terça-feira, 6 de setembro de 2016


Filhindos

 

No país dos pais corujas e das mães corujas ninguém via a realidade.

Chamavam os filhos obesos de “fofos”, assim como Ronaldinho, depois Ronaldo, passou a ser chamado de “Fofucho” (mistura de fofo com gorducho) quando engordou e ficou como uma pipa de água, um barril pintado de amarelo, o apelidado “amarelo Ronaldinho” (de quando ele amarelou na seleção).

Os ladrões eram denominados “amigos do alheio”.

“Filho feio não tem pai” era a pura verdade, pois não se via um filho feio, exceto os dos outros, a família ampla à bessa que vivia rondando a bela nação; e quando a criação deficiente em autoridade levou à degeneração criaram os Conselhos Tute/lares.

Ninguém era racista nesse lugar, mas todos conheciam alguém que era; o jeito foi abrandar a lógica para caber algumas distorções benignas.

Falava-se em “balas perdidas” como se elas tivessem se extraviado e não sido disparadas por meliantes e bandidos fardados autorizados, esquecendo-se de proibir as armas.

Não se falava nos vende-pátria de antigamente, mas em “necessária desestatização”, que era no que a privataria tucana se especializara, segundo alguns.

RETRATIRANDO DA RETA (RE-TRATOS DO BRASIL)

MAIS DE 50 % DE OBESOS
 
INUMERÁVEIS AMIGOS DO ALHEIO
 
FILHOS FEIOS
 
RACISTAS
 
BALAS PERDIDAS
 
VENDES-PÁTRIAS
 
LEI MARIA DA PENHA NÃO COÍBE TUDO
 
INQUÉRITOS PAPOMENTARES
 
IMPUNIDADE
 
SISTEMA TRANSCOL
 

Em lugar de enfrentarem os que batem em mulheres, em crianças, em velhos, em animais elaboraram (por iniciativa popular dela) a Lei Maria da Penha (ainda bem).

Os roubos eram chamados de “desvios”, como se fossem inertes, e tratados à base de “inquéritos parlamentares” que davam em nada.

O descaso com a justiça era conhecido como “impunidade”.

A superlotação dos ônibus era denominada “sistema” TRANSCOL (transporte coletivo no ES).

Era a i-nação.

Quem poderia fazer um livro sobre isso tudo?

As corujas-machos e as corujas-fêmeas viravam a cara. Faziam da escuridão seu habitat e os filhos das corujas-amadas eram sempre lindos.

Serra, segunda-feira, 16 de abril de 2012.

Favela da Rosinha


 

A Rosa era conhecida como Rosinha.

E ela “tinha uns terrenos” no morro.

Coisa pouca, no asfalto mal daria para uma casa grande, mas no morro era outra coisa. Ela decidiu fazer uns apertamentos de três andares, tudo montado uns nos outros, lajota aparente, sem pintura para ficar mais barato, mas pelo menos ficava “perto de tudo”, como dizem as imobiliárias e ela aproveitou para propagandear. Padaria perto, supermercado perto, bancos perto, tudo perto; tá certo que tinha de subir aquela escadona, uma escada imensa que quase chegava ao Céu, era que nem aquela que Jacó/Israel subiu disputando com o anjo. Tinha que suar, mas também quer o quê? Quer moleza, vai ao Balaio. Quer moleza, toma sopa de minhoca. Cê é favelado, caboco, tem que quentar.

Bem, ali a Rosinha fez pra mais de 200 apertamentos, a sala já era cozinha, era só estender a mão para abrir a geladeira da cama mesmo; o quarto tinha beliche e treliche para a criançada, o fogo era pra transar. As paredes eram fininhas, dava pra ouvir tudo dos vizinhos, que beleza; em compensação eles ouviam tudo da gente, no que a gente aproveitava pra falar mal.

A 200 cada um a Rosinha fazia 40 mil na caluda, que ela não iria declarar imposto de renda, tem tanta gente rica que não declara, por quê ela?

A qualidade dos imóveis (imóvel por assim dizer, porque balançava um pouco, mas fazer o quê, balançava todo mundo junto, já ajudava no molejo do carnaval) não era lá essas coisas, mas a das empresas do asfalto também não é. Pelo menos o apertamento da Rosinha a gente podia esperar terminar de pagar nesta vida e um só, porque se fosse das incorporadoras a gente teria de pagar três ou quatro e comprovar renda. Aqui na favela, não, quem iria perguntar pela fonte das rendas? Iam dizer que era a loja de rendas do pé do morro. Quem é o idiota que faz esse tipo de pergunta? Alguém pergunta como deputado enriqueceu? Eu, hem, sai de mim, chulé. Esquece eu.

