

                            E como mensagem aos que gostam um pouco que seja de mim, amigos e parentes.

                            Não sou modesto, longe disso, é só que somos realmente diminutos, relativamente ao todo. Em cada um, claro que não, temos nosso tamanho definido.

                            O problema parece ser que todo mundo quer ser publicado, ou publicado já, sem contar que podemos ter uma postura mais reservada, de longo prazo, garantindo um falar lento e macio com todos e cada um, sem evidenciação. Na minha ânsia de servir, de colaborar, eu também desejei muito expor os assuntos, com uma ponta de sofreguidão de ser aceito e reconhecido.

                            Entretanto, pensando bem, essa exposição, sobre ser acabrunhante, humilhante, prostrante, é contraproducente, negativa, contrária aos nossos melhores interesses de pesquisadores profissionais ou leigos. Se a exposição for de 1 a 99 % (pois ninguém atingiria a unanimidade) de fama ou apelo geral do povelite/nação, ou qualquer conjunto, sobra cada vez menos tempo para buscar e ser útil escrevendo. De todo modo, pessoas muito famosas em seu tempo acabam por desaparecer do cenário logo em seguida, como podemos ver em tantos exemplos históricos, alguns bem recentes, de pessoas consideradas luminares em suas vidas e que um século depois se tornaram completamente obscuras, portanto não lidas.

                            Devemos perguntar-nos: o que desejamos mesmo, apenas o nosso ou o total proveito?

                            Como diz o povo com tanta graça, há gente desejando aparecer, nem que seja como o papagaio de pirata pousado no ombro do personagem principal, como ator coadjuvante muito remoto ou mero extra do filme da Vida-racional geral.

                            O melhor é despir-se desses sentimentos, e deixar que o mundo chegue àquilo de que ele necessitar.

                            Então, quando pensei isso, vi que tinha mesmo que escrever, não importando se teria serventia. Primeiro, tem para mim, como um desabafo, um desafogamento, um desanuviamento mental, uma terapia. Depois, se tiver para a coletividade, ficarei mais feliz ainda.

                            Vitória, terça-feira, 07 de maio de 2002.

Divulgação Científica Brasileira

 

                            A gente lê livros de autores americanos e europeus, em geral cientistas, mas também engenheiros, divulgando a Ciência ao povo e às elites. Isaac Asimov (escritor de FC e bioquímico), Freeman Dyson (físico), Carl Sagan (astrofísico), Arthur Clarke (escritor de FC e engenheiro), Brian Greene (físico), Kevin Davies (geneticista) e muitos outros mostram as curiosidades das e as mais recentes descobertas nas ciências.

                            Isso constrói uma ponte entre a pesquisa teórica & desenvolvimento prático e a fonte de recursos, que é o povo, nunca as elites, pois estas jogam tudo nos lucros e perdas, ou deduzem antes do lucro final, através de milhões de artifícios (só esse desvio de informações renderia centenas de teses de mestrado e doutorado).

                            Daí o povo ter simpatia pela Ciência nesses países, ao contrário do Brasil e outros países da América Latina, onde ela ou é detestada ou mal-tolerada.

                            Isso vem de os cientistas e engenheiros daqui se sentirem muito superiores, como se estivessem num Olimpo onde os demais não podem chegar. Não têm qualquer simpatia pelo povo e pelas elites, num orgulho malsão, bem característico dos subdesenvolvidos e dos sub-racionalizados.

                            O resultado é que no Brasil as ciências quase não recebem verbas dos governos e das empresas, com isso produzindo pouquíssimo em matérias relevantes, nem sempre a ciência de ponta dos países centrais, dos industrialmente avançados. Não mais que 0,5 % das receitas governamentais vai para as ciências, no Brasil, enquanto nesses países estrangeiros pode chegar a dez vezes isso.

                            Que tipo de serviço à coletividade vem a ser esse?

                            Como o povo e as elites são julgados inferiores pelos intelectuais locais, são igualmente julgados indignos de perceber o “esforço superior” desenvolvido por cientistas e engenheiros. Todas aquelas “magníficas” mentes operosas e divinas, incapazes de voltar-se para os “seres baixos” para ceder-lhes um esboço sequer de seu elevado conhecimento.

