sexta-feira, 4 de agosto de 2017


A Sabedoria Fabricada

 

·       O TEMPO ÚNICO DOS SAPIENS NEGROS DE 200 A 115: como vimos, os negros só foram transformados em não-negros (“brancos”) a partir do início da Glaciação de Wisconsin, que começou há 115 mil anos atrás. Que terá acontecido desde o aparecimento da Eva Mitocondrial e do Adão Y na Forquilha há 200 mil anos? Esperamos que tenham se espalhado por toda parte do mundo, não apenas por toda a África (na direção-sentido dos Cinco Povos), matando todos os hominídeos e tomando seus ambientes, como se estendendo até os limites norte, leste e oeste da Europa e da Ásia, exceto onde havia água, que nunca ultrapassavam. Então, durante esses 85 mil anos o mundo foi exclusivamente negro.

·       OS NEGROS QUE ENTRARAM NOS GELOS E TRANSFORMARAM O MUNDO: exigiu coragem desmesurada entrar nos gelos na medida em que eles começaram a vir para baixo, até atingirem o Paralelo 45 não se sabe quando, talvez rapidamente. A maior parte dos negros recuou, mas uma porção muito menor ficou e deu origem aos não-negros dos quais somos todos descendentes os amarelos, os vermelhos e os brancos.

·       A PONTE DA INDONÉSIA E AS CHANCES DOS 70 MIL BRASILEIROS: Com certeza na Indonésia os negros passaram pelas pontes de terra e de gelo durante W, mas no Brasil é mais difícil teorizar. Alguns dizem que havia gente sapiens no Brasil há 70 mil anos ou há 40 mil anos, muito antes das passagens de 15 e 12 mil anos atrás, estas comprovadas. Pelo lado da África não seria. Teriam vindo do norte, por Bering. Até 115 mil anos passados, até W iniciar-se não teria sido, porque não havia ponte de terra (havendo as águas do mar descido 160 metros) nem de gelo. Isso está definitivamente descartado. Mas 70 e 40 estão contidos dentro de 115, de modo que até poderia ser, uma primeira leva muito remota, talvez de negros-do-leste, da Ásia, lá de perto da Mongólia e da China.

       PROIBIÇÃO DA ÁGUA


·       TODOS OS NEGROS: está mais do que claro que somos todos negros. Os de pele escura, evidente; os de pele clara, não-negros (“brancos”: vermelhos, amarelos, brancos) também, pois extraídos por erro de transcrição pelo ambiente gelado e branco de neve.

·       A AMPLITUDE GENÉTICA NEGRA, A DOMINÂNCIA BRANCA-MASCULINA E A PRODUÇÃORGANIZAÇÃO DO MUNDO: devemos contar como certo que a amplitude genética dos negros seja muito maior e contenha a dos não-negros, todos os outros. A dominância branca-masculina começou no máximo há 10 mil anos (fim de W), depois da fundação de Jericó (de 11 mil anos, apenas mil anos antes), com toda certeza cidade negra, e da criação de quase tudo pelas mulheres, como coloquei no Modelo da Caverna e na Expansão dos Sapiens, q.v. A produçãorganização psicológica dos AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo) sobrepôs-se às precedentes PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) inventadas pelos primatas (duas primeiras) e pelos hominídeos (duas últimas).

·       A FAIXA GELADA AO SUL DO PARALELO 45 E AS ESTAÇÕES: evidentemente, se WEU (Glaciação de Wisconsin na Eurásia) chegava ao Paralelo 45 enquanto frente permanentemente gelada, o frio se estendia muito ao sul disso, assim como os gelos árticos contaminam de baixas temperaturas até muito abaixo no Canadá. As temperaturas deviam ser drasticamente baixas ao sul do P45, até muito abaixo da França, até o Mediterrâneo e talvez mesmo até o atual Iraque, de forma que os negros foram empurrados para o Sul geral. Em resumo, W empurrou os negros de volta para a África e até a Índia.