Era a Favela da Rosinha, tudo boa gente, amizade mesmo, tá sabendo? Dias bacana nós passamos ali.

Era amizade MESMO, um irmão ajudando o outro.

Só porque um prédio caiu o Corpo dos Bombeiros embargou. E o Naia? E aqueles de São Paulo? Só porque a Rosinha não pagou as taxas? Tem tanta gente que não paga! Maldade. E assim mesmo foi um prédio só e ninguém reclamou. Tá certo, morreu meia dúzia, mas as famílias levaram numa boa, a Rosinha prometeu fazer outro, ninguém foi na polícia reclamar, não, tem gente que se mete onde não foi chamada.

Agora, eu falo, porque não consulta a gente?

Não, os bombeiros vieram e embargaram tudo. Agora para ir ao serviço tenho de pegar três ônibus para ir e três para voltar e emprego nisso seis horas por dia. Onde estão meus irmãozinhos?

Tem hora que eu fico revoltado.

Serra, sábado, 24 de março de 2012.

Era Uma Vez...

 

Digo “era” porque não é mais, morreu.

E o que é morrer?

Há a máquina, que é o corpo, inclusive cérebro, e existe o programa que é a mente; o programáquina é o corpomente, funciona tudo junto. Quando a pessoa morre há paralisação do programa e o corpo começa a deteriorar, todas as funções principiam a síncope mortal, a degeneração, o rompimento das ligações. O corpo, que é natural, continua funcional um infinitésimo depois, mas já não há programa, ele sumiu. Será que esse programa é captado por Deus, o outro elemento do par polar oposto-complementar i Deus-Natureza? Seria isso a alma? Esse intangível programa impresso é que é desligado? Que sei eu?

Também, isso tudo é digressão.

O fato é que os pais dela gostavam da atriz Uma Thurman e aproveitaram o UMA, juntando-o ao nome de família, VEZ, e ficou assim, Uma Vez. Conforme crescia as pessoas zombavam dela, as amigas principalmente e os amigos, antes destes ficarem adultos e isso ser esquecido em nome do sexo.

Uma Vez sofria. Quando iam começar os contos de fadas não podiam dizer “era uma vez...” na presença dela porque parecia zombaria.

Por quê pais e mães teimam em colocar esses nomes esdrúxulos? Será que não pensam nas consequências para os filhos? Os governos proibiram aqueles demasiados ruins do passado e aí passaram a fundir os nomes, como Valter e Regina (donde veio Valgina), Carlos e Cleide (Cabide), Mikejekson (Michael Jackson) e uma multidão dessas. Num momento de loucura, quando a criança não pode se defender, colocam um nome que vai acompanhá-la por 50, 60, 70, 80 anos. É duro.

E ninguém fez um livro a respeito.

É difícil o juiz autorizar mudar de nome, pois ele já foi cravado na memória social indelével. Como apagá-lo de todos os registros? O juizado tem razão, pois as pessoas poderiam fazer um monte de asneiras e depois meramente mudar de nome, apagando todos os apontamentos. Seria saída fácil demais.

Tudo depende de pais e mães e da liberdade que eles têm (deveriam renunciar a tomar a liberdade da criança) para firmar um destino. Deveriam fazer documentário mostrando tudo isso, investigando os danos causados a tantos no Brasil e no mundo. Penso que seria interessante. Quantos sofrem em razão disso? Pais e mães deveriam ter mais consideração.

Serra, segunda-feira, 16 de abril de 2012.

Terríveis Rejeições e as Profundidades das Depressões

 

Para começar veja que em Rejeição e Depressão coloquei os gênios, mas não são apenas eles, foram, são e serão todos que de algum modo trabalham com persistência e afinco, seja por si mesmos (sempre, de algum modo, parece ser pelos outros) ou pelos demais.

OS ÍNDICES DE DEPRESSÃO VÃO AUMENTANDO EXPONENCIALMENTE

ÍNDICE EXPONENCIAL DA DISSOLUÇÃO.
SOLUCIONADOR.
DEPRESSÃO QUANDO HÁ REJEIÇÃO.
7
Iluminados.
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6
Santos e sábios.
5
Estadistas.
4
Pesquisadores.
3
Profissionais.
2
Lideranças.
1
Povo.

Os psicólogos e psicanalistas estão perdendo tempo, sempre digo, poderiam estar analisando as vidas em busca das rejeições que dispararam as depressões e investigando as profundidades delas, as devastações provocadas.

AS MAIORES PROFUNDIDADES (depende tanto de quem é atingido quanto da proximidade do traidor: sendo Judas um dos mais próximos de Jesus, este tão alto, você pode imaginar como ele ficou depois fs traição)

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Veja como um cone, o centro na maior profundidade.

