Discordância
Ambiental Entre Negros e Não-Negros
Vimos no texto
anterior deste Livro 100 Os Brancos, os
Tempos de Separação e o Tronco GH Comum que a pré-geo-histórica foi comum a
todos.
A ÁRVORE DE TODOS
·
Negros:
raízes africanas;
·
“Brancos”
(vermelhos, amarelos e brancos): tronco eurasiático. Mais cedo para as
Américas, mais recentemente para a Europa e a Ásia.
Vimos também que os sapiens pós pré-geo-históricos,
quer dizer, ainda não exatamente geo-históricos porque ainda não havia escrita,
mas também não ignorantes de tudo, ou seja, os de depois da invenção das
cidades (só os brancos e amarelos tomaram contato com elas, dado que Jerico,
primeira cidade conhecida, negra necessariamente, é de 11 mil anos atrás,
quando os vermelhos já tinham partido e saído; do que podemos deduzir que estes
não fundaram cidades logo porque não as conheciam de origem e tiveram de
recriá-las milhares de anos depois) já estavam relativamente avançados. Os
vermelhos ou índios, por terem ido antes da invenção, não as ficaram conhecendo.
Os do Norte geral, brancos e amarelos ao descerem dos gelos encontraram Jericó aprontada
pelos negros e devem ter sido tomados de um espanto inacreditável. Claro,
cobiçaram-na, sonharam com suas riquezas inimagináveis, os maltrapilhos do
Norte – pois, como raciocinamos, os negros ocupavam todo o Sul desde a Espanha
até os limites da Ásia -, e acabaram por tomá-la, modificando-a, vários
milhares de anos depois. Ora, os negros tinham vivido desde sempre e não existiram
outros por 100 milhões de anos (primatas, hominídeos, sapiens – todos negros);
quando os “brancos” produzidos pela Glaciação de Wisconsin desceram sobre o
mundo seu modo gritante e agressivo de vida contrastou nitidamente com o dos
negros que tinham vindo da Civilização da Margem Direita e acumulavam
lentamente. Veja que onde os negros existiram antes do domínio branco-ocidental
europeu recente a Natureza foi relativamente poupada, inclusive os animais de
grande porte, tanto na África quanto na Índia e na Austrália, mas onde os
brancos-brancos, os brancos-amarelos e os brancos-vermelhos agiram tudo foi
devastado.
Quando os negros inventaram as
primeiras cidades/municípios isso não se encaixava na imagem-de-mundo ou
visão-de-mundo dos “brancos” e elas foram atacadas, tomadas e, principalmente,
TRANSFORMADAS, de modo que o que vemos hoje não é nem pode ser o modelo
original de cidade. A primeira Jericó dos sítios de escavação tem de ser
notavelmente distinta das Jericós mais de cima, das camadas mais recentes,
aquela negra e estas “brancas”, porque o modo como os negros viam o mundo (ele
ainda pode ser rastreado na África, na Índia pré-ariana que sobrou nos
descendentes dos ocupantes originais, os drávidas, e nos aborígines
australianos e neozelandeses) era outro. Talvez se possa tirar as camadas de
depois para obter o núcleo negro original, pré-contato com os “brancos”.
Com toda certeza houve um choque
tremendo de jeitos de ver o mundo e se apossar dele, o “branco” ou não-negro
sendo muito mais violento e rápido que o dos ocupantes anteriores do mundo. A
cidade mais antiga foi tomada e transformada completamente, até nenhuma memória
restar do modo de fazer mais antigo. Os “brancos” conquistaram o mundo para
sempre, sendo como são mais “agressivos”, mais competitivos, mais arrojados em
produção e organização. Os negros foram varridos. Como diz o modelo, isso foi
bom e ruim ao mesmo tempo: 1) foi bom porque o mundo pôde crescer mais
rapidamente; 2) foi ruim, porque o modo mais plácido e tranqüilo de ser dos
negros criados pela África meio pachorrenta, lerda, pesada, pausada perdeu-se
para sempre. Depois de 1500 e das Descobertas ou Achamentos, como dizem os
portugueses, os brancos realmente avançaram sobre todo o mundo, que é este que
vemos, muito ligeiro e ambicioso, talvez até excessivamente.
Vitória, quarta-feira, 27 de outubro
de 2004.
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