O Bom Guia para os
Investidores
O jornal Valor Econômico nº 1.131 de 5, 6 e 7 de
novembro/2004 diz na entrada, em cima à esquerda: “Estudos mostram que o
passado não é um bom guia para os investidores”. Dentro a matéria trata de
outro assunto, mas achei o título um apontamento do artigo de capa que a
revista Exame 827, ano 38, nº 19,
29/setembro/2004, refere com esse cabeçalho: “Como a riqueza troca de mãos”, afirmando:
1) “só 15 % dos herdeiros dos maiores empresários do Brasil do século passado
permanecem no mundo dos negócios”; 2) “de cada 100 fortunas brasileiras dos
dias de hoje, apenas 18 são fruto de herança. As outras estão na primeira
geração”. Podemos tirar várias informações disso.
ESPREMENDO OS DADOS (como novas informações)
DADO
|
A
FAVOR
|
CONTRA
|
15 % de herdeiros permaneceram nos
mundos dos negócios
|
Um em cada sete (1/7) se agarra e
produz novos conhecimentos e riquezas
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85 % de herdeiros podem estar apenas
usufruindo, sem criar nada (um bando de parasitas)
|
18 % de fortunas brasileiras vem de
heranças
|
82 % das fortunas vem de novas lutas
por proeminência (inventividade de 82/18 = 4,56/1,00)
|
3 % desistem por período e vão se
juntar aos chupins
|
Os parasitas podem estar investindo em
especulação e outros gêneros de superaproveitamento.
Podemos também concluir de 1 que a
mobilidade no Brasil é tão grande que 85 % tendem a sucumbir às novidades e às
altas exigências da luta por sobrevivência – a renovação é gigantesca, de 85/15
ou 5,67/1,00. As pessoas devem ficar atentíssimas ou vão desaparecer, pois se
trata de luta muito aguda: a chance de alguém que faz fortuna ver seus bisnetos
em posse dela é de apenas uma em cada seis. O Brasil destroça os inaptos.
De 2 podemos concluir que um em cada
cinco fortunas vem da garra ATUAL do fundador, que está na primeira geração e
é, portanto, muito exigente e seguro quanto ao dinheiro. Não são novos-ricos
pomposos à procura de status – estão na batalha por ampliação e não querendo
comprar quadros e construir mansões, apenas. São fundadores ciumentos de suas posses,
competidores de grande força. Não deixarão o dinheiro vazar fácil senão quando
passarem aos herdeiros. E quando isso acontecer outra leva de predadores virá
substituí-los. Resulta disso que o Brasil é um mercado febril, muito
competitivo, onde ocorre braço-de-ferro muito acirrado, violento mesmo. Os
primeiros-proprietários conseguiram o que têm com força de vontade, não foi
dado. E se bobearem outros tomarão. Isso é notícia boa, porque o cenário
português de coronéis deitados em redes tomando refresco e sendo abanados por
mucamas desapareceu definitivamente. Agora é uma guerra de alto nível: quem não
tomar cuidado será devorado. A nova geração de proprietários está sendo
preparada para a competição internacional. Nesse sentido, parece que os capitalistas
trabalharam bem.
Como você vê, podemos ler muito mais
coisas sobre dados bastante triviais; e nem levei muito adiante minha
investigação!
Vitória, segunda-feira, 08 de novembro
de 2004.
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