                            O resultado palpável é aquele, dos baixos orçamentos. Depois a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, vive reclamando que não há verbas. Claro que não há, o povo não faz pressão para que haja. Sem a predisposição popular não vai haver, nem agora nem nunca. Deveriam investigar essa relação entre divulgação tecnocientífica, que afinal de contas é uma prestação de contas do dinheiro investido (com a correlativa sensação de maravilhamento), e a reação popular de coação aos governempresas, seja através da mídia, da adesão pública e privada ou da mera passividade às aplicações dos recursos.

                            Esperávamos mais dos tecnocientistas brasileiros.

                            Infelizmente eles são mais de falar que fazer.

                            E mais de fazer errado e copiando do que de fazer certo e autonomamente, neste caso em busca de uma tecnociência tropical.

                            Vitória, segunda-feira, 6 de maio de 2002.

Conselho Estadual das Escolas Superiores

 

                            De início no ES havia somente a UFES, fundada no ano do meu nascimento, 1954, em 2004 completando 50 anos.

                            Depois foram fundadas algumas faculdades em Colatina e em Cachoeiro de |Itapemirim, a seguir apareceu a FAESA em Vitória, a UVV  (Universidade de Vila Velha, que dizem ter pertencido ao senador Eurico Rezende, agora falecido, fazendo parte do espólio), a expansão da UFES para São Mateus, faculdades em Linhares, Aracruz, Serra, Cariacica e até Afonso Cláudio, sem falar nas expansões de todas as anteriores.

                            A FAESA, de cubículos que tinha, cresceu a ponto de ter agora três campus. A UVV rivaliza com a UFES. Surgiu a UNIVIX, do ex-reitor Rômulo Augusto Penina e sócios, em Vitória.

                            Enfim, a coisa cresceu tremendamente, e já existem dúzias de escolas, nos lugares mais insuspeitos.

                            O Colégio Nacional criou faculdades, o Salesiano foi pelo mesmo caminho, o Darwin se associou com uma universidade de fora do estado, até José Teófilo de Oliveira, ex-secretário de estado da Fazenda, cooptou faculdades de fora.

                            A educação dando tanto lucro (na UNIVIX o curso de arquitetura custa 625 reais por mês. Sem contar que pode haver financiamento do governo federal, não sei, é preciso investigar, ninguém revela de boa vontade – nem as escolas particulares nem o governo), não admira que as faculdades brotem como cogumelos depois da chuva em pasto.

                            As pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) querem fazer faculdade a qualquer custo, para superacumular com a mais-valia, obtendo o direito de participar de concursos vedados aos que não tenham curso “superior” (não passa de uma tintura, tantas vezes), ou participando dos cargos de direção com uma incompetência digna de pena, porém apoiada no tal “canudo”, o diploma enrolado e guardado, símbolo de um povo escorado na burocracia improdutiva à portuguesa.

                            O resultado palpável é que quase todos estão dispostos a pagar quase qualquer coisa para ter o direito de sangrar o povo, de fazer parte da “bolha de cima”, como diz José Monteiro Nunes Filho, nosso amigo. E tome pseudo-formações do tipo pague-e-passe (a coisa é tão flagrante que em 2001 um analfabeto, levado a isso pela Rede Globo, se inscreveu e passou numa faculdade do Rio de Janeiro, levando à decisão do Ministro da Educação de FHC, Paulo Renato, de adotar uma pré-seleção baseada em prova escrita, redação anterior às provas propriamente ditas).

                            Durante anos as faculdades de Colatina aceitaram (e ainda aceitam, creio) a ida dos alunos nos finais de semana, de sexta à tarde a domingo de tarde, de todas as cidades das redondezas. Foi assim que um dos meus irmãos se formou em direito lá.

                            Enfim, a situação é bem triste.

                            Mas há males que vem para bem.

                            A Austrália ter sido fundada com gente degredada, assassinos e ladrões não impediu que 200 anos depois ela tenha se tornado um grande país. As pessoas mudam, as pessoas mudam rapidamente.

                            O futuro não vem só do passado, a linha infinitesimal do presente vai modificando a herança.

                            Então, de um passado bem ruinzinho de fato pode surgir um futuro grandioso. O pessimismo não é o melhor conselheiro porisso mesmo, ele mira somente o passado, que é circular.

