sexta-feira, 4 de agosto de 2017


A Satisfação de Lord Kelvin

 

                            No fantástico livro Física, Um Curso Universitário, vol 1, Mecânica, São Paulo, Edgard Blücher, 1972 (sobre original americano de 1967), os autores Marcelo Alonso e Edward J. Finn nos contam na página 13: “Lord Kelvin dizia que nosso conhecimento só é satisfatório quando pudermos expressá-lo por meio de números”.

                            Como quase tudo na Magia/Arte (nas 22 tecnartes), na Teologia/Religião e na Filosofia/Ideologia não é expresso ou até não é expressável por números a maior parte daquele Conhecimento, segundo Kelvin (matemático e físico britânico, 1824 – 1907, nascido Willian Thomson, tornado primeiro Barão de Kelvin), não é satisfatória. De fato, o mesmo se daria na Matemática, porque embora existam bastantes números nela na realidade a Matemática é uma rede de lógica cada vez mais segura – os números são acessórios. E certamente não constituem medida ou métrica, porque medida é comparação de qualquer elemento com seu padrão de referência, conforme convencionado. Assim, para Kelvin a Matemática também não seria satisfatória.

                            Mais ainda, como o corpo de Kelvin não era expresso por meio de números, também não era satisfatório; mais ainda diríamos de sua mente, pois mentes são uma incógnita ainda hoje e quase nada delas é expresso por meio de números.

                            Do que Kelvin estava falando, então?

                            Poderíamos dizer que de uma SATISFAÇÃO MÉTRICA, que é bem restrita, frente a tudo que o ser humano se entrega em busca de conhecimento e de satisfação. Largas porções da existência humana teriam sido precipitadas no limbo, fossem valer as satisfações de Kelvin, o que demonstra a petulância ou atrevimento e a arrogância ou presunção dos tecnocientistas.

                            Lord Kelvin reduziu o mundo às suas vontades e necessidades.

                            Fossem as pessoas se comportar assim e a convivência teria sido ainda mais difícil, contra o quê previamente ensinou Jesus mil e oitocentos anos antes de K nascer: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Pois a lente do amor vê muito mais alto, muito mais largo e muito mais profundo do que a métrica de Kelvin.

                            Vitória, terça-feira, 2 de novembro de 2004.

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