EMPURRÃO GELADO (nessa faixa: o P45 é a linha curva mais de cima; a faixa intermédia devia ser bem gelada)


·       AS MUTAÇÕES RESIDUAIS DA FORQUILHA: a forquilha nunca parou de contaminar de radiação as criaturas que ficaram ali, mesmo hoje. Assim, continuou a produzir mutações, mas nenhuma que fosse melhor que aquelas da Eva Mitocondrial (EM) e do Adão Y (AY), no conjunto do par fundamental EMAY, de 200 mil anos atrás. Mutações de alto valor só devem ocorrer em prazos largos. Mas outras devem ter acontecido, por exemplo, aquelas dos homens-elefantes da África. E outras, que serão achadas, em plantas, em animais e em humanos da região da Forquilha.

·       O FRIO E OS FUNÍS QUE RECONDUZIRAM PARA BAIXO: quando o frio foi trazendo os negros de volta ao sul certamente empurrou-os através de aberturas naturais entre as águas, situando-se um funil no Cáucaso, outro à direita do Mar Cáspio (à esquerda e à direita do Mar de Aral) e outro, para a Índia, através do deserto de Thar. A importância disso é que é por lá que devemos buscar os restos desse trânsito, de enorme importância, porque representa a renúncia DESSES negros ao gelo (nós, os “brancos”, somos os outros negros que ficaram e enfrentaram o gelo e seus problemas).


·       O MODO CULTURAL DO GELO: evidentemente cada ambiente cria seu modo cultural ou nação ou povelite e não foi diferente com o gelo de WEU, em torno de 30 milhões de km2 de área. O quê, especificamente, ele proporcionou?

·       A UNIÃO QUE O GELO PROPORCIONOU: devido às tremendas dificuldades adicionais, que os negros não conheciam, foi preciso forjar uma união muito maior entre os “brancos”, ou seja, criar sociedade, trabalhar conjuntamente. Isso fez toda a diferença e gerou o futuro tal como o conhecemos.

·       A TRANSFORMAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA EM W: de plano TODA A FLORA foi anulada em W (e é um problema extraordinário, muito curioso, saber como poucas plantas voltaram com um entusiasmo tremendo ao Norte nos últimos 10 mil anos – de fato isso apregoa que não poderia ser criada muita diversidade) e dificultou demais a existência da fauna, o que por sua vez contaminou a existência dos sapiens não-negros que estavam sendo inventados.

·       AS DISTÂNCIAS DE W E A ÂNSIA DE VIAJAR: as distâncias que W proporcionou eram imensas: 2,5 mil km de sul a norte e 11,0 mil km de oeste a leste. Não era como no restante do mundo, porque não havia mais rios nem florestas, as montanhas foram “aplainadas” pela neve e pelo gelo eterno e com isso as pessoas podiam andar livremente de um a outro lado, desde que aprendessem a se orientar pelas estrelas. Quanto à Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia), devemos reolhar: a) o ar estava em toda parte, embora frio; b) a água também, pois era só derreter neve – não havia mais a limitação de ficar próximo de rios e lagos; c) a terra/solo não tinha barreiras e demarcações, naturais ou artificiais, o que aumentou a união; d) o fogo/energia era muito mais difícil e isso deve ter proporcionado muitas soluções espertas. Quando à vida, essa sim, tornou-se problemática (e, como diria Dario, o Dadá Maravilha, para cada problemática há uma solucionática), levando a muitas soluções diferentes. Esses amplos espaços transitáveis devem ter instalado nas almas uma vontade inelutável de viajar, de ir adiante a qualquer custo.

·       DICIONÁRIENCICLOPÉDICO DE W: evidentemente WEU inventou também um D/E não-negro que contém uma BASE NEGRA que deve ser buscada urgentemente. Por outro lado, desse D/E “branco” derivaram os D/E branco, amarelo e vermelho no tronco cultural comum inicial de antes de 10 mil anos atrás.

·       A FRENTE DE BATALHA E A CAPACIDADE DE CADA LADO: então, em 8 mil a.C., ao findar W, tínhamos dois exércitos, os “pacíficos” negros ao Sul geral e os violentos ou impetuosos “brancos” ao Norte. Quando estes desceram sobre aqueles foi uma destruição geral, porque se o volume de negros estava, digamos assim, na proporção de 100/1, os “brancos” tornaram-se muito mais acostumados à luta perene, constante, contra a natureza muito mais impiedosa. O desenlace é esse que estamos presenciando ainda hoje, os negros a muito custo sobrevivendo. É preciso estudar detidamente as capacidades de cada lado na interface de W, há 10 mil anos atrás.

