quinta-feira, 1 de setembro de 2016


Escola dos Anjos


 

- Bom dia, classe.

TODOS – bom dia, professor.

O professor se volta para escrever o nome no quadro.

- Meu nome é Robledo e sou da casa civil do governo executivo de Deus. A matéria que os senhores e as senhoras vão fazer comigo é Titularidades e suas Influências nos Compromissos de Vida ou, também conhecida como, Nomes das Crianças.

Ouve-se um burburinho nos fundos.

- Ó, esse grupinho aí, fui instruído para cuidar especialmente de vocês, os arcanjos, os mais velhos, nem adianta, sei quem são: senhores Xosiel (você toma conta da Galícia?), Miguel, Gabriel, Samuel, Rafael, Uriel e Ezequiel podem ir dispersando para não atrapalhar os mais novos. Sei por que vocês estão aqui... Em todo caso, quero atenção na minha classe, podem ir espalhando, um para cada canto.

- Mas, professor, a sala só tem quatro cantos.

- Vocês entenderam, xispa.

- Turma, vou começar com uma pergunta muito simples: i Deus-Natureza pode errar? Você aí, Tamaliel.

- Não, fessô, porque pela parte Natureza ele SE TORNA e pela parte Deus SE TORNA PERFEITAMENTE, nos limites das potências.

- Muito bem. Cumariel, o que significa que ele “se torna”?

- A manifestação de i já é sem imperfeições, não é como entre os racionais, que podem errar; uma vez que i SE TORNA, já faz isso em extremo de perfeição, irredutivelmente.

PROFESSOR (iracundo, dirigindo-se asperamente a Uriel, que estava cochichando) – muito bem, senhor Uriel, o senhor que já sabe tudo e não precisa ouvir mais nada, então porque a Titularidade pode conduzir a desastres? Uma vez que o pluriverso É DEUS-NATUREZA manifestado não-finitamente e enquanto tal não comporta erros, porque a escolha de nomes pode conduzir a desvios?

Uriel (sem graça de ter sido pegado em flagrante) – professor, o querer, o arbítrio não é perfeito. Uma vez que i desejou abrir em SI a escolha, o querer, a divergência, essa escolha, ao dar-se no plano probabilístico-estatístico congrega glomérulos de improbabilidades que atraem as divergências.

- Um pouco pedante, muito professoral pro meu gosto, mas está certo. Explicando, turma: veja Ricardo, “senhor poderoso” numa das línguas deles. Pai e mãe querem favorecer o filho, nisso há uma tentativa de moldar o destino, o que atrai os contrários. Compreenderam?

- Sim, professor.

- Por hoje é só, amanhã recomeçamos. Quanto aos sete, vão ficar depois da aula, temos de conversar.

- Ah, professor!

- É, sim, não é nada de cobrança.

Serra, quinta-feira, 26 de janeiro de 2012.

Diálogo Interplanetário II

 

TERRA – Marte, ei, Marte.

MARTE (aborrecidíssimo) – Outra vez! Você vive me chamando. Parece que foi ontem.

TERRA (mulher sempre tem melhor memória) – 15 mil ciclos em volta do Velho.

MARTE (mais aborrecido ainda) – Pois é, é o que estou dizendo, foi ontem mesmo, você não tem mais o quê fazer?

TERRA – a coceira ficou pior.

MARTE (brusco) – e eu com isso? Conversa com essa sua filha estéril aí.

TERRA (cortante) – não fala assim, magoa a menina.

LUA (bocejando) – Mãe, me deixe dormir.

TERRA – vai pro quarto minguante ou pro quarto crescente, querida. Marte, o que eu faço?

MARTE – sei lá, eu não tenho disso, me livrei dos meus faz bastante tempo. Fala com a Vênus.

TERRA – Ela é muito esquisita, só vive oculta naqueles véus, parece uma odalisca, coisa mais brega.

VÊNUS (dura) – ouvi isso, tá? Se duvidar, mando um bizú para o Coroa e vocês vão ver, sou o xodozinho dele, não sou (fora Mercúrio, o entregador)?

