A Satisfação de Lord
Kelvin
No fantástico livro Física, Um Curso Universitário, vol 1,
Mecânica, São Paulo, Edgard Blücher, 1972 (sobre original americano de 1967),
os autores Marcelo Alonso e Edward J. Finn nos contam na página 13: “Lord
Kelvin dizia que nosso conhecimento só é satisfatório quando pudermos
expressá-lo por meio de números”.
Como quase tudo na
Magia/Arte (nas 22 tecnartes), na Teologia/Religião e na Filosofia/Ideologia
não é expresso ou até não é expressável por números a maior parte daquele
Conhecimento, segundo Kelvin (matemático e físico britânico, 1824 – 1907,
nascido Willian Thomson, tornado primeiro Barão de Kelvin), não é satisfatória.
De fato, o mesmo se daria na Matemática, porque embora existam bastantes
números nela na realidade a Matemática é uma rede de lógica cada vez mais
segura – os números são acessórios. E certamente não constituem medida ou
métrica, porque medida é comparação de qualquer elemento com seu padrão de
referência, conforme convencionado. Assim, para Kelvin a Matemática também não
seria satisfatória.
Mais ainda, como o
corpo de Kelvin não era expresso por meio de números, também não era
satisfatório; mais ainda diríamos de sua mente, pois mentes são uma incógnita
ainda hoje e quase nada delas é expresso por meio de números.
Do que Kelvin estava
falando, então?
Poderíamos dizer que
de uma SATISFAÇÃO MÉTRICA, que é bem restrita, frente a tudo que o ser humano
se entrega em busca de conhecimento e de satisfação. Largas porções da
existência humana teriam sido precipitadas no limbo, fossem valer as
satisfações de Kelvin, o que demonstra a petulância ou atrevimento e a arrogância
ou presunção dos tecnocientistas.
Lord Kelvin reduziu
o mundo às suas vontades e necessidades.
Fossem as pessoas se
comportar assim e a convivência teria sido ainda mais difícil, contra o quê
previamente ensinou Jesus mil e oitocentos anos antes de K nascer: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Pois a lente do amor vê muito mais alto, muito mais largo e muito mais profundo
do que a métrica de Kelvin.
Vitória,
terça-feira, 2 de novembro de 2004.
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