sábado, 19 de maio de 2018


O Exo do Mal

 

O LIVRO E A AUTORA

O LIVRO.
A AUTORA.
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Fonda Lee
Canadense-americana.

Fonda Lee, Exo (A Terra não nos pertence mais) São Paulo, Plataforma21, 2017 (original do mesmo ano indica sucesso e potencial, foi logo traduzido porque causou celeuma, agitação por lá).

O livro é bom mesmo enquanto literatura, renderá ótimo filme, mas o assunto é estéril, como o filme IA (inteligência Artificial, AI, no original americano) de Steven Spielberg, desgraça total, o único traço de nossa laboriosa sobrevivência é um simulacro de gente, o menino que não envelhece e é descoberto muito tempo depois, congelado, por arqueólogos alienígenas. Todo esse tipo de livro que mostra a humanidade destruída ou subserviente está, desde o começo, destinado ao fracasso PORQUE, mesmo que pai e mãe saibam que os filhos podem ter futuro nada auspicioso, não querem ouvir falar disso, vão lutar até o fim pelo contrário.

O herói é um garoto de 17 anos, supercompetente em tudo, quando esperamos maturação. Pode acontecer? Pode, em tese tudo pode.

No livro a Terra é conquistada por raça alienígena (há uma dissenção, uma divergência dentro dela que cria opositores) viajante das estrelas e possuidora de um império galáctico. Não só a humanidade é dominada, como existem colaboracionistas, adesistas humanos colados à administração alien. Colaboradores são traidores, nunca são bem-vistos, como os da França de Vichy na Segunda Guerra Mundial – você não vai encontrar um só, não somente naquele país, em todos e cada um, mesmo na Alemanha, que bata palmas para os pérfidos.

É bom filmar, fica aí, é um filme com uma espécie de joaninhas, não sei se convincentes, tem seis pernas que servem também de mãos, é preciso bons artistas para desenhar.

Os colaboracionistas se justificam, claro.

A Lee os justifica e vai haver pelo menos um segundo volume. Na realidade, ela pega um punhado de lugares-comuns, com os tradicionais saltos sobre as dificuldades, não mostra nenhum bioma ou ecorrede alien que os sustente; nem como suas similaridades na Terra (sabemos agora que por debaixo dos macro nutrientes há três mil micronutrientes que comprometem completamente toda a literatura fantástica de antes) lhes permitirão viver sem roupas espaciais e capacetes filtrantes.

Enfim, acredite se quiser.

Vitória, domingo, 19 de maio de 2018.

GAVA.

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