                            Pelo contrário, o otimismo é o que permite enfrentar o futuro e planejar saídas, mergulhando no desconhecido com calma e confiança em si e nos outros. Daí ser necessário criar esse Conselho Estadual das Escolas Superiores do ES, digamos CESES, de tal modo que possa haver um planejamento DE CONJUNTO, unido, conjugado, pelos diretores de faculdades e os reitores das universidades, levando em conta as necessidades e promessas do Espírito Santo, povo e elites.

                            O que desejamos para nosso futuro? Como o ensino superior pode nos ajudar? Como essas escolas podem melhorar para atender nossas esperanças de melhoria? Há centenas de perguntas a responder.

                            Vitória, domingo, 12 de maio de 2002.

Computação Paralela

 

                            Num livro de ficção, passagem que citei depois, o autor diz que quando fazemos uma coisa de um jeito fica assim para sempre. É bom para lembrar-nos que devemos redobrar a nossa atenção, mas não é necessariamente assim.

                            Contudo, como começaram a gravar dados em círculos (disquetes, CD’s e zip-drivers), tem continuado assim por muito tempo.

                            Não precisa continuar a ser assim.

                            Imagine uma quantidade de cilindros, colocados os menores dentro dos maiores, todos tendo o mesmo eixo, e tão compactos que o corte da superfície alinhada de todos eles, seja o equivalente ao círculo que vemos comumente. Agora retorne, separe os cilindros e veja-os como tendo a mesma altura A.

                            Cada cilindro separado poderia ser de DENSIDADE SIMPLES, se escrito numa face só, externa ou interna, ou de DENSIDADE DUPLA, se em ambas. Aberto o cilindro teríamos uma folha, como uma paisagem ou um TV Wide Screen (tela larga). Nas folhas de livros, podemos ler de quatro modos NAS LINHAS: 1) de cima para baixo: a) da esquerda para a direita, modo ocidental, b) da direita para esquerda; 2) de baixo para cima: c) da esquerda para a direta, d) da direita para a esquerda. Podemos ler do começo para o fim, ou vice-versa, numa pilha de folhas, como num livro. E outro tanto NAS COLUNAS. Ainda podemos ler cada palavra da esquerda para a direita, e contrariamente. São dez modos.

                            Um robô poderia fazer isso, mas um ser humano não. A fita de leitura correria da esquerda para a direita, ou o contrário, enquanto uma luz de laser desceria para a linha seguinte.

                            Agora, podemos dividir a folha em colunas, digamos até quatro, e podemos dividir a folha em si em quatro partes, de modo que ela teria dezesseis colunas, com dezesseis robôs.

                            E até aqui temos pensado na folha como plana.

                            Mas as leituras podem ser: 1) pontuais, 2) lineares, 3) planas e 4) espaciais. São lineares (numa espiral) as dos laseres dos atuais CD’s e CD’s-ROM’s, seja do centro para a periferia, seja o inverso. Seriam planas essas que citei. Mas elas podem ter pequenas reentrâncias, de tal maneira que a folha seria um sólido com “p” patamares sendo lidos em cima, na frente e em baixo, com dois outros robôs.

                            Finalmente as linhas podem ser lidas na ida e na volta.

                            Nós lemos uma linha só de cada vez da esquerda para a direita, depois voltamos à esquerda e mudamos para a situada mais abaixo. Mas, para aumentar o rendimento da máquina, ela poderia ler ao ir e ao vir.

Agora temos 14 modos.

                            E, em vez de serem cilindros, poderíamos ter prismas de corte reto triangular, quadrangular, pentagonal, hexagonal, etc., com 3, 4, 5, 6.... “n” faces/folhas. Em vez de ter somente uma folha, como no cilindro, o número seria multiplicado por três do prisma de base triangular eqüilátera. Com mais robôs, evidente.

                            Contando:

                            -- dupla densidade: 2;

                            -- ida-e-volta: 2;

                            -- quatro colunas: 4;

                            -- quatro folhas: 4;

                            -- profundidade: 2.

                            Só aí já são 128 computadores num só.

