domingo, 2 de abril de 2017


Injeções de Palavras

 

                            Depois de compreender que como no ADRN (ADN como biblioteca de produtos moleculares, ARN como biblioteca de processos moleculares – criando em conjuntos os replicadores) a Língua geral constitui uma FH, Fita de Herança, no caso uma FHP, FH psicológica (ela cria as figuras ou psicanálises, os objetivos ou psico-sínteses, as produções ou economias, as organizações ou sociologias, os espaçotempos ou geo-histórias – montando as PONTES DE TRANSFERÊNCIA, que são pontes PESSOAIS, indivíduos, famílias, grupos e empresas; e pontes AMBIENTAIS: municípios/cidades, estados, nações e mundos racionais), vi claramente que somos viciados em falar e devemos diariamente ter nossa injeção de palavras, que nos acalme. Se não a recebermos continuamente nós começamos a enlouquecer, como os viciados em drogas. Nem que seja sozinho, nós falamos sempre. Que é o escritor senão alguém que fala sozinho? Eu sou viciadíssimo em palavras – tenho de escrever compulsivamente todos os dias do ano.

                            Antes de reparar nisso não podemos administrar a cura, seja pela supressão das palavras como os budistas fazem com a meditação, seja através da introdução contínua de venenos, com a ajuda da mídia (TV, Revista, Jornal, Livro, Rádio e Internet, entre os grandes meios). Enfim, só há dois meios: 1) supressão, que é cura verdadeira, 2) injeção, que é financiamento do vício.

                            Você há de entender que sendo o espaçotempo de modulação - lá onde Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI faz o pluriverso – infinito, TODAS as soluções já foram vistas e estão consagradas (creio que nos transcendentais, os programáquinas de ELI), nada restando verdadeiramente a descobrir, de modo que é pura veleidade achar que podemos melhorar ou piorar algo além do mundo dos racionais. Assim, escrever realmente só ajuda, se tanto, o mundo falível dos racionais, digamos este em que estamos, a Terra.

                            Então, só o vício nos faria prosseguir algo que nem é orgulho de acreditar que podemos melhorar algo.

                            E, creia, é um vício poderoso.

                            Como é, mesmo, os governempresas devem cuidar de ajudar os viciados. De fato, o fazem, cuidando da mídia e implantando bibliotecas. E os 2,5 % ou 1/40 que são superviciados? Ah, eis aí onde se pode conseguir ganhar dinheiro.

                            Vitória, segunda-feira, 10 de novembro de 2003.

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