domingo, 2 de abril de 2017


Quem Está no Centro?

 

                            Com a divisão do mundo em cinco, de primeiro a quinto, há cinco grupos: A para ricos, B para médios-altos, C para médios, D para pobres (médios-baixos) e E para miseráveis, conforme a Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas.

                            Há dois modos de ver o centro: 1) modo quantitativo, em que estão no centro os médios acima; 2) modo qualitativo, em que estão no centro os que produzem mais e melhor. O Brasil, por exemplo, é de terceiro mundo, tanto quantitativo quanto qualitativo.

                            Obviamente os EUA e Canadá (que é virtualmente um estado americano), a Europa e o Japão estão no centro qualitativo, porque quase tudo no mundo depende do que pesquisam & desenvolvem teórica & praticamente. Digamos o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática): para onde você se virará se precisar de algo novo ou de algo de grande qualidade e profundidade? Só eventualmente será produzido no terceiro, no quarto e no quinto mundos algo de interessante ou surpreendente. Qual a chance de no Brasil surgir algo que não tenha sido feito primeiro e melhor noutro desses lugares? Eu mesmo tenho feito muita coisa que não está em nenhum lugar e certamente existem vários que estão na mesma condição, mas isso é efetivamente raro.

                            Ao passo que a Coréia do Sul (99,2 mil km2, 2,2 vezes a área do ES; 47,1 milhões de habitantes em 2002, 14,7 vezes a nossa população; PIB de 407 bilhões de dólares em 1999) fez surgir a Samsung e a Hyundai, que são agora potências mundiais. Ora, por quê o Brasil não consegue colocar uma fábrica competente na montagem de carros, como a Hyundai, ou um conglomerado que se expanda em tantas áreas e produza essa telefonia da frente de ondas, que compete de igual para igual com as dos países de primeiro mundo, se não está adiante?

A Coréia do Sul certamente está no centro, ninguém pode a essas alturas negar. Já o Brasil, não, definitivamente não, porque não há nada aqui que desponte, que se projete à vista de todo o mundo, exceto o futebol e as mulatas, especialmente as mulatas prostitutas.

                            Quem está no centro vai à frente, enquanto os outros vão atrás, tentando copiar e com isso pagando altos preços em direitos de cópia, direitos de macaquear, de imitar, de dizer com relativa satisfação que vão atrás, mas não TÃO ATRÁS quanto os demais, que vão mais atrás ainda, pobres coitados.

                            Quem está no centro entre os AMBIENTES (nações, estados ou províncias, municípios/cidades) e entre as PESSOAS (empresas, grupos, famílias e indivíduos)? Quem faz e quem copia? Os que fazem estão no centro e os que copiam na periferia. Os que estão no centro, por razões óbvias, só dão atenção aos outros que também estão no centro. Só eventualmente, quando o tempo está sobrando, esburrando, saindo pelo ladrão, quando nada mais há a fazer e o remorso bate com força é que eles dedicam pingos de atenção aos periféricos (que não integram a unidade central de processamento), aos suburbanos nacionais, aos pouco refinados, aos cafonas, aos bregas, aos bocós, aos jacus. Quem faz não tem tempo para os que copiam, que ficam pedindo um tiquinho, uma nesga de atenção, e nada recebem senão desprezo.

                            Ora, precisamos de um livro com esse título: QUEM ESTÁ NO CENTRO? Ele deve investigar profusamente, profundamente, os que fazem, em que setores, com que eficácia, e às elites que de fora buscam maneiras de copiar para continuar assombrando e explorando seus povos, como as elites brasileiras fazem com nosso povo, os ridículos “primeiros das províncias” que esgrimem aqui o que já está caducando lá.

                            Precisamos objetivamente ver quem está no centro em cada setor da produçãorganização humana. Essa objetividade é que nos dará clareza de visão com relação às nossas próprias metas de P/O.

                            Vitória, sábado, 08 de novembro de 2003.

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