TERRA – você fala da Lua e nem teve filhos, pegou emprestado uns pivetes, uns nanicos, não sei, não, se você não é estéril.

MARTE – não implica, não.

JÚPITER – que é que tá havendo aí?

TERRA – aquela coceira minha aumentou, começou com pouquinho e agora minha pele tá toda ferida, eles viraram bilhões.

SATURNO – é a Terra de novo? Ela só vive reclamando, falta do que fazer. Já dizia mamãe: cabeça desocupada, oficina de Satanás.

JÚPITER – Saturno, cala a boca, fica frio, cara. O que é, maninha?

SATURNO – você protege demais a ela, não tem esse monte de filhos pra cuidar?

JÚPITER – não enche, senão te pego. Mana, cê quer que eu pegue o Cinturão de papai e jogue umas pedras aí?

TERRA (assustada) – NÃO! Vou pegar febre e depois ficar batendo o queixo, igual aconteceu de 115 a 15 mil ciclos, depois fiquei pingando mil ciclos, foi horrível. E nem porisso curou, os bichinhos multiplicaram mais ainda depois.

NETUNO (se metendo onde não foi chamado) – A Terra é muito mimada, esses caçulas são protegidinhos de Papai.

URANO – é verdade, é o que eu penso também.

PLUTÃO – ei, que está acontecendo? Estou muito longe, ninguém me conta nada.

NETUNO – Plutão, bico calado, você nem é mais planeta, é satélite de Papai, caso extraconjugal dele, deixa Mamãe saber.

URANO (debochando) – Satélite, satélite, satélite.

PLUTÃO E CARONTE (juntos) – Júpiter!

JÚPITER – assim não dá, assim não dá, que bate boca de merda.

VÊNUS – olha as crianças. Mercúrio está ouvindo e vai entregar tudo pra Papai.

MERCÚRIO – o que foi?

TERRA E MARTE – nada, ó embevecido, vira pra lá.

Mercúrio se vira, fala alguma coisa.

SOL – que foi, crianças?

JÚPITER E SATURNO – ih, melou. Nada pai, a juventude tá conversando.

SOL – ah, tá bom.

TERRA – gente, se Papai se aborrecer e lançar um flare, vai queimar a gente todinha, inclusive vocês aí de fora.

JÚPITER – filhinha, dá uma sacudida, um tremor de Terra, uma balançada, será que não resolve? E vocês dois, aí de fora, seus hippies velhos, vão cuidar da filharada e parem de implicar com os filhos de Papai fora do casamento, tá aparecendo um monte, só eu já conheço uns 10 – Sedna, etc.

TERRA – pode ser uma ideia, também pensei num supervulcão, mas vai me desarrumar toda.

SATURNO – não sei por quê você dá tanta atenção a ela.

JÚPITER (parando para se acalmar) – Saturno, meu camaradinha, você não tem compaixão? Vá-te catar, seu peloto de cocô, você fica usando esse monte de anéis, já tô desconfiado de você, não vem jogando duro, não, ela é nossa irmã, tá com um problema com essas criaturinhas, você não pode ter um pingo de comiseração? Tenha dó. Pode deixar, Terra, eu vou pensar numa solução, até porque essas suas crias podem se espalhar por toda a Casa do Sol. Pode ser uma virose.

Serra, quarta-feira, 08 de fevereiro de 2012.

De/Cor/Ação


 

Cada um que veja como quer.

Os ricos chamam a Decoração, essa moça tão judiciosa, de Décor, tentando dar-lhe nobreza inacessível. Os miseráveis dizem intimamente Deco e compram os produtos dela na loja do bairro, misturando um pouco de tudo e ficando porcaria financiada em 12 vezes. A classe média chamava de Dê e costumava espancá-la, o que foi parar na Delegacia da Mulher e na Lei Maria da Penha várias vezes, tais eram os abusos.

O pessoal da área, os tecnartistas (pois não são apenas artistas, são técnicos também) dizem Cor, porque veem o âmago mesmo, o que não está nem à esquerda nem à direita, veem o centro, o núcleo, o que é mais importante: cor, forma, combinação - o métier.

