O
Exo do Mal
O LIVRO E A AUTORA
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O
LIVRO.
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A
AUTORA.
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Canadense-americana.
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Fonda Lee, Exo
(A Terra não nos pertence mais) São Paulo, Plataforma21, 2017 (original do
mesmo ano indica sucesso e potencial, foi logo traduzido porque causou celeuma,
agitação por lá).
O livro é bom
mesmo enquanto literatura, renderá ótimo filme, mas o assunto é estéril, como o
filme IA (inteligência Artificial, AI, no original americano) de
Steven Spielberg, desgraça total, o único traço de nossa laboriosa
sobrevivência é um simulacro de gente, o menino que não envelhece e é
descoberto muito tempo depois, congelado, por arqueólogos alienígenas. Todo
esse tipo de livro que mostra a humanidade destruída ou subserviente está,
desde o começo, destinado ao fracasso PORQUE, mesmo que pai e mãe saibam que os
filhos podem ter futuro nada auspicioso, não querem ouvir falar disso, vão
lutar até o fim pelo contrário.
O herói é um garoto
de 17 anos, supercompetente em tudo, quando esperamos maturação. Pode
acontecer? Pode, em tese tudo pode.
No livro a Terra
é conquistada por raça alienígena (há uma dissenção, uma divergência dentro
dela que cria opositores) viajante das estrelas e possuidora de um império
galáctico. Não só a humanidade é dominada, como existem colaboracionistas,
adesistas humanos colados à administração alien. Colaboradores são traidores,
nunca são bem-vistos, como os da França de Vichy na Segunda Guerra Mundial – você
não vai encontrar um só, não somente naquele país, em todos e cada um, mesmo na
Alemanha, que bata palmas para os pérfidos.
É bom filmar,
fica aí, é um filme com uma espécie de joaninhas, não sei se convincentes, tem
seis pernas que servem também de mãos, é preciso bons artistas para desenhar.
Os
colaboracionistas se justificam, claro.
A Lee os
justifica e vai haver pelo menos um segundo volume. Na realidade, ela pega um
punhado de lugares-comuns, com os tradicionais saltos sobre as dificuldades,
não mostra nenhum bioma ou ecorrede alien que os sustente; nem como suas
similaridades na Terra (sabemos agora que por debaixo dos macro nutrientes há
três mil micronutrientes que comprometem completamente toda a literatura
fantástica de antes) lhes permitirão viver sem roupas espaciais e capacetes
filtrantes.
Enfim, acredite
se quiser.
Vitória, domingo,
19 de maio de 2018.
GAVA.


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