                            Depois multiplicaríamos por 3, 4, 5, 6, ..., “n”, para as figuras geométricas planas, podendo ter, digamos 100 ou 1000 folhas, conforme a capacidade tecnológica. Digamos 100 – já são 12.800 máquinas.

                            Um ganho adicional seria obtido com a colocação dos prismas ou cilindros dentro uns dos outros. Embora a capacidade fosse diminuindo, ainda assim poderia ser o dobro ou o triplo, neste caso 38.400 micros.

                            Veja que a leitura atual da superfície do disco é feita por feixes de luz que incidem em buracos mais ou menos compridos, lendo seus comprimentos ou áreas, não sei, sempre segundo o sistema binário. Se fossem usadas as figuras geométricas regulares (triângulos, quadrados, etc.), poderíamos subir a base (ponto é zero, linha é um, triângulo é dois, quadrado é três – nisso dando base quatro), ligada à base binária de máquina, para processamento linear-digital, como é agora, pela grande velocidade. Isso segundo as formas de cada um, quer dizer, suas áreas, porque ainda podem ser aproveitados os comprimentos dos lados, os diâmetros e os perímetros, e os volumes, neste caso dependendo do tempo e resposta do laser, uma medição muito sensível, dado que as profundidades seriam minúsculas. Seria preciso avaliar qual o multiplicador aqui.

                            Os neurônios no nosso cérebro têm até 100 mil portas paralelas, mas já chegamos ou ultrapassamos essa meta. E isso NUMA ÚNICA MÁQUINA, podendo ser enfileiradas milhares ou milhões delas, até bilhões, em processamento não-linear, analógico, não-digital, com a criação de programáquinas mais poderosas que qualquer cérebro humano, podendo sonhar, intuir, ter inteligência, emoções, o que fosse, e aprendendo com velocidade cibernética/informacional, quer dizer, unindo as velocidades dos robôs da cibernética com as velocidades de processamento digital de hoje. Os japoneses acabam de apresentar (2002) um supercomputador 45 mil vezes tão veloz quanto um micro de 2,0 gigahertz.

                            Sem contar o multiplicador de superfície (pelas figuras), teríamos 38 mil x 45 mil = 1,7 bilhão de vezes; isso, dividido por 100.000 portas, já daria a capacidade de 17 mil neurônios. Parece pouco, se você esquecer que um micro já funciona a dois bilhões de hertz ou ciclos. Se temos 10 bilhões de neurônios, a multiplicação ou conjugação acima de velocidade (digital: noventa bilhões, supercomputador japonês) com capacidade (analógica: 38 mil micros) nos daria processamento-duplo de 3,4 mil cérebros humanos NUMA ÚNICA MÁQUINA de 45 mil x 2 GHz = 90 mil GHz. Bastaria 1,8 milhão de programáquinas destas para equivaler ao potencial de todos os seres humanos, inclusive as crianças (que não o tem desenvolvido em totalidade) e os velhos (onde ele está declinando). Se descontarmos metade da humanidade, bastariam menos de um milhão de programáquinas paralelas/digitais dessas, inteiramente factível, e não em 1000 anos, mas somente em vinte ou trinta. Sem falar que os programáquinas podem começar a construir outros, refinando o processo continuamente, e miniaturizando tudo enquanto isso.

                            Além disso, como eu disse num outro texto, os circuitos lógicos podem ser desenhados na própria memória, a cada necessidade, desaparecendo com o uso, em lugar de serem permanentes, como agora, estando impressos na placa-mãe. Não esquecendo que o elétron viaja a no máximo 100 mil km/s, enquanto a luz (do leitor a laser) o faz a três vezes isso, daí mais um multiplicador 3, reduzindo o projeto a 300 mil programáquinas do tipo descrito, fora os problemas que vão surgir, reduzindo o rendimento.

                            O problema não é que a humanidade não seja ultrapassável, a questão é justamente a oposta. Mais depressa do que imaginamos, estamos na iminência de sê-lo.

                            E não há como evitar, a busca de eficiência nos levará até lá.

                            Vitória, segunda-feira, 29 de abril de 2002.

Compensação de Órbitas

 

                            Vimos em Inércia e Gravidade que elas são uma e a mesma coisa, ou seja, a materenergia gravinercial das origens, pois ∑ = G – I = 0, ou G = I.

