sábado, 5 de agosto de 2017


Discordância Ambiental Entre Negros e Não-Negros

 

                            Vimos no texto anterior deste Livro 100 Os Brancos, os Tempos de Separação e o Tronco GH Comum que a pré-geo-histórica foi comum a todos.

                            A ÁRVORE DE TODOS

·       Negros: raízes africanas;

·       “Brancos” (vermelhos, amarelos e brancos): tronco eurasiático. Mais cedo para as Américas, mais recentemente para a Europa e a Ásia.

Vimos também que os sapiens pós pré-geo-históricos, quer dizer, ainda não exatamente geo-históricos porque ainda não havia escrita, mas também não ignorantes de tudo, ou seja, os de depois da invenção das cidades (só os brancos e amarelos tomaram contato com elas, dado que Jerico, primeira cidade conhecida, negra necessariamente, é de 11 mil anos atrás, quando os vermelhos já tinham partido e saído; do que podemos deduzir que estes não fundaram cidades logo porque não as conheciam de origem e tiveram de recriá-las milhares de anos depois) já estavam relativamente avançados. Os vermelhos ou índios, por terem ido antes da invenção, não as ficaram conhecendo. Os do Norte geral, brancos e amarelos ao descerem dos gelos encontraram Jericó aprontada pelos negros e devem ter sido tomados de um espanto inacreditável. Claro, cobiçaram-na, sonharam com suas riquezas inimagináveis, os maltrapilhos do Norte – pois, como raciocinamos, os negros ocupavam todo o Sul desde a Espanha até os limites da Ásia -, e acabaram por tomá-la, modificando-a, vários milhares de anos depois. Ora, os negros tinham vivido desde sempre e não existiram outros por 100 milhões de anos (primatas, hominídeos, sapiens – todos negros); quando os “brancos” produzidos pela Glaciação de Wisconsin desceram sobre o mundo seu modo gritante e agressivo de vida contrastou nitidamente com o dos negros que tinham vindo da Civilização da Margem Direita e acumulavam lentamente. Veja que onde os negros existiram antes do domínio branco-ocidental europeu recente a Natureza foi relativamente poupada, inclusive os animais de grande porte, tanto na África quanto na Índia e na Austrália, mas onde os brancos-brancos, os brancos-amarelos e os brancos-vermelhos agiram tudo foi devastado.

Quando os negros inventaram as primeiras cidades/municípios isso não se encaixava na imagem-de-mundo ou visão-de-mundo dos “brancos” e elas foram atacadas, tomadas e, principalmente, TRANSFORMADAS, de modo que o que vemos hoje não é nem pode ser o modelo original de cidade. A primeira Jericó dos sítios de escavação tem de ser notavelmente distinta das Jericós mais de cima, das camadas mais recentes, aquela negra e estas “brancas”, porque o modo como os negros viam o mundo (ele ainda pode ser rastreado na África, na Índia pré-ariana que sobrou nos descendentes dos ocupantes originais, os drávidas, e nos aborígines australianos e neozelandeses) era outro. Talvez se possa tirar as camadas de depois para obter o núcleo negro original, pré-contato com os “brancos”.

Com toda certeza houve um choque tremendo de jeitos de ver o mundo e se apossar dele, o “branco” ou não-negro sendo muito mais violento e rápido que o dos ocupantes anteriores do mundo. A cidade mais antiga foi tomada e transformada completamente, até nenhuma memória restar do modo de fazer mais antigo. Os “brancos” conquistaram o mundo para sempre, sendo como são mais “agressivos”, mais competitivos, mais arrojados em produção e organização. Os negros foram varridos. Como diz o modelo, isso foi bom e ruim ao mesmo tempo: 1) foi bom porque o mundo pôde crescer mais rapidamente; 2) foi ruim, porque o modo mais plácido e tranqüilo de ser dos negros criados pela África meio pachorrenta, lerda, pesada, pausada perdeu-se para sempre. Depois de 1500 e das Descobertas ou Achamentos, como dizem os portugueses, os brancos realmente avançaram sobre todo o mundo, que é este que vemos, muito ligeiro e ambicioso, talvez até excessivamente.

Vitória, quarta-feira, 27 de outubro de 2004.

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