Ego
Trip
Trip é “viagem” é
inglês.
Ego Trip é VIAGEM DO
EGO.
Olhe só como o mundo
é grande!
Entre os 7ilhões de
pessoas do mundo, uma houve que pensou algo de surpreendente mesmo.
Colocou agência de
turismo para LEVANTAR O EGO das pessoas em viagens muito caras. Não era
“durismo”, viagens dos duros, de jeito nenhum, destas só participavam os
médio-altos, os ricos e os muito ricos. Os separadores eram os valores
cobrados: hotéis de cinco a 12 mil dólares a diária, passagens de trem a 1.200
dólares/dia e outras vantagens dos que têm vantagens.
Ele oferecia o
levantamento do ego.
Até a estratosfera,
literalmente, porque incluía (para quem pudesse pagar) viagem além da
atmosfera, ao espaço exterior, ao custo de 20 milhões de dólares; e árvore
genealógica, gênio-alógica, porque depois dela você se tornava parente dos
super-heróis, filho de semideuses e de deuses. Tudo devidamente atestado, com
firma reconhecida; é evidente que os SH, os SD e os D levavam o deles, ninguém
trabalha de graça.
Consulta a psicólogos
contratados que faziam a pessoa subir os degraus da fome de fama, de poder, de
riqueza, de tudo que os ricos associam a “bom”. Eles enchiam mesmo a bola do
fulano. A pessoa participava de “esportes radicais” guiados e amparados pelos
melhores, ia ao fundo do mar, participava das reuniões da Trilateral (como
ouvinte), da maçonaria, da Rosa-cruz, dos templários, dos Iluminatti, do Grupo
Bilderberg, de tudo que fosse oculto, inclusive da KKK dos pobres (tudo
simbólico, claro).
Não era nada simples,
nem barato.
Também, eles e elas
não eram simples, nem baratos. Só para começar tinham as maiores riquezas do
mundo e estavam comprando felicidade para si e suas famílias, pois os
assessores se ocupavam de reprogramar toda ela, desde os gastos até o que
esperar da socioeconomia, dos equilíbrios psicológicos aos hormonais, do que
era in e do que era out em termos de música e vestuário aos shows e gurus.
Enfim, era uma
lavagem na alma, ela ficava branquinha, branquinha, equilibrada do TAO a Osho,
de Buda aos monoteísmos.
A procura era enorme,
havia tantos desequilibrados na classe!
Eles abriram filiais
em todos os países, mas mesmo assim não davam conta, a procura era intensa, até
porque a classe média, sempre imodesta, começou a exigir consórcios de 600
meses.
Serra, segunda-feira,
09 de abril de 2012.
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