                            A pseudo-força centrípeta (dirigir-se ao centro) ou atração ou movimento circular ou rotação é a gravidade e a pseudo-força centrífuga (fugir do centro) ou repulsão ou movimento linear ou translação é a inércia.

                            Temos em conjunto uma “força” ou materenergia gravinercial ou circunlinear ou repulsatrativa ou transrotacional que atinge todos os objetos, sejam eles esféricos ou não. Os meteoritos também giram sobre seu eixo, em rotação, e transladam-se em volta do dominante, no caso o Sol.

                            A Lua tem esse movimento duplo T/R (transrotacional), pois roda sobre seu eixo e desloca-se em volta da Terra (na realidade em volta do centro de massa comum), que revolve sobre seu eixo e move-se em torno do Sol (na prática na periferia do centro de massa do sistema solar). Nossa estrela gira sobre seu eixo e se lança para diante (realmente em torno do centro de massa da constelação). Esta volteia seu centro de massa e segue adiante, contornando o centro de massa da Galáxia, e assim por diante com os aglomerados, os superaglomerados e o próprio universo, que circula sobre seu centro de massa. Para onde o universo se move? Por enquanto aí terminam nossas indagações.

                            A distância mínima da Lua a Terra é de 300 mil e a máxima de 450 mil, média de 380 mil km, digamos, numa circunferência de 2,4 milhões de km em cerca de 28 dias, velocidade de uns 85 mil km/dia ou aproximadamente 4 mil km/h. A distância da Terra ao Sol é de uma unidade astronômica, UA, tomada como sendo de 150 milhões de km, em 365 dias, circunferência de 942 milhões de km, velocidade de translação de 2,6 milhões de km/dia ou cerca de 108 mil km/h. Não tenho dados para a translação do Sol em torno da Constelação, mas esta contorna a Galáxia a uma distância de 30 mil anos-luz (um ano-luz = 9,5.10 12 km ou 9,5 trilhões de km) do centro, numa circunferência de 188,5 mil anos-luz, em 250 milhões de anos, o que dá uma velocidade de translação de 0,75/1000 = 0,00075 ano-luz/ano, ou 226 km/s ou perto de 814 mil km/h.

                            As velocidades de translação vão aumentando:

1)      Lua/Terra = 4 mil km/h;

2)     Terra/Sol = 108 mil km/h;

3)     Sol/Constelação (não disponho);

4)     Constelação/Galáxia = 814 mil km/h.

A Terra, como vimos, gira em torno de seu eixo em pouco mais de 24 horas. Com um raio de 6.372 km, a circunferência da Terra é de 40.036 km e a velocidade de rotação é de algo como 1,7 mil km/h. A Lua tem um raio de 1.740 km, com circunferência de 10.932 km e velocidade de rotação de 16,7 km/h, pois seu período de rotação, de 27,3 dias, é quase igual ao tempo de translação.

As velocidades de rotação e translação são menores para os corpos menores e maiores para os corpos maiores.

Mas não só.

O período de rotação de Júpiter é de 0,409 dia ou menos de 10 horas. Seu período de translação é de 11,9 anos ou 4.343 dias. Como tem um raio 71,5 mil km, sua circunferência é de 449,2 mil km (englobaria a órbita da Lua em seu apogeu, maior distância) e sua velocidade de rotação é de 44,9 mil km/h. Situando-se a uma distância média do Sol de 778 milhões de km (mais de cinco vezes a da Terra), a circunferência que descreve é de 4,9 bilhões de km, à velocidade de 1.125,4 mil km/dia = 46,9 mil km/h. Comparemos: as da Terra (1,7 mil km/h e 108 mil km/h) e as de Júpiter (44,9 mil km/h e 46,9 mil km/h) para rotação e translação. A rotação de Júpiter é maior (ele possui massa muito maior, 318 vezes a da Terra), mas a translação é menor (o Sol possui massa muito maior, 1.046 vezes a de Júpiter).

A questão é a das formações.

Onde a Terra e Júpiter se formaram?

A Terra e Júpiter começaram a se formar exatamente onde estão. Quando foi crescendo devido à queda sucessiva de meteoritos a Terra começou a girar cada vez mais rápido e a se movimentar cada vez mais rápido também em torno do Sol.

