quinta-feira, 1 de setembro de 2016


Rejeição e Depressão

 

No livro de David Bercuson e Holger Herwig, Um Natal em Washington (O encontro secreto de Roosevelt e Churchill que mudou o mundo), Rio de Janeiro, Ediouro, 2007 (sobre original de 2005), eles falam na página 75 e seguintes sobre a depressão de Churchill: “Há muito tempo se vem escrevendo sobre a depressão de Churchill (...)” e mais abaixo “Parece haver uma ligação entre depressão e criatividade (...)”.

Não há, exceto tangencial.

A depressão pode atingir qualquer um e está ligada a rejeição. Naturalmente as pessoas que se esforçam abundantemente, MUITO, sejam as interessadas mais em si que nos outros ou vice-versa, as verdadeiramente boas interessadas mais nos outros que em si, aquelas que estão em doação são mais afetadas porque pensam que o favor não pode contar com desprezo e até ódio – é só vasculhar a geo-história para ver essa rejeição forte, sendo mais aguda quando dos próximos.

Se atinge a todos, atinge BEM MAIS os criadores porque há mais pontos de contato, como numa esfera que dobrando de raio faz crescer o volume com o cubo – quanto mais contatos com as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nação e mundo), maior a probabilidade de negações.

Não é a criatividade, ela só aumenta as chances, a depressão toca os não-criativos também, toca os inertes, atinge até mesmo aqueles em coma (quando o indivíduo ou o coletivo decidem praticar o assassinato assistido chamado eutanásia; quando a pessoa decide por si e pratica sozinha o nome é suicídio). Gênios entram em depressão, assim como medíocres e até dementes, basta rejeitar.

Na página seguinte os autores dizem que Thomas Carlyle passou por isso, tendo dito em 1843: “(...) sempre há esperança para um homem que trabalha verdadeira e honestamente: só na indolência existe um perpétuo desespero”.

Trabalhar mais não ajuda, pode até piorar.

O fato é que trabalhar mais faz a pessoa esquecer mais o vetor da rejeição, com isso a mente vai sarando, o ofensor vai sendo apagado e o deprimido é curado progressivamente.

Quanto a mais trabalho, pode até arruinar o acabrunhado PORQUE aumenta a área exposta, a superfície da esfera; na realidade, para os gênios, especialmente os demasiadamente fecundos, pode levar à ruína total se forem novamente rejeitados e pesadamente rejeitados – no caso deles é o cubo vezes o cubo, perigo total, Tm.Cn (trabalho vezes criatividade).

O que pode ajudar é a aceitação pessoambiental.

O mero ato de ir até a cadeira do psicólogo e falar ou ter um amigo com que “se abrir”, despejar as incompreensões, ajuda: a conversação traz a cura, coloca as amarguras para fora. A Neném, que trabalha aqui, fala com Silas, o labrador Pink nose que tutelo. Fica horas nisso.

Vitória, quinta-feira, 01 de setembro de 2016.

GAVA.

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