quinta-feira, 3 de agosto de 2017


Gauss Vê o Contrário e Enterra os Gregos

 

                            Karl Friedrich Gauss (alemão, 1777 – 1855) é considerado príncipe dos matemáticos, o maior deles. Nascido antes de János Bolyai (matemático húngaro, 1802 - 1860) 25 anos e de Nicolay Ivanovich Lobachevsky (matemático russo, 1793 – 1856) 16 anos, não apenas se pronunciou antes quanto foi mais longe ao fundar as bases da geometria não-euclidiana.

                            O reitor Euclides (matemático grego estabelecido em Alexandria no Egito, nascido cerca de 300 a.C.) foi o compilador de toda a matemática anterior. Colocou as bases da geometria no plano, cuja curvatura é zero (c = 0). A esfera tem curvatura maior que zero (c > 0), enquanto Gauss antes dos outros colocou as curvas de curvatura menor que zero (c < 0), como o parabolóide hiperbólico, como colocou o professor-doutor F, do departamento de matemática da UFES.

                            Assim, Gauss tem esse mérito extraordinário de ter colocado termo à existência demorada dos gregos, desde pelo menos Pitágoras (matemático grego, entre 600 e 500 antes de Cristo) até por volta de 1800 cerca de 2,3 mil anos. Gauss cavou a sepultura do pensamento grego, dominante por mais de dois milênios – pelo menos na matemática, em particular na geometria. Outros o fizeram em outras áreas. Você vê quão produtivos foram os gregos, apenas porque se dedicaram a pensar com afinco.

                            Ora, estivemos conversando Gabriel e eu de que é preciso olhar o poste e ver o contrário nele. Isso é da dialética. Todos viam no poste o serviço que ele prestava, mas Gauss viu mais fundo e por isso construiu o futuro, pois é necessário, mais que suficiente, olhar as potências como insuficientes para inventar as novas necessidades. Se isso não for feito continuaremos a viver das velhas potências e das velhas necessidades. Quer dizer, até Gauss, Bolyai e Lobachevsky fazerem aquele anúncio ainda vivíamos das potências e das necessidades geométricas e matemáticas gregas. Estamos libertos delas há apenas 200 anos. Assim, pelo menos na matemática, Gauss pode ser chamado de primeiro libertador.
                            Vitória, domingo, 24 de outubro de 2004.

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