Rejeição
e Depressão
No livro de David Bercuson e Holger Herwig, Um Natal em Washington (O encontro secreto
de Roosevelt e Churchill que mudou o mundo), Rio de Janeiro, Ediouro, 2007
(sobre original de 2005), eles falam na página 75 e seguintes sobre a depressão
de Churchill: “Há muito tempo se vem escrevendo sobre a depressão de Churchill
(...)” e mais abaixo “Parece haver uma ligação entre depressão e criatividade
(...)”.
Não há, exceto tangencial.
A depressão pode atingir qualquer um e está
ligada a rejeição. Naturalmente as pessoas que se esforçam abundantemente,
MUITO, sejam as interessadas mais em si que nos outros ou vice-versa, as
verdadeiramente boas interessadas mais nos outros que em si, aquelas que estão
em doação são mais afetadas porque pensam que o favor não pode contar com
desprezo e até ódio – é só vasculhar a geo-história para ver essa rejeição
forte, sendo mais aguda quando dos próximos.
Se atinge a todos, atinge BEM MAIS os
criadores porque há mais pontos de contato, como numa esfera que dobrando de
raio faz crescer o volume com o cubo – quanto mais contatos com as PESSOAS
(indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades-municípios,
estados, nação e mundo), maior a probabilidade de negações.
Não é a criatividade, ela só aumenta as
chances, a depressão toca os não-criativos também, toca os inertes, atinge até mesmo
aqueles em coma (quando o indivíduo ou o coletivo decidem praticar o assassinato
assistido chamado eutanásia; quando a pessoa decide por si e pratica sozinha o
nome é suicídio). Gênios entram em depressão, assim como medíocres e até
dementes, basta rejeitar.
Na página seguinte os autores dizem que
Thomas Carlyle passou por isso, tendo dito em 1843: “(...) sempre há esperança
para um homem que trabalha verdadeira e honestamente: só na indolência existe
um perpétuo desespero”.
Trabalhar mais não ajuda, pode até piorar.
O fato é que trabalhar mais faz a pessoa
esquecer mais o vetor da rejeição, com isso a mente vai sarando, o ofensor vai
sendo apagado e o deprimido é curado progressivamente.
Quanto a mais trabalho, pode até arruinar o acabrunhado
PORQUE aumenta a área exposta, a superfície da esfera; na realidade, para os
gênios, especialmente os demasiadamente fecundos, pode levar à ruína total se
forem novamente rejeitados e pesadamente rejeitados – no caso deles é o cubo
vezes o cubo, perigo total, Tm.Cn (trabalho vezes
criatividade).
O que pode ajudar é a aceitação
pessoambiental.
O mero ato de ir até a cadeira do psicólogo e
falar ou ter um amigo com que “se abrir”, despejar as incompreensões, ajuda: a
conversação traz a cura, coloca as amarguras para fora. A Neném, que trabalha
aqui, fala com Silas, o labrador Pink nose que tutelo. Fica horas nisso.
Vitória, quinta-feira, 01 de setembro de 2016.
GAVA.
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