Páleo-Cortes no
Oceano Atlântico
Se fizermos um corte
vertical no Oceano Atlântico na altura do paralelo 20, Sul iremos pela linha de
Vitória, Espírito Santo, até do outro lado atingir a Costa do Esqueleto na
África. Passaremos pela Fissura Meso-Atlântica, onde o manto brota
continuamente e vai criando o Oceano de ambos os lados. Supondo que a SG-273
(supergrande de 273 milhões de anos atrás) tenha ocorrido naquela época,
abrindo a Era dos Dinossauros e que, para facilitar, de cada lado da Fissura
haja 2,73 mil km (apenas para dar divisão exata), então grosso modo a Fissura
produziu faixa de 10 quilômetros por milhão de anos.
Consideraremos
degraus assim.
Como já vimos lá
para trás, começou como uma linha pela qual ninguém dava nada, estando o Brasil
colado na África de então, e foi aumentando continuamente dez quilômetros por
milhão de anos, de modo que ao fim do primeiro milhão, na faixa 273-272, já
estavam separados 20 km. No milhão seguinte, 272-271, 40 km, e assim por
diante.
FAIXAS DA CRIAÇÃO DO ATLÂNTICO
Primeira esquerda
(Próxima do Brasil)
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Segunda esquerda
|
Segunda direita
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Primeira direita
(Próxima da África)
|
EM
DEGRAUS
Lado
do Brasil
São simétricas (ou quase) pelas razões
óbvias: a Fissura produz a mesma quantidade para os dois lados. Isso já vimos
lá para trás no modelo. Foi afundando, porque a área foi aumentando muito e a
Fissura devia fabricar 10 km de largura por milhão de anos multiplicado por
quase 20 mil quilômetros de comprimento, isto é, quase 200 mil km2
de cada lado, vezes a altura; era muito.
É claro que havia vida, páleo-vida,
que foi depositando, segundo as produções, em cada degrau, marcando-o para a
posteridade. Assim, as faixas podem ser determinadas. Faixa 273-272, F 151-150
e assim por diante, o que nos permitirá desenhar a vida que existia no
Atlântico milhão após milhão de anos, esboçando consequentemente páleo-mapas.
Futuramente você poderá ver como era o Atlântico na faixa 65-64, logo após a
queda do G-65, o grande de 65 milhões de anos atrás. Ou pouco antes, comparando
os dois mundos e vendo que espécies G-65 extinguiu no Oceano Atlântico. Poderá,
a partir dos degraus, assinalar os espaços sucessivos; poderá, com os
marcadores fósseis, determinar os tempos de cada faixa – quando surgiu o quê e
como era o Atlântico em tal ocasião.
Vitória, sexta-feira, 08 de outubro de
2004.
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