Se Júpiter estivesse na posição da Terra a sua velocidade de rotação não continuaria a mesma, porém a sua velocidade de translação aumentaria extraordinariamente, pois agora sabemos que quanto mais o Sol atrai, mais ele afasta. A atração gravitacional do Sol sobre Júpiter, à distância da Terra, seria gigantesca, e conseqüentemente a repulsão inercial cresceria em igual proporção, e Júpiter teria velocidade de translação algumas ordens de grandeza superior à da Terra.

A isso chamei de “compensação das órbitas”.

G J – I J = 0 (G J = I J), quer dizer, a resposta gravitacional de Júpiter à presença de um campo G é igual à sua resposta inercial à manifestação de um campo I, porque, na realidade, os dois campos, G e I, são o mesmo campo GI, gravinercial.

Segue-se que, medida a massa de uma estrela, poderemos saber com relativa precisão (dependendo dos cuidados instrumentais) as massas compensatórias do sistema e as velocidades de translação e de rotação dos objetos, PORQUE o livro Os Planetas, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1985, de André de Cayeux & Serge Brunier nos informa, à página 37, que o movimento cinético (produto da massa pela velocidade e pelo raio vetor) total do sistema solar é de 63,3 mil (em 10 46 g/cm 2 /s), 50 % ficando com os jovinianos e o resto com Plutão/Caronte, os telúricos ou terrestróides e o Sol.

Uma vez que, como está no meu texto Modelo Cosmogônico Solar, vai sempre se formar um (ou mais) joviniano (s) que deterá o crescimento da (s) estrela (s), o dominante central. Depois do joviniano, sentido de dentro para fora, seguir-se-ão os demais jovinianos.

Tais cálculos permitirão delinear os sistemas estelares.
Vitória, quarta-feira, 22 de maio de 2002.

CNTP

 

                            Quando a gente entra na faculdade, ou antes, ainda, no segundo grau, falam para nós nas tais CNTP, Condições Normais de Temperatura e Pressão. Nós a aceitamos, devido ao detestável Princípio da Autoridade, a suposição injustificada de que há alguém que sabe (inquestionavelmente) mais, e sabe corretamente, e da qual felizmente Galileu com sua resistência e Descartes com sua obstinação nos defenderam, este com a DÚVIDA METÓDICA, isto é, configurada como método, como modelo, insistentemente.

                            Bom, devemos dividir o atual questionamento em quatro partes, a saber:

1)      O que são CONDIÇÕES? No Michaelis da máquina, condição é “s. f. 1. Circunstância externa de que dependem as pessoas. 2. Base de um acordo, convenção entre pessoas. 3. Maneira de ser, natureza, estado ou qualidade de uma pessoa ou coisa: C. humana. 4. Obrigação, encargo”. Circunstâncias externas normais de temperatura e pressão. Se é externa é o que nos envolve, o ambiente, neste caso o da Terra. Mas desde Copérnico sabemos que a Terra gira em torno do Sol e que o chamado espaçotempo profundo mostrou bilhões de anos e bilhões de anos-luz, de modo que o ET, o que é externo, cresceu muito. As condições ou circunstâncias externas não podem mais ser apenas a do planeta. E condições têm também o sentido de definições. Definições de normalidade. Convenções de normalidade.

2)     O que é NORMAL? Os psicólogos encontram muita dificuldade em definir normalidade, mas na matemática, onde significa perpendicular, tem um sentido preciso, bem como na Física. No Michaelis é “adj. m. e f. 1. Conforme à norma; regular. 2. Exemplar, modelar. 3. Geom. Perpendicular. 4. Geom. Diz-se da linha perpendicular à tangente de uma curva. 5. Geom. A linha normal”. Se é perpendicular à tangente, aponta o centro, isto é, o que é comum a todos. Não pode ser um exemplo só, o da Terra. Não podem ser “condições normais” da Terra, apenas, devem ser as do universo inteiro. Se forem só as da Terra deveríamos anotar CNTP (t) ou CN (t) TP, Condições Normais Terrestres de Temperatura e Pressão. Parece um preciosismo, mas não é. Tal anotação nos fará pensar que a Terra pode não apontar o centro, o que é realmente média ou norma. Sob as CN (U) TP, Condições Normais Universais (ou médias) de Temperatura e Pressão, a Tabela Periódica dos Elementos, de Mendeleiev, poderia se apresentar de forma diferente, que é o que penso que acontecerá, e ser assim mais proveitosamente organizada, permitindo uma visão mais clara e lúcida.