·       A DESOLAÇÃO DOS QUE FORAM ABANDONADOS: quando os negros foram sendo empurrados para o Sul por W nascente, os que ficaram para trás (por opção, claro) devem ter inicialmente se sentido abandonados, desolados por terem sido retidos numa região pobre de tudo, em relação ao Sul rico e avançado.

·       A BANDEIRA ELEMENTAR DO GELO: como já vimos, a soma zero diz que a quantidade de problemas apresentados é igual à de soluções que serão encontradas. Assim, se o ar tornou-se frio, precisaram os “brancos” inventar roupas, o que fez prosperar a indústria ligada à confecção. Se não havia mais rios e lagos podiam transitar por toda parte, andando não centenas de km até esbarrar com o limite de rios, lagos e mares, mas milhares de quilômetros. Assim, para os “brancos” abriu-se o “infinito”, a falta de limites e restrições. Na alma deles foi plantada a liberdade de avançar sobre tudo e todos.

·       OS DESAFIOS VENCIDOS NO GELO: que gêneros de problemas o gelo pede para resolver? Que dificuldades criou nas almas dos “brancos”? Isso, evidente, está na base da existência atual de vermelhos-americanos (índios), de brancos-europeus e de amarelos-asiáticos, todos “brancos”. Que perspectivas passaram a ter essas três raças?

·       O GELO E A POUPANÇA: evidentemente não dá para no gelo ficar esperando a renovação estacional, das estações, porque nada renova com a passagem dos meses – fica eternamente branco, gelado, nevado, morto. É preciso aprender a guardar para o inverno ou para semrpe, a poupar, a evitar comer tudo na primavera e no verão – é preciso amealhar. Na África não era preciso isso, pois a renovação das estações sempre trazia vida nova com o rolar dos meses e dos anos. Assim, os “brancos” (amarelos, vermelhos e brancos) tornaram-se raças poupadoras, por contraste com os negros. Isso não é melhor nem pior, ambos os modos de vida são importantes, mas evidentemente criou um gênero de economia baseada na poupança.

·       RELAÇÕES ESPAÇOTEMPORAIS EM WEU: como os sapiens “brancos” olhavam a Terra e o universo desde W? Como, dos gelos, viam a luz do Sol, as estrelas, a Lua e tudo mais?

·       OS EFEITOS DE W NA ÁFRICA: se W veio até o Paralelo 45 e, como entendemos, estendeu uma faixa de 15º ou mais de frio para o Sul geral, o que ocasionou no continente-mãe? Como remotamente na faixa do equador passaram a se comportar os negros que ficaram na Forquilha?

·       POVOS DA PRIMEIRA FUSÃO: evidentemente a Linha Negra e a Linha “Branca” em torno do Paralelo 45 se aproximaram e aos trancos e barrancos começaram o processo de fusão que prossegue até hoje em todas as mestiçagens ou misturas que estão em curso. Mas o primeiro contato deve ter sido muito interessante, pois, você sabe, os drávidas e os arianos se fundiram amplamente na Índia.

·       AS PRIMEIRAS CIDADES E A INTRUSÃO DOS “BRANCOS”: as primeiras cidades foram Jericó- Jerusalém (9 mil antes de Cristo), no atual Israel, e Çatal Hüyük (6,5 mil antes de Cristo), na atual Turquia. Bem mais tarde vieram Mohenjo Daro e Harappa, estas provavelmente já “brancas”, não-negras. Aquelas, Jericó com toda certeza e a outra com grande probabilidade, negras.