Os empresários frisam a Ação. Estão interessados no Giro de Capital, que é o nome técnico da Ação Empresarial, este só o apelido para os de fora.

Os emotivos apelam ao Coração, esperando com isso tocar e resolver todos os problemas apenas declarando unilateralmente serem as pessoas boas. Iludem-se identificando o coração aos sentimentos, pensando que se todos têm coração todos tem sentimentos, sem atentar que metade dos sentimentos podem ser maus e metade do coração é Artéria e metade é Veia/VELHA, sangue velho e poluído pelas sujeiras.

OS CINCO CEGOS

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A Decoração era tudo isso, moça já de certa idade, mas você nem lhe daria tanto se não observasse com atenção, porque ela se renovava muito, muito, todo ano estava se produzindo, “tinha um papel” na vida em que ela muito-plicava as novidades.

Que dama!

Não vou negar, eu tinha admiração por ela.

Paisagismo, que vivia mais fora de casa, eu também apreciava. Arquitetura, prima-irmã da Decoração, sendo moça muito elegante eu aplaudia sempre, pois via as belas obras dela. Tapeçaria, outra irmã bonita, faziam umas obras bem distintas.

Puxa, que família era aquela, a das Artes!

Agora e aqui estou falando da Decoração.

Em todas as suas dimensões, porque na verdade umas apoiam as outras, tudo tem de ser levado junto.

Resumindo, vou te falar: elegância!
Serra, domingo, 11 de março de 2012.

Das Kapital

 

Esse produto é estrangeiro e ao ser trazido ao Brasil foi “adaptado às condições brasileiras”, quer dizer, de terceiro mundo, de pessoal subnutrido física e mentalmente que aceita qualquer coisa.

Não passou pelo severo controle de qualidade que há no estrangeiro, digamos nos países de primeiro mundo como há na Europa, nos EUA, no Japão e nos outros; é tudo roscofinho por aqui, tudo enjambrado, tudo acomodado com maior ou menor rudeza.

Digamos, em São Paulo onde as pessoas são mais exigentes o produto é melhorzinho, mas em Roraima é bem ruinzinho, porque os daquele estado não fazem todas as exigências e os capetalistas de lá fazem horrores, entregam produtos de terceira ou quarta qualidade pelo dobro ou o triplo do preço, de modo que pode sair por 12 vezes o original de São Paulo, que por sua vez já deixa muito a desejar comparado aos do exterior.

Ao adaptar às condições brasileiras saiu O Capital sem qualquer passado, sem formação demorada do produto, sem cuidados de produção que o original Das Kapital tinha, sem oposição. Saiu assim, abrutalhado, como se tivesse nascido ontem.

Não há crítica na aceitação.

As pessoas aceitam de qualquer modo.

No entanto, até o produto Das Kapital ficar pronto na Europa ele passou por toda a experiência da Antiguidade até 476; depois a da Idade Média de 476 a 1453; a seguir pela da Idade Moderna de 1453 a 1789 e finalmente foi aprimorado na Idade Contemporânea de 1789 a 1991 (vindo depois a Idade pós-contemporânea).

Ora, ao chegar ao Brasil foi aceito como se tivesse ficado pronto em 1789, apenas 200 anos de existente: as travas que impediam o mau funcionamento do produto não foram acionadas por aqui. Nem os cuidados de manuseio e ele foi entregue de qualquer jeito a gente inexperiente, não-tocada pela experiência. O que se poderia esperar?

Foi desastre na certa.

Quando os médios, os pobres e os miseráveis brasileiros compraram o produto aceitaram-no de qualquer forma, do jeito que lhes foi apresentado e não sabendo usá-lo acolheram com ele e sem reação os danos que provoca. Foi o que se viu, vieram com ele as grandes distâncias, as propagandas enganosas, as favelas, os danos ecológicos, o tratamento inadequado, uma quantidade enorme de malefícios de que os produtores originais, aqueles que inventaram Das Kapital se livraram com vacinas apropriadas, por exemplo, as greves, as manifestações, os enfrentamentos.

