segunda-feira, 10 de abril de 2017


Universidade Mundial da Mulher

 

                            O Congresso Mundial da Mulher pressupõe de cara que as mulheres partilharão o governo do mundo, de todo o planeta em processo de globalização. Acontece que o mundo é complexo e o próprio fato de estarmos dispostos a lutar pela participação 50/50 de homens e mulheres quer dizer que ela não é assim, está longe de ser, o que admite e requer um processo de amadurecimento de ambas as partes.

                            Ora, as mulheres já freqüentam universidades faz algum tempo, mas sempre adotando a ótica ou ponto de vista masculino na condução de tudo e todos, de modo que ao participar das estruturas masculinas de poder as mulheres de masculinizam. Eu não quero mulher de bigode, nem de gravata, nem de roupas com talhe masculino porque perde a graça. Pai é sem vagina, mãe é sem bigode, essa é a tradição – inverter é gasto inútil, além de perverso.

                            Assim, precisamos de uma UMM porque devemos CRIAR, gerar o espírito feminino enquanto tal, sem copiar nada dos homens nem dos sapatões – algo que seja opção delas mesmas, como iremos descobrir. Como devem ser as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo)? É preciso redesenhar tudo e cada coisa. De tudo que há no Dicionário e de todos que estão presentes na Enciclopédia as mulheres devem falar COM SUAS VOZES e não com as nossas. Para isso precisam estudar afincadamente, com perseverança, profundamente, em seu próprio espaçotempo inviolável, onde possam, com a ajuda de homens também, claro, saber o que de fato querem e como deveria ser o mundo na opinião e na razão delas. Há homens que as tratam mal, que abusam delas, mas há os que as amam. Ora, estes podem ajudar bastante, não há porque se ausentarem, nem porque as classes não possam ser mistas – só que desejamos que estudem o mundo SOB ÓTICA FEMININA.

                            Eis aí o que deve existir naquela Cidade Feminina em Oslo, Noruega, par ajudar a dar os passos definitivos. Uma UMM para pesquisar & desenvolver teórica & praticamente a visão feminina de mundo. Só depois disso o mundo mudará definitivamente.

                            Vitória, sábado, 29 de novembro de 2003.

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