569 % de Abuso
Socioeconômico
O jornal capixaba A Gazeta, de 07 de novembro de 2003,
noticiou como matéria de primeira página “Produtos e serviços básicos subiram
até 569 % no Plano Real”, subtítulo “salário mínimo aumentou 269 % no período
de nove anos”. Se dividirmos teremos (569/269 =) índice de 2,12, quer dizer,
aumento real de 112 %.
Os salários tentaram
ir atrás, mas a velocidade do trem de apropriação das burguesias ditas
nacionais foi mais rápido e colocou mais de um corpo inteiro de vantagem, significando
que a renda real dos que não conseguiram acompanhar caiu a menos da metade
(1,00/2,12 =), 47 %.
Em particular, no
governo estadual capixaba os funcionários não receberam mais que 25 % de
reajuste, fora o Fisco, que foi diferenciado (em razão de uma causa que já
expliquei noutro lugar), e do Judiciário e do Legislativo, que não são o mesmo
poder e se dão aumentos (para além do mero reajuste) à vontade. Isso quer dizer
que (569/25 =) o GEES-Executivo absorveu 22,76 vezes a renda de seus funcionários,
reduzindo-a a (1,00/22,76 =) pouco mais de 4 %, por escandaloso que pareça e
seja. Como é que os funcionários não gritaram tanto? É que existe um
dispositivo que diz que a cada 5 e a cada 10 anos tantos porcento são
acrescentados, gastando-se dessas gorduras para fazer menos dura a violência
alheia.
Então, a inflação e
outros índices são indicadores de violência social e econômica de governos e de
empresas contra os cidadãos. A inflação é um apontamento dos tiros que os
funcionários e os trabalhadores estão levando das burguesias. E sem direito a
socorro, dado que o fim da inflação foi vendido como (e é) um dos mais altos
pleitos do povo brasileiro. Deram de um lado e tiraram muito mais de outro.
Vitória, domingo, 30
de novembro de 2003.
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