Tem de, necessariamente, existir esse disparador, as coisas são materenergéticas, materiais, tem gravinércia psicológica.

A PESSOA (indivíduo, família, grupo, empresa) é sempre alguém que trabalha muito, e quem atinge é sempre alguém do círculo interior, mais fechado, “da diretoria”, como diz o povo, a turma de dentro, os amigos mais chegados. De súbito, evidentemente sem esperar, esse companheiro, que reparte o pão (como Judas com Jesus) o atinge destrutivamente, gerando energia intensíssima de dissolução.

Vitória, terça-feira, 06 de setembro de 2016.

GAVA.

Entrando Mudo e Saindo Calado

 

Há muitos e muitos anos Walfredo lia as mentes dos outros, porém não contava a ninguém que tinha esse “dom”, se pudéssemos dizer assim, pois era infernal ouvir as pessoas pensando. Como contar que era capaz disso? Tornar-se-ia objeto de repulsa e perseguição, mesmo se garantisse nunca exercer sua capacidade. Que motivos teriam para acreditar, se as pessoas mentem tanto? Como as pessoas saberiam se naquele momento mesmo ele não estaria descobrindo seus segredos mais recônditos, dos que não se conta nem ao padre ou ao psiquiatra?

Ele nunca disse a ninguém, nem para o pai, nem para a mãe, os irmãos e irmãs, ninguém mesmo, nem parente nem amigo.

Nesse dia em especial foi ao supermercado e abriu a mente.

O guarda, o vigilante estava na porta.

<Não sei como vou dar rolê na mulher, tenho de pegar a gatinha da feira, vou dizer que tenho trabalho extra de leão>

O gerente estava atrás do balcão à esquerda da entrada.

<A Nilda não tá querendo nada com o trabalho, segunda vez que chega atrasada esta semana>

A Nilda estava no caixa.

<O jeito vai ser abrir as pernas pro corno do gerente. Por que não vai transar com a esposa, que por falta está corneando ele?>

Um sujeito ia entrando do lado direito, onde ficava o balcão da Calo, venda de celulares.

<Não sei se o Manoel e a esposa irão ao churrasco, em todo caso vou comprar umas 200 latinhas, se eles forem tá pra nós>

<Porra, é o Gael, tô devendo aquela grana pra ele, vou cortar volta, vem, Maria (puxa a esposa)>

<Rapaz, que sorte, é o Manel, acho que ele não me viu>

<Puta que o pariu, ele me viu, vou correr mais>

- Vem, Maria.

- Manel, Maria, esperem aí.

Encontraram-se, o Manoel todo sem graça.

- Vai ter um churrasco sábado, vocês vão?

MANOEL (aliviado) – vamos, claro.

O açougueiro do supermercado.

<Esse bosta tá me enchendo o saco, ele pega a senha, sai pra passear e depois quer ser atendido, o povo vai ficar com raiva>

<O titica do açougueiro está me evitando, tá virando a cara>

O rapaz mudo das verduras.

<Esses Zé Manés acham que só porque não posso falar, só porque sou mudo ficam gritando no meu ouvido>

Uma hora e meia depois ele passou finalmente pelo caixa.

Serra, sexta-feira, 13 de abril de 2012.

Ego Trip

 

Trip é “viagem” é inglês.

Ego Trip é VIAGEM DO EGO.

Olhe só como o mundo é grande!

Entre os 7ilhões de pessoas do mundo, uma houve que pensou algo de surpreendente mesmo.

Colocou agência de turismo para LEVANTAR O EGO das pessoas em viagens muito caras. Não era “durismo”, viagens dos duros, de jeito nenhum, destas só participavam os médio-altos, os ricos e os muito ricos. Os separadores eram os valores cobrados: hotéis de cinco a 12 mil dólares a diária, passagens de trem a 1.200 dólares/dia e outras vantagens dos que têm vantagens.

Ele oferecia o levantamento do ego.

Até a estratosfera, literalmente, porque incluía (para quem pudesse pagar) viagem além da atmosfera, ao espaço exterior, ao custo de 20 milhões de dólares; e árvore genealógica, gênio-alógica, porque depois dela você se tornava parente dos super-heróis, filho de semideuses e de deuses. Tudo devidamente atestado, com firma reconhecida; é evidente que os SH, os SD e os D levavam o deles, ninguém trabalha de graça.