Os brasileiros são descuidados, aceitam qualquer coisa.

Povo jovem, ainda não pensa com afinco, não repara nos defeitos; quando leem “promoção” não reparam que pode ser objeto defeituoso.

Uma pena.
Serra, domingo, 11 de março de 2012.

Curupirado

 

O curupira é anão de cabelos vermelhos e pés ao contrário, vem do folclore brasileiro, onde é o defensor das matas.


Monta um tapir, uma anta.

Vai que vai, os ecologistas entenderam de adotá-lo como símbolo da causa geral, mundial, estampando-o nas camisas, vendendo-as, editando livros, colocando o nome em muitas ONGs (organizações não-governamentais), pois começaram admirar a figura: sendo um agente do amor e da proteção de todas as criaturas (fungos, plantas, animais, primatas – e inclusive dos seres humanos, na medida em que protege o ambiente para as gerações futuras), o Curupira tem como única defesa o andar para frente parecendo andar para trás: ao sair de seu esconderijo parece estar entrando nele.

Induz engano nos predadores, nos seres humanos malvados.

Como acontece na dialética ocidental e no TAO oriental, o sim gera o não dentro do ritmo próprio e inescapável.

Assim, de tanto sobrecarregarem no símbolo, os ecologistas, superafirmando a proteção ecológica, tornaram-se ecólatras, adoradores da ecologia, da rede da vida, tornando-a absolutamente inviolável, protegendo mais o nível biológico-p.1, a primeira natureza, que o nível psicológico-p.2, a segunda natureza.

Com o tempo, com a piração dos ecopirados o Curupira pirou também, ficou sendo o Curupirado, instalou-se uma ecoditadura muito dura, mais dura que pau-ferro, uma ecotirania das mais vergonhosas, que se esquecera da paz e da prudência do símbolo e do propósito, de salvar a primeira natureza através da segunda para que a segunda pudesse observar e aprender com a primeira.

Desse jeito, enrijeceu, o Curupirado tornara-se um tirano insuportável, arbitrário, zelador do armazém intocável da Natureza Um.

Virou um monstro.

Metia-se em tudo, doutrinava tudo, queria saber de tudo, queria impedir tudo – e de pacífico se tornou feroz, de bondoso se fez demoníaco. O orgulho o acometeu, até irritar tanto a Tupã que este o derrubou com um raio, substituindo-o pelo Curupira 2.0.

Serra, sábado, 28 de janeiro de 2012.

Rejeição e Depressão

 

No livro de David Bercuson e Holger Herwig, Um Natal em Washington (O encontro secreto de Roosevelt e Churchill que mudou o mundo), Rio de Janeiro, Ediouro, 2007 (sobre original de 2005), eles falam na página 75 e seguintes sobre a depressão de Churchill: “Há muito tempo se vem escrevendo sobre a depressão de Churchill (...)” e mais abaixo “Parece haver uma ligação entre depressão e criatividade (...)”.

Não há, exceto tangencial.

A depressão pode atingir qualquer um e está ligada a rejeição. Naturalmente as pessoas que se esforçam abundantemente, MUITO, sejam as interessadas mais em si que nos outros ou vice-versa, as verdadeiramente boas interessadas mais nos outros que em si, aquelas que estão em doação são mais afetadas porque pensam que o favor não pode contar com desprezo e até ódio – é só vasculhar a geo-história para ver essa rejeição forte, sendo mais aguda quando dos próximos.

Se atinge a todos, atinge BEM MAIS os criadores porque há mais pontos de contato, como numa esfera que dobrando de raio faz crescer o volume com o cubo – quanto mais contatos com as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nação e mundo), maior a probabilidade de negações.

Não é a criatividade, ela só aumenta as chances, a depressão toca os não-criativos também, toca os inertes, atinge até mesmo aqueles em coma (quando o indivíduo ou o coletivo decidem praticar o assassinato assistido chamado eutanásia; quando a pessoa decide por si e pratica sozinha o nome é suicídio). Gênios entram em depressão, assim como medíocres e até dementes, basta rejeitar.

