sábado, 1 de abril de 2017


A Distância do Feio

 

                            Como quando alguém diz: “vi um cara feio demais! ”, significando que está longe demais dele, pois ninguém acha feio o próprio pai e a própria mãe, ou filhos e filhas, que na convivência permitem ver qualidades que estão além do julgamento de belo e feio.

                            Evidentemente o par polar oposto/complementar existe mesmo, podendo ser distinguido por qualquer racional, que já vem com o equipamento mental básico para gerar os programas classificatórios. Sabemos que há uma Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas, que podemos colocar como sendo de (2,5 + 47,5 + 47,5 + 2,5) %. Sabemos a partir dos raciocínios que a feiúra é absoluta, é ausência de beleza, com um zero de partida, e que a beleza é relativa, ela pode ser sempre acrescentada, como a riqueza, de modo que a beleza é como a riqueza: TER que se pode dispor, vender (mas ninguém venderia feiúra), como as prostitutas de rua e de papel (Playboy e outras) fazem.

                            Como a CS se desloca para a direita, rumo ao TER e à Beleza, ela carrega consigo a conformação básica da Curva, de modo que muitos que são julgados bonitos se não se atualizarem passam a ser feios, porque constituirão retas verticais paradas enquanto a Curva se move e as pessoas se distanciam ainda mais dos feios. O que as manteria perto dos que se mudam, senão o Amor geral? O que diminui o distanciamento é a coligação, estar próximo, como quando Cristo disse: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, isto é, divinamente. De outro modo: “des-enfeiai-vos uns aos outros como eu vos des-enfeei”. Embelezai-vos como eu vos embelezei.

                            A exclusão é possível, mas não seriam todos e um feio segundo algum critério? Pode ser que os ricos sejam belos pelo critério do TER, mas não pelo da sabedoria ou da santidade ou disso e daquilo. Pode ser que os intelectuais sejam ricos em saber, mas não em humildade, restando-lhes a soberba como julgamento de feiúra. E assim por diante.

                            Não é conveniente a todos e a cada um amar mais?

                            Vitória, sexta-feira, 07 de novembro de 2003.

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