Diferenciação
de Funções
No livro de Reinaldo José Lopes, 1499
(O Brasil antes de Cabral), Rio de Janeiro, Harper Collins, 2017, na página 116,
ele diz “Calcula-se que em todo o complexo de Camutins abrigasse uma população
de até 3 mil pessoas - não muito diferente da que existiria numa cidade
europeia medieval de médio e pequeno porte, aliás”. E os conjuntos de Mato
Grosso e região da “terra preta de índio” comportavam até um milhão de
moradores.
É questão de gradação, de diferenciação de
funções.
Existiam em 1500 nas Américas cidades muito
maiores que as europeias, contudo devemos levar em conta a estratificação, isto
é, o número de níveis civilizatórios. Por exemplo, nossa cultura tem 6,5 mil tipos
distintos de serviços, 8,0 mil bancos, 6,0 mil universidades, número
incalculável de produtos. Cidade de 50 mil habitantes no Novo Mundo NEM DE
LONGE se parecia com uma de mesma quantidade no Velho Mundo. Como já disse, a
capital dos astecas e a capital dos incas estavam cinco mil anos atrás da
Europa e da Ásia em 1500, quer dizer, situavam-se em 3500 a.C., construíam
pirâmides e sua ourivesaria era de mesmo nível ao de 50 séculos antes, ou pior.
A questão toda é medir a quantidade de linhas
trançadas, a tramurdidura, o tecido social-econômico.
O ponto é que os historiadores deprimiram as
Américas e depois, com remorso, elevaram demais as culturas locais, equiparando-as
falsamente com as antigas euroasiáticas e africanas do Egito.
Estupidez.
Falta de visão.
Vitória, sexta-feira, 20 de abril de 2018.
GAVA.