Na página seguinte os autores dizem que Thomas Carlyle passou por isso, tendo dito em 1843: “(...) sempre há esperança para um homem que trabalha verdadeira e honestamente: só na indolência existe um perpétuo desespero”.

Trabalhar mais não ajuda, pode até piorar.

O fato é que trabalhar mais faz a pessoa esquecer mais o vetor da rejeição, com isso a mente vai sarando, o ofensor vai sendo apagado e o deprimido é curado progressivamente.

Quanto a mais trabalho, pode até arruinar o acabrunhado PORQUE aumenta a área exposta, a superfície da esfera; na realidade, para os gênios, especialmente os demasiadamente fecundos, pode levar à ruína total se forem novamente rejeitados e pesadamente rejeitados – no caso deles é o cubo vezes o cubo, perigo total, Tm.Cn (trabalho vezes criatividade).

O que pode ajudar é a aceitação pessoambiental.

O mero ato de ir até a cadeira do psicólogo e falar ou ter um amigo com que “se abrir”, despejar as incompreensões, ajuda: a conversação traz a cura, coloca as amarguras para fora. A Neném, que trabalha aqui, fala com Silas, o labrador Pink nose que tutelo. Fica horas nisso.

Vitória, quinta-feira, 01 de setembro de 2016.

GAVA.

Contratando uma Substituta

 

A professora estava toda vexada.

- Professor Sérgio, como faço pra contratar uma substituta?

- Qual a dificuldade?

- É que nunca fiz isso.

O professor corou um pouco, avermelhou um tiquinho, fez uma pausa, temperou os nervos.

- Bem, Mara, você tem de entrar na Internet. Pede por substituta.

- Certo, isso eu sei, mas não é amplo demais, não tem um jeito de perguntar mais compactamente? Vi dizer que implantaram a LPI (lógica polar inversa), do conjunto mais amplo para o mais restrito, por exemplo, “substituta completa” vai procurar por COMPLETA e depois SUBSTITUTA, mas completa vai trazer uma quantidade enorme de coisa que não dizem respeito. Vai restringir a 1 ou 2 % daquele mundo de respostas do Google original.

- Certo, porém você tem que mentalizar na LPI antes de perguntar: completa em que sentido?

- Completa mesmo, quero ficar um ano inteiro fora.

- Vai custar bastante. Primeiro, a viagem, segundo a estadia, terceiro a própria substituição, porém isso é problema seu. Certo. Você deve anunciar a sequência de atos, digamos, é só para dar aulas?

- Não, é para tudo mesmo.

- Seu marido vai junto com você?

- Não, nem ele nem as crianças, estou um pouco cansada, quero ir viver no Nepal, longe de tudo e todos, juntei uma grana durante 15 anos, você vê que não renovo muito o guarda-roupa.

- Isso é motivo de comentários, mas não sou de ficar prestando atenção, a mulherada fala. Então, você coloca: SUBSTITUTA COMPLETA AULAS + CASA + CAMA + FILHOS + GERAL. A LPI vai procurar primeiro em GERAL (compras, visita à sua família e à do marido, receber amigos, igreja, etc.), restringe a FILHOS (as que cuidam de filhos), depois a CAMA (transa com marido e amantes, se você tiver – ouve-se um sonoro “não”), depois CASA (cuidados de lar, o que está meio em desuso, se você tiver empregada ou partilhar com marido e filhos) e por último AULAS (significa que ela deve ser capaz de substituí-la na escola e na matéria específica que você dá, além do ano, o que você deve informar no quadro próprio). Então estará completa no sentido que você estabeleceu.

- Puxa, você é craque mesmo!

- Lembra do primeiro semestre de 45?

- Impossível!

- Foi, sim, minha mulher só acreditou depois que contei, até melhorou meu casamento, ela queria que ele voltasse, levava flores, o sacana.

- Você me ajuda?

- Ajudo, claro, qual seu limite de dinheiro?

Serra, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2012.