3)     O que é TEMPERATURA? Bom, sabemos agora que é o estado de vibração das moléculas, ou seja, a distância que elas guardam do repouso absoluto, ou zero grau Kelvin, ºK. Na realidade, do fundo de radiação. É não só uma medida de entropia ou desordem, a agitação térmica, como das condições de manipulação ou construtividade da matéria. Qual é a média de temperatura do universo? Um alienígena reconheceria na T das CNTP as condições ou definições ou convenções universais, as que expressassem as equações ou relações causais com maior simplicidade? Decerto que não. Na Curva do Sino ou das Probabilidades ou de Gauss, relativa aos grandes números, a chance de a Terra cair exatamente na média é de 1/∞, ou quase isso, próxima de zero (na verdade um pouco mais, dado que a materenergia do universo é finita). Realmente, como o Sol é um G0 no diagrama H-R, estando na média, é bem maior que isso.

4)     O que é PRESSÃO?            Por definição, é a quantidade de força por unidade de área, por exemplo, newtons por metro quadrado, N/m2. O que é METRO QUADRADO? Por definição é um meridiano da Terra, o círculo máximo (que passa pelos pólos), pouco mais de 40 mil quilômetros, dividido por quatro, depois pouco mais de 10 milhões de metros divididos por 10 milhões, resultando no que era o metro/medida e depois se constatou que é ligeiramente maior que um. Nitidamente isso depende da circunferência da Terra, que é uma medida provincial, local, não-universal. E FORÇA é a designação (errada) de campartícula ou onda, muitas vezes tomada como energia. É representada por uma seta, que nesse caso se espalharia matematicamente como infinitas setas, cada uma localizada num dos infinitos pontos da área. Fisicamente seriam tantas setas quanto fossem as partículas fundamentais, nas dimensões de Planck, ou, mais para cima, os átomos. Claro que, como a força tem aplicação local, ela se dirige preferencialmente a uns e não a outros átomos, tendo um tempo de retardo de espalhamento.

Podemos ver que qualquer investigação é muito mais interessante que deixar a coisa toda pairando (e parando) numa afirmação inquestionada de condicionalidade da temperatura e pressão à normalidade terrestre. Uma brutalidade dessas, de mostrar sem maiores explicações, sem maiores indagações, as CNTP, conduz ao quietismo, à aceitação sossegada e burra do mesmo autoritarismo (no modelo todo “ismo” é doença do info-controle mais apto, agoraqui a humanidade) que a Tecnociência negou desde 500 anos atrás.

A T/C reafirma aquilo a que se opôs terminantemente, e com grande dor, durante cinco séculos.

E assim eu vi acontecer com numerosíssimos conceitos, por toda a T/C, da Física à Química, e até as filosofias que ainda não realizaram o chamado “corte epistemológico”.

Uma indagação que renderá muitas teses de mestrado e doutorado é: por quê os pesquisadores aceitaram e aceitam as incongruências e as definições ligeiras sem questionar? O que é que, neles, faz com que a necessidade de sobrevivência (de pessoa: indivíduo, família, grupo e empresa, e de ambiente: município/cidade, estado, nação e mundo) sobrepasse a dialógica (lógica e dialética) mais precisa e rigorosa? Em outros termos, por que se contentam com serem tranqüilamente rasos, superficiais? Será certamente aquela necessidade de sobrevivência com o mínimo de gasto de energia, ou seja, o oportunismo, a sobreafirmação da oportunidade, a mesma que faz decair, como disse Gut com repugnância (que eu partilho), a busca em comodidades, em caderninhos, em apostilhas, em livros textos “aceitáveis” e “recomendáveis”.

Nem os pesquisadores nem suas instituições questionam os termos das definições, o que é verdadeiramente o desastre que eu quis apontar neste texto.

Vitória, terça-feira, 21 de maio de 2002.