·       OS PRIMEIROS CONTATOS COM JERICÓ: W, tendo terminado em 8 mil antes de Cristo, encontrou Jericó já aprontada pelos negros e existindo há pelo menos mil anos (os anos não passam tão ligeiramente para os negros quanto para os não-negros e eles jamais teriam inventado um calendário como o que existe agora). Jericó não surgiu do vazio, sem modelo anterior; ela surgiu segundo os moldes das pré-cidades da Civilização da Margem Direita do Nilo, mas o instante quando os “brancos” tomaram contato com ela deve ter sido de pura magia e deslumbramento, porque os “brancos” nunca tinham visto uma cidade, nem muito menos uma pré-cidade, colocada lá longe na Margem Direita. Assim, devem ter ficado extasiados, impressionadíssimos com tão tremendo poder, que fosse capaz de erguer centenas e até milhares de casas (africanas, não-ocidentais; não eram quadradas, eram redondas). Devem ter sido mordidos pela inveja, querendo se apoderar do que era dos outros.

·       A CONQUISTA DE JERICÓ: a conquista, a tomada de Jericó, é vista na Bíblia no episódio de Josué (uma conquista muito tardia, da algum extrato já não-negro da cidade, vários milhares de anos depois). Tomar Jericó era dominar a mãe-das-cidades, a Primeira, a mais-antiga, símbolo de status inexcedível. Suponho que qualquer pretendente a conquistador do mundo dos primeiros tempos tinha de ir lá dar sua alfinetada. Embora os “brancos” tenham começado a descer depois de 8 mil a.C., não devem ter chegado a Jericó senão muito depois, porque os negros dos limites superiores certamente colocaram obstáculos ao avanço. Devem ter transcorrido milhares de anos até que os primeiros não-brancos tivessem permissão de conhecer a “cidade sagrada”.

·       DE JERICÓ ATÉ A LINHA 45 (em linha reta vão 1.350 km e fazendo as curvas 1.800 km ou mais, contornando o Mar Negro: só medindo em mapas rodoviários que levem em conta as antigas passagens). Toda essa faixa estava preenchida de negros, cujos sinais desapareceram de nossas memórias, mas devem estar enterradas no solo como se de “brancos” fossem, confundidos com os rastros desses. Podem ser distinguidos porque os modos culturais de construir e fazer são diferentes.


·       AS COLÔNIAS DE JERICÓ: mas nesses milhares de anos entre 8 e, digamos, 4 ou 5 mil antes de Cristo, Jericó teve chance de criar filiais, várias cidades-filha por toda a região NUM RITMO MUITO MAIS LENTO, porque o tempo dos negros é outro, não é acelerado como o dos “brancos”. Por exemplo, entre Jericó (9 mil a.C.) e Çatal Hüyük (6,5 mil a.C.) vão 2,5 mil anos. Num tempo assim os “brancos” teriam talvez criado centenas, até um milhar de cidades. Como sabemos, cada lado é bom e ruim ao mesmo tempo.

·       AS RELAÇÕES DE JERICÓ: como Jericó se relacionava com as colônias urbanas e com as áreas rurais? Como se relacionava com as bases anteriores na Península Arábica e na Margem Direita? Como com o Leste e o Oeste? Há muitas perguntas a fazer, porque aquela gente não era menos esperta que nós, nem mais boba.

·       OS GOVERNOS DE JERICÓ: como se sucediam os governos em Jericó? Lembre-se que a cidade – concentração do município; e o município de Jericó era o mundo inteiro – estava sendo inventada EM TUDO. Em sua revolução de produzir independência familiar, ou casas; locais de livre passagem de todos, ou ruas; lugares de encontro, ou praças; defesa contra os animais e os estranhos invasores, ou muralhas - estava sendo embasada a governança posterior, o tronco de todos os governos a seguir. Esses foram os primeiros modelos, ainda africanos, quer dizer, governos pós-tribais. A cidade estava se desvestindo da tribo, de todo o passado, recusando-o para inventar o futuro – um rompimento formidável.

·       AS PRÉ-CIDADES DA MARGEM DIREITA E DA PENÍNSULA ARÁBICA: assim sendo, as pré-cidades se mostram como cada vez mais importantes, porque elas constituíram o ovo do qual saiu a primeira-cidade. Jericó nasceu do que ainda não era plenamente cidade, aquilo que chamei de pré-cidade.

Em resumo, perguntas fantásticas estão sendo pintadas no cenário antigo do mundo. Quem poderia pensar que era TÃO INTERESSANTE assim?
Vitória, segunda-feira, 01 de novembro de 2004.

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