sábado, 5 de agosto de 2017


O Bom Guia para os Investidores

 

                            O jornal Valor Econômico nº 1.131 de 5, 6 e 7 de novembro/2004 diz na entrada, em cima à esquerda: “Estudos mostram que o passado não é um bom guia para os investidores”. Dentro a matéria trata de outro assunto, mas achei o título um apontamento do artigo de capa que a revista Exame 827, ano 38, nº 19, 29/setembro/2004, refere com esse cabeçalho: “Como a riqueza troca de mãos”, afirmando: 1) “só 15 % dos herdeiros dos maiores empresários do Brasil do século passado permanecem no mundo dos negócios”; 2) “de cada 100 fortunas brasileiras dos dias de hoje, apenas 18 são fruto de herança. As outras estão na primeira geração”. Podemos tirar várias informações disso.

                            ESPREMENDO OS DADOS (como novas informações)                   

DADO
A FAVOR
CONTRA
15 % de herdeiros permaneceram nos mundos dos negócios
Um em cada sete (1/7) se agarra e produz novos conhecimentos e riquezas
85 % de herdeiros podem estar apenas usufruindo, sem criar nada (um bando de parasitas)
18 % de fortunas brasileiras vem de heranças
82 % das fortunas vem de novas lutas por proeminência (inventividade de 82/18 = 4,56/1,00)
3 % desistem por período e vão se juntar aos chupins

Os parasitas podem estar investindo em especulação e outros gêneros de superaproveitamento.

Podemos também concluir de 1 que a mobilidade no Brasil é tão grande que 85 % tendem a sucumbir às novidades e às altas exigências da luta por sobrevivência – a renovação é gigantesca, de 85/15 ou 5,67/1,00. As pessoas devem ficar atentíssimas ou vão desaparecer, pois se trata de luta muito aguda: a chance de alguém que faz fortuna ver seus bisnetos em posse dela é de apenas uma em cada seis. O Brasil destroça os inaptos.

De 2 podemos concluir que um em cada cinco fortunas vem da garra ATUAL do fundador, que está na primeira geração e é, portanto, muito exigente e seguro quanto ao dinheiro. Não são novos-ricos pomposos à procura de status – estão na batalha por ampliação e não querendo comprar quadros e construir mansões, apenas. São fundadores ciumentos de suas posses, competidores de grande força. Não deixarão o dinheiro vazar fácil senão quando passarem aos herdeiros. E quando isso acontecer outra leva de predadores virá substituí-los. Resulta disso que o Brasil é um mercado febril, muito competitivo, onde ocorre braço-de-ferro muito acirrado, violento mesmo. Os primeiros-proprietários conseguiram o que têm com força de vontade, não foi dado. E se bobearem outros tomarão. Isso é notícia boa, porque o cenário português de coronéis deitados em redes tomando refresco e sendo abanados por mucamas desapareceu definitivamente. Agora é uma guerra de alto nível: quem não tomar cuidado será devorado. A nova geração de proprietários está sendo preparada para a competição internacional. Nesse sentido, parece que os capitalistas trabalharam bem.

Como você vê, podemos ler muito mais coisas sobre dados bastante triviais; e nem levei muito adiante minha investigação!

Vitória, segunda-feira, 08 de novembro de 2004.

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