Consulta a psicólogos contratados que faziam a pessoa subir os degraus da fome de fama, de poder, de riqueza, de tudo que os ricos associam a “bom”. Eles enchiam mesmo a bola do fulano. A pessoa participava de “esportes radicais” guiados e amparados pelos melhores, ia ao fundo do mar, participava das reuniões da Trilateral (como ouvinte), da maçonaria, da Rosa-cruz, dos templários, dos Iluminatti, do Grupo Bilderberg, de tudo que fosse oculto, inclusive da KKK dos pobres (tudo simbólico, claro).

Não era nada simples, nem barato.

Também, eles e elas não eram simples, nem baratos. Só para começar tinham as maiores riquezas do mundo e estavam comprando felicidade para si e suas famílias, pois os assessores se ocupavam de reprogramar toda ela, desde os gastos até o que esperar da socioeconomia, dos equilíbrios psicológicos aos hormonais, do que era in e do que era out em termos de música e vestuário aos shows e gurus.

Enfim, era uma lavagem na alma, ela ficava branquinha, branquinha, equilibrada do TAO a Osho, de Buda aos monoteísmos.

A procura era enorme, havia tantos desequilibrados na classe!

Eles abriram filiais em todos os países, mas mesmo assim não davam conta, a procura era intensa, até porque a classe média, sempre imodesta, começou a exigir consórcios de 600 meses.
Serra, segunda-feira, 09 de abril de 2012.

Efremoventes Predadornautas

 

No livro de Heber Casal Sáenz, Os Extraterrestres (Os primeiros povoadores da Terra?), São Paulo, Planeta, 2005 (original de 2004), na página 104 o autor diz: “’ foram exterminados [esses répteis gigantes] mediante máquinas equipadas com armas excepcionalmente aperfeiçoadas”.

É Ivan Efremov quem o diz.

EFREMOV E A TAFONOMIA

EFREMOV
Ivan Efremov (1907-1972) é, talvez, mais conhecido do grande público pela sua vertente de escritor de ficção científica. Ele foi o autor, entre outras, da obra "Nebulosa de Andrómeda", traduzida para várias línguas, incluindo o português”.
Ivan Efremov em expedição paleontológica na Mongólia, em 1948
TAFONOMIA
“A Tafonomia (do grego tafós, enterramento, sepultura e nómos, lei) é a disciplina paleontológica que estuda os processos de transferência dos restos biológicos (ou melhor, da informação biológica) da Biosfera do passado para a Litosfera do presente. Ou seja, a Tafonomia é a disciplina científica que estuda a formação dos fósseis (a fossilização, ou seja, dos processos de inclusão dos restos biológicos em contextos geológicos) e da formação das jazidas paleontológicas fossilíferas”.

E mais abaixo: “(...) comprovando que todos, sem exceção, tinham igual detalhe: o enigmático furo!”. E ainda: “(...) Efremov se assombra por encontrar enterrados, em uma mesma zona, centenas de cadáveres de dinossauros e tiranossauros, o que é contraditório, já que estes se alimentavam dos primeiros”.

Sáenz conclui, de forma perfeitamente válida, no meu modo de entender, que os furos foram provocados por armas laser. De fato, o que poderia causar furos tão certinhos, tão perfeitos? Armas cinéticas, do tipo bala, acabariam por romper as bordas e não é isso que se nota.

Quanto a estarem todos juntos, poderíamos pensar numa enchente, muito súbita, que os pegou a todos, matou e conduziu-os, na enxurrada, ao mesmo lugar, ao mesmo poço, mas isso seria ir longe demais, é verdadeiro contrassenso.

O mais certo é o que Sáenz diz: seres muitíssimos avançados de vários milhões de anos atrás (quando os seres humanos ainda não tinham emergido dos primatas) vieram ao planeta e atiraram nas cabeças dos sáurios, depois os ajuntando no mesmo lugar para evitar contaminação, dentro do princípio ecológico.

Eu, por mim, é isso, digo que é isso, sem dúvida alguma.

Um cientista sério como Efremov apontou as carcaças e chamou atenção para os furos e Sáenz adiantou a hipótese. Não resta dúvida.

Aquilo que poderíamos chamar de “efremoventes” (movidos segundo a hipótese de Efremov) foram deslocados pelos predadornautas (navegantes espaciais predadores) que caçavam há dezenas de milhões de anos na Terra, que vinham dos mais longínquos lugares para fazer safári em nosso planeta. O que poderia ser mais verdadeiro que isso!? Tá na cara! Os safados vieram aqui sem nenhuma autorização e usaram nosso planeta como parque de diversões, verdadeiro Parque Jurássico. Ordinários! Me dá uma revolta danada.

Ainda bem que Sáenz corajosamente denunciou isso.

É totalmente absurdo.

É um nojo.

Serra, domingo, 15 de abril de 2012.