terça-feira, 1 de agosto de 2017


Páleo-Cortes no Oceano Atlântico

 

                            Se fizermos um corte vertical no Oceano Atlântico na altura do paralelo 20, Sul iremos pela linha de Vitória, Espírito Santo, até do outro lado atingir a Costa do Esqueleto na África. Passaremos pela Fissura Meso-Atlântica, onde o manto brota continuamente e vai criando o Oceano de ambos os lados. Supondo que a SG-273 (supergrande de 273 milhões de anos atrás) tenha ocorrido naquela época, abrindo a Era dos Dinossauros e que, para facilitar, de cada lado da Fissura haja 2,73 mil km (apenas para dar divisão exata), então grosso modo a Fissura produziu faixa de 10 quilômetros por milhão de anos.

                            Consideraremos degraus assim.

                            Como já vimos lá para trás, começou como uma linha pela qual ninguém dava nada, estando o Brasil colado na África de então, e foi aumentando continuamente dez quilômetros por milhão de anos, de modo que ao fim do primeiro milhão, na faixa 273-272, já estavam separados 20 km. No milhão seguinte, 272-271, 40 km, e assim por diante.

                            FAIXAS DA CRIAÇÃO DO ATLÂNTICO                       

Primeira esquerda
(Próxima do Brasil)
Segunda esquerda
Segunda direita
Primeira direita
(Próxima da África)

EM DEGRAUS

Lado do Brasil


São simétricas (ou quase) pelas razões óbvias: a Fissura produz a mesma quantidade para os dois lados. Isso já vimos lá para trás no modelo. Foi afundando, porque a área foi aumentando muito e a Fissura devia fabricar 10 km de largura por milhão de anos multiplicado por quase 20 mil quilômetros de comprimento, isto é, quase 200 mil km2 de cada lado, vezes a altura; era muito.

É claro que havia vida, páleo-vida, que foi depositando, segundo as produções, em cada degrau, marcando-o para a posteridade. Assim, as faixas podem ser determinadas. Faixa 273-272, F 151-150 e assim por diante, o que nos permitirá desenhar a vida que existia no Atlântico milhão após milhão de anos, esboçando consequentemente páleo-mapas. Futuramente você poderá ver como era o Atlântico na faixa 65-64, logo após a queda do G-65, o grande de 65 milhões de anos atrás. Ou pouco antes, comparando os dois mundos e vendo que espécies G-65 extinguiu no Oceano Atlântico. Poderá, a partir dos degraus, assinalar os espaços sucessivos; poderá, com os marcadores fósseis, determinar os tempos de cada faixa – quando surgiu o quê e como era o Atlântico em tal ocasião.

Vitória, sexta-feira, 08 de outubro de 2004.

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